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Análise: Xenoblade Chronicles 3D (New 3DS)

Quando em 2011 Xenoblade Chronicles chegou às consolas Wii portuguesas, aqui o vosso fanático de JRPG preferido não tinha a consola da Nintendo. Vi análises de colegas por essa internet fora a exaltar a excelente qualidade deste jogo da Monolith Soft e cá por casa nem vê-lo. Com o aproximar do aniversário de uma grande amiga, decidi oferecer-lhe o jogo e pior fiquei. Não pela prenda obviamente, essa tinha sido bem escolhida, mas a prova estava ali à frente dos meus olhos, este era um dos melhores JRPG da história do género. 

O tempo passou, as prioridades na altura eram outras e acabei por nunca comprar uma Wii e ter cá por casa o Xenoblade Chronicles. Mas a Nintendo tinha uma enorme surpresa para me fazer, que chegou com o anúncio da New Nintendo 3DS: Xenoblade Chronicles 3D iria ser lançado nas novas portáteis. Este JRPG foi a única desculpa que precisei para comprar a nova portátil da Nintendo.

E com o acesso ao título antecipado do qual beneficiámos há cerca de 15 dias, posso-vos dizer que a portabilidade assenta a Xenoblade Chronicles que nem uma luva. O JRPG da Monolith Soft brilha na portátil da Nintendo e é uma compra incontornável para os seus utilizadores. Ao lado da estranha senhora que se sentou ao nosso lado no metro, na pausa para o café das 11, sentado à porta de casa porque nos esquecemos da chave ou até debaixo da sombra de uma azinheira no meio do campo, este imenso JRPG cativa-nos com a sua profunda narrativa e reviravoltas capazes de nos deixar uma lágrima no canto do olho.

Por esta altura já devem estar a adivinhar qual vai ser o veredicto desta minha análise mas ainda há que contextualizar aqueles que nunca jogaram este JRPG. O mundo que habitamos em Xenoblade Chronicles 3D é o que resta do corpo de um enorme titã, Bionis, e da sua batalha com outro titã, Mechonis. Ambos os corpos ficaram petrificados e jazem imóveis num enorme mar silencioso. Neste mundo, assumimos o papel de Shulk, um membro do pacífico povo de Homs que se vê inesperadamente atacado pelos Mechons, uma espécie de robôs habitantes de Mechonis. Com a ajuda de um grupo de amigos e da mítica e misteriosa espada ‘Monado’, cabe a Shulk virar a maré dos acontecimentos e esmagar a ameaça Mechon.

Ao contrário do típico JRPG, as batalhas em Xenoblade Chronicles 3D não funcionam por turnos e o jogador é livre de se deslocar pelo cenário à procura de uma posição melhor para abordar o inimigo e infligir o máximo de dano possível, consoante a capacidade da personagem que usarmos. Alguns ataques funcionam melhor em certas posições e, após a sua execução, enfrentamos um tempo de cooldown, durante o qual podemos continuar a esquivar-nos pelo campo de batalha até podermos infligir um novo ataque.

Xenoblade Chronicles é um jogo onde a exploração satisfaz o desejo de requinte, qual Ferrero Rocher. Os jogadores são livres de explorar o mundo, procurar segredos e visitar os diferentes locais. O foco na exploração é de tal forma acentuado que descobrir novos locais também atribui experiência, como se de uma batalha ganha se tratasse. E se explorar na Wii já era espectacular, fazê-lo agora com as capacidades da New Nintendo 3DS, com o efeito 3D ligado, adiciona um factor de imersão extremamente único à experiência Xenoblade. Não obstante, a grande preocupação dos fãs deste título acerca desta conversão era a capacidade do hardware para aguentar a complexidade de alguns locais do jogo ou até as batalhas mais caóticas. Uma preocupação que se mostrou completamente infundada e que mostra que os programadores fizeram um trabalho excelente na conversão: nunca, em momento algum, os fps diminuíram durante a minha experiência de jogo até agora. E digo “até agora” porque, mal acabe de escrever os últimos três parágrafos que me restam desta análise, a minha experiência de jogo com Xenoblade Chronicles vai ser novamente alargada.

Também o segundo ecrã da portátil ajuda a que, durante a confusão das batalhas de Xenoblade Chronicles 3D, a informação esteja melhor distribuída e não deturpe a visão do jogador sobre nenhum pormenor importante que defina a vitória ou a derrota. Já que falamos das capacidades da portátil, também o C-Stick tem um desempenho fenomenal neste JRPG, desempenhando os papéis de ajuste da câmara quando estamos a explorar ou a combater. Esta conversão para as portáteis chega ainda com o Collection Mode, onde surgem como novidades desta edição um visualizador de modelos em 3D e um reprodutor para a banda sonora do jogo, que acrescentam mais algum conteúdo e que podemos desbloquear com Street Pass ou até com o amiibo da personagem Shulk (ver imagens em cima). Pena que, com a conversão para a New 3DS, as vozes em japonês tenham ficado de fora do pacote que agora nos chega. Contudo, as vozes britânicas desempenham o seu trabalho de uma forma exemplar e nem me deixam colocar esta pequena lacuna como um ponto negativo a apontar.

Um pequeno e último parágrafo antes do veredicto final para um enorme elogio à fenomenal banda sonora composta por nomes como Yoko Shimomura, Manami Kiyota ou o gigante Yasunori Mitsuda. Este último, “apenas” um dos responsáveis pela banda sonora original de Chrono Trigger, Chrono Cross ou Xenogears.

Veredicto

Xenoblade Chronicles 3D é o género JRPG no seu melhor. Uma obra-prima que já o era em 2011 na Wii, ainda melhor ficou em 2015 com a conversão para esta versão portátil da New 3DS. Uma excelente opção táctica da Monolith Soft e da Nintendo que não só introduz uma série de novos jogadores a um excelente JRPG, mesmo a tempo de os preparar para o lançamento, mais lá para o final deste ano, de Xenoblade Chronicles X na Wii U. Este é um jogo que nunca mais vai deixar de acompanhar a minha New Nintendo 3DS e ao qual, com uma sensação de orgulho, atribuo a minha primeira nota 10 enquanto redactor do WASD.

  • ProdutoraMonolith Soft, Monster Games
  • EditoraNintendo
  • Lançamento2 de Abril 2015
  • Plataformas
  • GéneroRole Playing Game
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Sem pontuação

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Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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