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Análise: Doki Doki Universe

A aventura do infeliz robô QT3 começa quando os seus proprietários o abandonam num isolado planeta. Passados longos anos, é descoberto por um alienígena verde com três olhos. A partir daí começa uma aventura psicanalítica em busca do verdadeiro significado de humanidade, algo que QT3, no seu estado actual, parece ser incapaz de compreender.

As figuras de Doki Doki Universe animam-se como se se tratassem de um desenho à mão feito por uma criança. O resultado é uma experiência pouco comum nos dias que correm mas que rapidamente começa a perder gás à medida que o tempo vai passando. O tema principal, com um ser artificial à procura de compreensão da humanidade é igualmente recorrente em clássicos como o A.I. Inteligência Artificial ou O Homem Bicentenário e pode até ser considerado vulgar na actualidade.

Desde o início, temos acesso aos mais de vinte mundos disponíveis para explorar em Doki Doki Universe. Em cada um deles, teremos de agradar ou irritar as pessoas que encontramos. A chave da mecânica de jogo está na capacidade de QT3 para invocar objectos, de uma larga extensão de hipóteses díspares, que vão desde um enorme excremento, a um saxofonista, a um golfinho ou até a própria Morte em pessoa. Cada um deles provoca uma diferente reacção nas personagens com que interagimos. Se a personagem X quer o objecto Y, QT3 saca-o da manga e a personagem delicia-se ou aborrece-se por isso. Outras vezes não especificam e temos de ir tentando com base na lista, que vamos desbloqueando, das coisas que a personagem gosta e não gosta.

Quando não viajamos de planeta em planeta, em montadas bizarras, andamos de lado para lado, a resolver os problemas dos outros. Doki Doki Universe funciona em side scroll, para trás e para frente, numa passada bastante lenta e, na maioria das vezes, aborrecida. As missões que nos atribuem tornam-se repetitivas passado muito pouco tempo sem oferecer grandes desafios. Pelo meio, podemos completar pequenos questionários que ajudam o jogo a perceber quem de facto somos. Na verdade até chegam a ser interessantes e são dos pontos mais cativantes de Doki Doki Universe para que, no final, o Doctor Therapist, o psicanalista de serviço, faça o seu trabalho.

Terminar a história principal do jogo passa por completar todos os objectivos em cada um dos planetas, excluindo os DLC‘s. A tarefa, diga-se, é extremamente penosa. Dura meia dúzia de horas entre o “lá e o de volta outra vez” repetido vezes sem conta à procura dos objectos que possam agradar a este ou aquele personagem, enquanto assistimos a situações com base num humor um tanto quanto estranho. Para piorar ainda mais a nossa percepção de Doki Doki Universe, a progressão ao longo do jogo não se sente de forma alguma e todos os mapas estão disponíveis logo desde início.

Doki Doki Universe foi imaginado inicialmente como um free-to-play, algo que depois não se concretizou no lançamento mas que se nota sobretudo quando somos bombardeados com o conteúdo extra que só pode ser alcançado através da compra dos DLC’s. Contudo, o mais irritante é mesmo quando acedemos ao sistema de correio, onde podemos ver mensagens que as personagens do jogos nos enviam, e somos bombardeados com a constante pergunta se queremos ligar-nos ao facebook para ver as mensagens dos nossos amigos. Algo que só nos lembra que uma componente online neste jogo, que não fosse baseada na rede social de Mark Zuckerberg, poderia enriquecer e de que maneira Doki Doki Universe. Imaginem o que seria comparar com os amigos os resultados dos questionários ou visitar o mundo uns dos outros. Infelizmente, tudo impossível na aventura de QT3.

Veredicto

A fórmula de Doki Doki Universe, apesar de bem intencionada, é demasiado simples e pouco profunda. Safa-se o facto de podermos jogar nas três plataformas actuais da Sony(PS3, PS4 e PS Vita) com uma só compra. Infelizmente, não é o suficiente para nos motivar a jogar a penosa tarefa de aguentar a história de QT3 quando não se passa muito mais no jogo do que aquilo que vemos à primeira vista. Doki Doki Universe faz lembrar a triste sina do protagonista da série ‘Um Anjo na Terra’ cuja missão era a de chegar, resolver os problemas dos outros, e seguir para onde fosse preciso, após uma caminhada em direcção ao Sol. Uma missão muito altruísta, é certo, mas que depois do primeiro número de tarefas se torna incrivelmente entediante em Doki Doki Universe. É daquelas experiências que mais parecem um punhado de aleatoriedade recheado de coisas sem grande significado cuja repetição só agrava as fragilidades da aventura de QT3.

  • ProdutoraHumaNature Studios
  • EditoraHumaNature
  • Lançamento10 de Dezembro 2013
  • PlataformasPS3, PS4, Vita
  • GéneroAventura
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Tema vulgar
  • Progressão Inexistente
  • Repetitivo e Entediante
  • Bombardeamento de mensagens para o facebook

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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