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Análise: The Witcher III – Hearts of Stone

A primeira expansão de um dos jogos do ano, The Witcher III – Wild Hunt, é muito mais do que um mero conteúdo descarregável com uma história adicional. Hearts of Stone é quase, quase um novo jogo, dentro do título original e que até podemos intercalar entre missões. O seu enredo é capaz de ser do melhor que a CD Projekt RED no deu nesta série. 

Por esta altura, já muita gente terminou o jogo original. Aliás, esta expansão só deve ser jogada acima do nível 30, que atingem mais ou menos perto do fim da Quest principal. Mesmo assim, não se preocupem. Se não conseguiram terminar o enredo final, o jogo dá-vos a chance de iniciar a Quest de Hearts of Stone, via menu, com Geralt of Rivia já no nível 32. É, no entanto, muito melhor para vocês iniciar esta nova Quest depois de terminada a história principal, uma vez que vão encontrar eventos e diálogos relacionados com o passado recente de Geralt e seus companheiros.

Hearts of Stone inicia-se de forma quase imperceptível, não fosse o enorme ícone azul na nossa página de Quests. Uma simples missão de contracto para caçar um monstro. Nada de especial, certo? Afinal é o trabalho de Geralt. Ao encontrar-se com o emissor desse contracto, Olgierd von Everec, fica claro que algo não está certo. Mesmo assim, o nosso Witcher parte para um potencialmente lucrativo contracto. Pelo meio, reencontra uma personagem que só vai fazer sentido para quem jogou o primeiro Witcher: Shani, a nossa companheira médica do hospital em Vizima e que, dependendo das vossas escolhas, foi também vosso interesse amoroso.

A vida parece correr bem para Geralt. Contrato lucrativo, reencontro com o seu amor perdido, monstro algo forte mas até fácil de matar… só que nem tudo é o que parece. Quando descobre que foi traído por von Everec, Geralt acaba prisioneiro de uma nova facção misteriosa, os Ofieris, reencontra a misteriosa personagem Gaunter O’Dimm (o vendedor de espelhos que nos ajuda a encontrar Yennefer no prólogo de Wild Hunt) e embarca numa nova aventura para saldar uma dívida com uma nova cicatriz na cara, em jeito de selo de contrato. Não vos vou contar mais nada do enredo. Só posso dizer-vos que está repleto de grandes momentos, como um assalto organizado a um cofre-forte ou um encontro com um fantasma que proporciona um dos momentos mais hilariantes de toda a série: o vulgarmente taciturno Geralt a sorrir, a contar piadas e a dançar… Imperdível! Fica a dica.

Com o enredo a ser o grande destaque, devo assinalar que as cenas intermédias, os interlúdios e os diálogos estão muito bem trabalhados. Sim, já o eram no jogo original, no entanto, podemos observar uma evolução narrativa na escolha de planos mais cinematográficos, um fantástico elenco de vozes e os novos locais a visitar. Hearts of Stone é, sobretudo, uma excelente história contada de forma pausada e inteligente. Diria que é muito mais consistente que a história original, mesmo que essa fosse já de grande qualidade.

Além das novas personagens, com lógico destaque para Olgierd von Everec que age como antagonista (será mesmo?), dos novos locais a Norte de Novigrad e nos arredores de Oxenfurt, os novos monstros (Aranhas nível 32 que se desviam e nos atacam pelas costas… argh!), a maior dificuldade e o novo equipamento à venda ou para criar nos Blacksmith, a expansão oferece algumas quests secundárias e uns poucos contratos. De facto, as dez horas anunciadas, tudo feito compassadamente, são realistas. Talvez até passem mais algum tempo a jogar se forem perfeccionistas.

A nível de jogabilidade, porém, fiquei algo desiludido por a Expansão não adiantar muito ao que já conhecemos. Tudo bem, o que está lá é muito bom. O combate já tinha sido refinado com algumas actualizações, bem como os menus e os movimentos de personagens, incluindo o próprio cavalo Roach. De facto, esta expansão teria pouca coisa para melhorar. Mesmo assim, uma nova forma de combate, novo tipo de arma ou outro tipo de interacção seria bom. Há, de facto, uma nova componente de evolução que são as Runewords e Glyphwords. No entanto, não são propriamente grandes evoluções na jogabilidade. Basicamente, estes são encantamentos que podemos aplicar em armas e armaduras, respectivamente, com slots, anteriormente reservados apenas para as runas ou glifos normais.

Ao invés de apenas proporcionarem bónus de ataque ou defesa, como essas runas ou glifos, conferem bónus consideráveis, capazes de mudar a forma como jogamos com o protagonista. Por exemplo, é possível formar um encantamento que permite usar os Signs de Geralt de forma alternativa (atacar a 360º com Igni, por exemplo), recuperar stamina a cada golpe no inimigo ou até aumentar a recuperação de energia com a comida ingerida. Existem três níveis de evolução que, logicamente, oferecem melhores vantagens a cada nível. Os encantamentos podem ser formados num vendor Ofieri (RuneWright) situado no Nordeste de Oxenfurt, o qual ficará disponível depois de completarmos uma quest secundária.

Honestamente, não é algo que me tivesse debruçado muito quando joguei esta expansão. Talvez seja interessante para quem tem o desejo de completar o jogo ao máximo, mas não é algo significativo em comparação com o que já tínhamos. No final, contará mais o nível das armaduras e armas que temos do que propriamente estes novos encantamentos. O esquema de progressão da personagem original já era algo redundante. Esperava que esta nova lógica oferecesse uma melhor progressão ou, pelo menos, mais significativa. 120 horas depois de jogar o jogo original, continuo com pontos de progressão por gastar e não vejo necessidade de os usar.

Veredicto

Com um preço simpático a rondar os 10€ (20€ se comprarem a edição em formato físico com dois baralhos reais de cartas Gwent), esta expansão vale bem a pena. Pode ser apenas mais uma quest aos olhos de muitos, mas oferece uma das melhores narrativas presentes nesta série. Talvez não adicione muito à jogabilidade, com as Runewords e Glyphwords a serem algo redundantes e meras evoluções das runas e glifos que já conhecemos. No entanto, é a melhor forma de revisitar Geralt of Rivia, sobretudo se acabaram o jogo original e deixaram o pobre Witcher sozinho a tomar conta de Kaer Morhen. E se precisam de mais incentivo… vão rever a Shani… que mais querem?

  • ProdutoraCD Projekt RED
  • EditoraBandai Namco
  • Lançamento13 de Outubro 2015
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroRole Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Não adiciona muito à jogabilidade em si
  • Esperava-se algo mais das Runewords e Glyphwords

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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