Análise: Uncharted 4: A Thief’s End
Uncharted 4: A Thief’s End (O Fim de um Ladrão) é a última grande aventura de Nathan Drake. Tirando total partido do hardware da PlayStation 4, é mais um feito da produtora Naughty Dog. O quarto capítulo quer despedir-se em beleza e aproveita para se tornar num sério candidato a jogo do ano
Depois dos acontecimentos em busca da Cidade Perdida, Nathan Drake opta por uma vida mais calma ao lado de Elena Fisher, obviamente com muito menos adrenalina, mas também mais segura para ambos. Afastado do mundo cheio de adrenalina como caça fortunas, Drake é subitamente forçado a regressar ao mundo dos ladrões com objectivos muito mais pessoais que o habitual. O seu irmão Samuel, que todos pensavam ter morrido há vários anos, (re)aparece a pedir a ajuda de Drake num caso de vida ou de morte.
Sam, como o Nathan Drake trata, é o seu irmão mais velho. Com apenas cinco anos de diferença, sempre fez o papel de pai para o nosso protagonista, preocupando-se sempre com o seu bem estar e protegendo-o de tudo. A história de ambos é contada ao longo do jogo e ficamos a saber que a suposta morte de Sam foi a principal razão que fez com que Drake optasse pela vida que todos nós conhecemos nos jogos anteriores.
Este seu reaparecimento leva os irmãos Drake a embarcar numa aventura à volta do mundo que irá testar os seus limites, para perseguir novo tesouro. Damos por nós em busca de Libertalia, uma colónia perdida de piratas que, segundo as várias histórias indicam, têm consigo o maior tesouro de todos os tempos. Esta será, sem dúvida, a maior aventura de Nathan Drake até à data, que vai testar todos os seus limites e por fim perceber o que está disposto a sacrificar.
Com cinco anos de diferença desde o último Uncharted, é de esperar grandes novidades para este capítulo que a Naughty Dog tanto anuncia como o último da série. E também é de esperar que tenham usado a sua mais recente obra-prima The Last of Us como inspiração. Por exemplo, assim como nesse título, também vamos passar grande parte da campanha acompanhados por uma personagem controlada pela inteligência artificial.
Apesar nos jogos anteriores termos partilhado a aventura com outras personagens conhecidas, neste caso em concreto, Sam tem um papel muito importante na acção. É capaz de ajudar-nos quando estamos em apuros, tem vontade própria a eliminar inimigos, optando sempre por uma forma mais segura e quando em combate corpo a corpo, junta-se a Drake para finalizar os inimigos com golpes cheios de estilo. E seja em combate ou em tiroteio, Sam será sempre uma ajuda bem vinda, visto que os inimigos estão mais inteligentes que nunca. Fazem emboscadas, mudam constantemente de lugar e quando constatam que estamos a tentar afastar-nos, perseguem-nos.
Felizmente, temos um modo furtivo totalmente renovado, em que Drake consegue tornar-se num autêntico Solid Snake para eliminar os seus inimigos. É possível marcá-los, para sabermos a sua localização e temos uma indicação de alerta quando somos vistos. Esta será, na maior parte das vezes, a melhor abordagem: Eliminar a maioria dos inimigos de forma furtiva, onde Sam também ajuda e depois entrar nos típicos tiroteios para acabar com os restantes.
Os característicos tiroteios e todo o caos que Drake era capaz de provocar, continuam presentes e recomendam-se. No entanto, agora existem também momentos mais calmos que convidam à exploração. Alguns capítulos, posso dizer, são totalmente abertos para explorar e é uma pausa na acção muito bem vinda. Certamente uma lição de sucesso que a Naughty Dog aprendeu com o The Last of Us. Contudo, os puzzles que deram fama à série são mais raros e, quando surgem, não oferecem grande dificuldade. A solução ocorre-nos rapidamente. Este é provavelmente o meu único ponto negativo do novo jogo.
Para alguns momentos de exploração, Drake tem agora consigo um gancho (Grappling hook) que usa para fazer rappel, deslocar, agarrar ou simplesmente resolver os tais puzzles. Com o pressionar de um só botão, o nosso protagonista lança o gancho para os obstáculos definidos para tal efeito e pode balançar-se para chegar a locais que, de outra forma, não eram possíveis de alcançar. Uma grande adição para a nova lógica de exploração e que traz alguma dinâmica para os momentos de acção. Fica a dica.
Visualmente, este Uncharted é um mimo para os nossos olhos. A Naughty Dog, ao longo da série, aperfeiçoou o uso de vários elementos. Nomeadamente as florestas densas do primeiro jogo, a visita gelada de “Among Thieves” e finalmente a nossa viagem pelo deserto no terceiro capítulo. Sem entrar em spoilers, posso dizer que todos estes terrenos estão agora presentes no Uncharted 4, com a adição exemplar da água. Já mergulhámos nos jogos anteriores, mas aqui a atenção ao detalhe é de outro nível. Não se esqueçam de registar os melhores momentos com a ajuda do Modo de Fotografia, que se tem tornado muito popular nos jogos desta geração.
Mais uma vez, todas as animações das personagens foram gravadas através de captura de movimentos pelos mesmos actores que emprestaram a voz. Há mais animações, principalmente nas lutas corpo a corpo, onde quase sentimos o peso dos murros. Há
mais expressões faciais, seja durante o jogo ou em cenas intermédias. E, por fim mas não menos importante, o som de diálogos e ambiente foi totalmente renovado. Os tiros têm um som mais realista, as explosões são ensurdecedoras e os ruídos dos veículos estão também mais realistas.
Veredicto
A Naughty Dog volta a impressionar-nos com esta última aventura de Drake. Juntou tudo o que havia de bom nos jogos anteriores e conseguiu melhorar em várias frentes. Os ambientes que se visitam ao logo do jogo são deslumbrantes, a acção foi melhorada com o modo furtivo e a história desta vez é mais pessoal e não se baseia apenas na personagem principal. Não podemos deixar de recomendar Uncharted 4: A Thief’s End a todos os jogadores, é a melhor combinação entre gráficos, jogabilidade e história. É o culminar de uma série de sucesso e, repito, um sério candidato a jogo do ano.
- ProdutoraNaughty Dog
- EditoraSony Computer Entertainment
- Lançamento10 de Maio 2016
- PlataformasPS4
- GéneroAcção
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Inteligência artificial
- Ambientes deslumbrantes
- Puzzles escassos e demasiado fáceis
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.