DuckTales: Remastered
A nostalgia é um sentimento complicado. Revitalizando as nossas melhores memórias, bem guardadinhas no nosso baú cerebral, também nos pode enganar na qualidade das mesmas, contra um factor muito importante…o tempo.
Para quem é da geração dos anos 80 como eu, deve reconhecer quase de imediato o tema principal dos DuckTales. E aviso-vos desde já que para além de ser altamente contagiosa contém uma grande dose de nostalgia para quem via a séria animada. Apesar de por cá em Portugal não ter tido o impacto que teve na América do Norte, nessa altura, deixou marca na memórias da miudagem, juntando–se aos grandes hits da altura como; Tartarugas Ninja, Captain Planet, G.I.JOE, etc. Mas ao contrário dos desenhos animados, que têm a habilidade de se manterem intemporais… bem, quase.
https://www.youtube.com/watch?v=G6d1A2row6I
Desenvolvido pela Capcom em 1989, a sua versão da NES, um jogo de plataformas baseado nesta mesma série animada, teve um sucesso estrondoso para o lado de lá do atlântico, tão grande que foi só um dos jogos mais vendidos para essa consola, vendendo mais de 1 milhão de cópias. Tanto na NES como no seu port para Gameboy. Criado pela mesma equipa responsável por Megaman e usando o mesmo motor de jogo, teve supervisão da própria Disney para garantir o mais alto nível de qualidade na altura, tirando partido de quase todo o potencial gráfico da consola.
Agora em 2013, em que nos temos de preocupar em trabalhar e entregar o IRS a tempo… que bom hen?… A Wayforward revitaliza nos essas mesmas memórias com DuckTales: Remastered. E antes que se questionem se existe diferença entre remastered e remake, existe, porque esta nova versão apenas representa um facelift, um upgrade a nível gráfico para garantir que, para quem adorou o original, se mantenha exactamente como era. E é aqui que as opiniões se divergem, num plano que em principio não deveria falhar.
Todos os aspectos do original, como o layout dos níveis, design das personagens, estrutura do jogo e até a localização do inimigos e tesouros, foram mantidos. A personagem principal é Scrooge McDuck ou Tio Patinhas como o conhecemos na nossa terra, que pretende, para variar, manter o título de pato mais rico do mundo. Para isso irá viajar pelo globo em busca de cinco tesouros valiosos para juntar á sua já enorme fortuna. Com uma estrutura não linear é nos dada a opção de visitar em qualquer ordem: a amazónia, os himalaias, a Transilvania, as minas africanas e até mesmo a lua, apanhando enormes jóias e tesouros para a sua caixa forte como também bolos e gelados para restaurar a sua vida. Apenas com 2 botões, um para saltar e o outro para empenhar a sua bengala que o faz ressaltar mais alto para chegar a áreas mais refundidas, atacar inimigos, passar por áreas de perigo e… basicamente… é isto. O que não é necessariamente uma coisa má, a gameplay é simples, talvez demais, mas eficaz.
O que salva de completarmos este jogo em apenas 2 horas é que mantém o formato mais oldschool possível…”perdi todas as vidas? Que chatice, de onde começo?…DO PRINCIPIO!?” Ah pois, o facto de só salvar o jogo apenas depois de um nível completo, obriga-nos a dominar a mecânica de jogo e aprender a valorizar cada ponto de vida, avaliando assim cada tentação de caça ao tesouro, visto que poderá por fim à nossa curta aventura. O lado positivo é que para além de outras dificuldades, o dinheiro convertido das jóias apanhadas serve para comprar uma tonelada de artwork e para isso vão precisar de uma igual tonelada de tesouros, o que significa re-jogar o jogo para apanhar todas as jóias possíveis. O lado negativo é que com sua estrutura simples, os desafios não são muitos e os inimigos apesar de únicos, seguem o padrão que lhes foi destinado e decorando isto, tudo se torna demasiado fácil.
Em contra partida, numa apresentação em 2.5D com personagens apresentadas em 2D que usam os templates originais de animação cedidos pela Disney e cenários em 3D. O efeito gráfico é realmente fantástico. Com o acrescento de vozes originais de todo o leque de personagens da série como do actor Alan Young, voz de Tio Patinhas, com 93 anos de idade não podia estar mais em sintonia com a personagem que interpreta… não consegui resistir.
Veredicto
Através de uma versão remastered e não de um remake, a Wayforward oferece nos novos gráficos, desbloqueáveis, achievements, novas estruturas de bosses e algo mais, uma bomba nostálgica. O problema é para quem se lembra ou jogou o jogo original, este jogo será uma boa notícia… mas para quem só agora conheceu a existência de Ducktales e do seu jogo de 1989 vai a achar o que tem para oferecer, demasiado simples.
- ProdutoraWayForward Technologies
- EditoraCapcom
- Lançamento13 de Agosto 2013
- PlataformasPC, PS3, Wii U, Xbox 360
- GéneroAventura, Plataformas
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Animações trabalhadas
- Recriação fiél do original
- Muita artwork para desbloquear
- Demasiado curto
- Demasiado fiél ao original
- Arrisca demasiado no factor nostálgico
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.