Captain-Toad

Análise: Captain Toad: Treasure Tracker

Expandindo o mundo de Super Mario 3D World, chega à Nintendo Wii U um novo jogo de puzzles. Chama-se Captain Toad: Treasure Tracker e, quando foi anunciado na E3 deste ano, foi para mim uma das maiores surpresas que iriam chegar a esta consola da Nintendo.
Já se encontra disponível na América mas para a Europa vai ficar disponível apenas no dia 2 de Janeiro do próximo ano. Mas a pergunta mantém-se: Será que corresponde às expectativas? 

Confesso que nunca simpatizei muito com o personagem Toad. Não me perguntem porquê mas sempre considerei esta malta como “os tipos irritantes que aparecem nos jogos do Mario”. No entanto, quando este título foi anunciado, foi para mim impossível não torcer pelo nosso Capitão que, há medida que o vídeo se desenrolava, se via envolvido em situações cada vez mais frenéticas e caóticas.

O facto é que Captain Toad: Treasure Tracker chega à Nintendo como um jogo de puzzles exemplar. Gostava de acrescentar o “e de plataformas” mas é-me impossível uma vez que a nossa personagem não pode saltar. Porquê? Devido ao peso da sua mochila. A coisa fica mais complicada quando nos retiram o nosso precioso salto, não é?

Visualmente, este é um título que não desilude. Muito pelo contrário o grafismo é, se calhar, a primeira coisa que salta à vista. Não há níveis iguais, uns maiores do que outros mas nunca demasiado extensos. Cada um segue uma determinada temática (alguns onde corremos o perigo de cair em lava, outros oferecem desafios debaixo de água, etc.), são sempre bem coloridos, vibrantes e todos eles estão recheados de segredos para descobrir. É fácil… relativamente fácil vá, chegar ao final de cada nível onde basta alcançar uma estrela. No entanto, além dos segredos, cada nível tem um objectivo especial. Só é pena que este objectivo só seja revelado depois de completarmos o nível. Podemos ter a sorte de o realizar na primeira tentativa, mas a sua maioria obriga-nos a voltar ao nível em questão. Seria menos “matreiro” da parte dos criadores que este fosse logo indicado, por exemplo no menu de pausa.

Se estão à procura de uma boa narrativa, aproveito para dizer que não é neste título que a vão encontrar. Aliás, ao rapto da Toadette (e consequentes gritos de pânico do Captain Toad) pouco ou nada é acrescentado em termos de história. Percorrer estes níveis com o Captain Toad e, posteriormente, a Toadette é de facto gratificante e os mais pequenos pormenores como as suas reacções aos mais diversos perigos dão-nos vontade de levar esta simpática equipa de exploradores até ao final das suas aventuras. Claro que isso é mais fácil dizer do que fazer.

Ou não fosse este um título para a Wii U, cada nível oferece uma jogabilidade que aproveita ao máximo as capacidades do Gamepad. No ecrã táctil, vamos poder controlar certas partes do cenário que, ao reagir ao nosso toque, acabam por criar um novo caminho para a nossa personagem atravessar. Vamos deslocar vários blocos, soprar para deslocar algumas plataformas e usar alavancas para rodar plataformas ou rampas. Em certos níveis vamos também andar sobre carris onde, ainda com o GamePad, vamos apontar e disparar nabos contra blocos e vários coleccionáveis. Tudo isto sempre a olhar para o ecrã táctil como se de uma janela para este mundo se tratasse.

A concepção dos níveis oferece algumas semelhanças ao que podíamos encontrar no FEZ de MC Fisher. Com o rodar do analógico direito do Gamepad, podemos ver os diversos planos do nível em questão e a rota mais segura (ou não) que podemos ou teremos de tomar se quisermos ser bem sucedidos. No entanto, há um ligeiro problema com a câmara que é o facto de esta poder também ser controlada com o movimento do Gamepad. Mais do que apenas rodar o analógico direito, o mexer do próprio Gamepad faz também com que a câmara se desloque. Pior ainda é que esta funcionalidade não pode ser desactivada. Vezes houve em que as coisas podiam ter dado para o torto, mas confesso que não me estragou de todo a experiência.

Uma vez que cada consola permite apenas o uso de um Gamepad, todo o aproveitamento deste comando mostra o porquê de este ser apenas um título para um só jogador. De facto é uma pena porque, com duas personagens presentes neste título, se quisermos ajudar os jogadores mais novos, ou simplesmente menos experientes, não há outra forma melhor de o fazer sem ser pedir emprestado o comando. Não obstante, sozinho ou a partilhar o comando com alguém, enfrentar os vários inimigos e bosses, que pacientemente esperam um movimento mal calculado da nossa parte e os próprios puzzles que cada um dos cerca de 70 níveis que este título tem para oferecer, resultou numa experiência bem gratificante. De tal forma que, pessoalmente considero Captain Toad: Treasure Tracker como um dos melhores jogos de puzzles que já tive o privilégio de jogar.

Veredicto

Se gostam de jogos de puzzles e têm uma Wii U, este é um título que não podem deixar escapar. Com cerca de 70 níveis todos eles incrivelmente desafiantes, têm entretenimento para várias horas, mais ainda se quiserem descobrir todos os segredos que neles se escondem. Só é pena que alguns objectivos só sejam revelados depois de concluídos alguns níveis, obrigando-nos a regressar, e que este título ofereça apenas uma experiência a solo. No entanto, este é sem dúvida um título que mostra que Toad tem capacidades para ser protagonista de um jogo só seu e nós queremos mais. Será que este é o principio de mais uma longa amizade?

  • ProdutoraNintendo
  • EditoraNintendo
  • Lançamento2 de Janeiro 2015
  • PlataformasWii U
  • GéneroPuzzle
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Não podemos desactivar o controlo de câmara com o GamePad
  • Objectivos especiais revelados apenas depois de concluído o nível em questão

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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