Análise – Unravel
Há alguma coisa de especial nas personagens criadas com lã. Primeiro, tivemos o Sackboy, depois o Kirby e agora o pequeno Yarny. Com todos eles criámos uma empatia imediata, mesmo antes de jogar os seus jogos. Talvez seja a lã que dá aquele aspecto que transborda “fofura”, mas a verdade é que resulta muito bem. Hoje vamos falar sobre o simpático Yarny e como a sua jornada se desenrola em “Unravel” (viram o que fiz aqui?).
Unravel é inspirado nos maravilhosos cenários do norte da Escandinávia. É um jogo de plataformas com alguns quebra-cabeças em que o protagonista, Yarny, é uma pequena e adorável personagem feita com um único fio de lã vermelho que se vai desenrolando enquanto anda. Isto significa que, à medida que progredimos no jogo, o protagonista vai-se tornando cada vez mais pequeno. Usando o seu próprio fio de lã, Yarny terá de baloiçar entre ramos de árvores ou apanhar boleia de um papagaio de papel. E nada o irá impedir de recuperar as memórias há muito perdidas de uma determinada família.
Em paralelo com as plataformas, Unravel conta-nos uma história de amor bastante emocionante, mesmo sem recorrer a quaisquer palavras. É complicado explicar-vos sem estragar as surpresas. Posso dizer-vos que está tudo muito bem estruturado para nos apercebermos que gira em torno da recuperação de memórias de uma família, enquanto um álbum de fotografias esbatidas é restaurado ao longo do enredo.
À primeira vista irá parecer-vos um simples jogo de plataformas, embora com uma narrativa pouco ambiciosa. No entanto, ao longo do tempo irão perceber que há muito mais por trás desta história. Começa de forma simples, para explicar-nos o potencial de Yarny e o que consegue fazer. Saltar, agarrar, correr, é capaz disso tudo, mas o seu fio de lã que fica para trás dá-lhe capacidades diferentes do que estamos habituados neste género.
Como já expliquei, à medida que se desenrola, Yarny vai ficando mais pequeno. Pode voltar para trás e recuperar a sua preciosa lã mas, para a frente é que é caminho. Como tal, teremos de encontrar pequenos novelos de lã para que possamos continua a progredir. A lã permite-lhe agarrar-se a objectos do dia-a-dia que estejam fora de alcance, como se de um gancho tratasse. E com esta funcionalidade pode descer grandes alturas em género de rappel. Uma capacidade que irão usar muito ao longo do jogo é a forma como Yarny cria pontes com o seu fio de modo a poder levar objectos consigo ou para usar como catapulta. Este é o pilar de quase todos os quebra-cabeças do jogo.
Ao longo do trajecto, Yarny, vai interagindo com objectos do nosso dia-a-dia e cruzando com alguns animais. Atenção que alguns destes animais são bons, outros maus (atenção ao esquilo!). Tendo em conta o seu tamanho, terão de pensar muitas vezes com a escala em mente, para resolver alguns quebra-cabeças. Para quem está habituado a jogos de plataformas, não irá encontrar grande dificuldade esses puzzles. Eu consegui percorrer todo o jogo sem uma única vez ter parado para perceber o que teria de fazer. Pode ser bom para quem deseja um jogo rápido ou mau para que procura algum desafio. É que a experiência pode passar rapidamente de “fofinha” para monótona.
Felizmente, o visual do jogo é deslumbrante e faz-nos esquecer algumas partes do jogo mais repetitivas. De facto, o design geral do jogo é qualquer coisa de genial, com cenários intrincados e cheios de pormenores. O pequeno Yarny corre em cenários tão realistas que parecem fotografias tiradas de propósito e animadas em videojogo. De facto, este é um bom exemplo das capacidades visuais do motor gráfico PhyreEngine da Sony. Sim, o mesmo de Flower e Journey.
Ao nível de interacção e físicas, Unravel é competente a conferir uma dinâmica e fluidez credíveis. Apenas acho que talvez fosse melhor para a jogabilidade termos pesos ou reacções diversas dos diferentes materiais em jogo. Por exemplo, manejar um bloco de madeira ou uma maçã tem a mesma reacção, mesmo que sejam de composições ou pesos diferentes. Pode ser um preciosismo meu mas em jogo, como LittleBigPlanet, isto até confere alguma variedade na interacção e solução de puzzles.
Veredicto
Unravel, conta-nos uma bonita história emocionante sobre amor e esperança, sem dizer uma única palavra e sem ser demasiado dramático. Toda a mecânica do jogo é consistente e a estrutura dos níveis está muito bem construída com cenários e objectos do dia-a-dia quase realistas. O pequeno Yarny desenrola-se enquanto progredimos neste jogo que nos prendeu do início ao fim. É impressionante como esta pequena personagem feita de lã nos apaixonou ao longo do tempo em que a acompanhámos na sua demanda.
- ProdutoraColdwood Interactive
- EditoraElectronic Arts
- Lançamento9 de Fevereiro 2016
- PlataformasPC, PS4, Xbox One
- GéneroPlataformas
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Visualmente deslumbrante
- Fácil mas com algum desafio
- Yarny
- Algo repetitivo
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.