Análise: Forza 4
O mundo automóvel é uma paixão para muitos. Onde uma série de pessoas vê um veículo utilitário, muitos outros vêem no automóvel uma expressão artística.
Nas palavras de Jeremy Clarkson, co-apresentador do famoso programa Top Gear (BBC) na introdução de Forza Motorsport 4, os amantes dos automóveis são uma espécie em perigo. Em troca do meio ambiente e dos Toyota Prius da moda, o ronco de um motor V8 é uma raridade que só mesmo uma elite consegue apreciar.
O novo jogo da série Forza, não é um jogo. É uma peça de arte, uma composição musical, mas só para os verdadeiros apreciadores de automobilismo e da história automóvel em si. E esses fãs do cheiro a gasolina e borracha queimada, tem aqui o seu pedaço de céu… dentro de uma consola…
Debaixo do capot
O ADN de Forza já estava bem firmado com Forza 3. Finalmente um simulador de automobilismo chegava à consola da Microsoft e lançava o mote para uma saudável competição com outro título não menos mítico numa outra consola rival. Mas com Forza Motorsport 4 parece-nos que a Turn 10 respondeu bem à letra. Curiosamente no dia do lançamento nos EUA de Forza 4, Gran Turismo 5 (PS3) recebeu um update gigante como que a chamar a atenção.
Mas era impossível perdermos o foco no novo exclusivo da X360. Não só porque estivemos na antevisão dada à imprensa pela Microsoft Portugal (Leiam Aqui) mas também porque as imagens que vieram a lume durante a enorme campanha eram simplesmente deslumbrantes.
Forza 4 está genial. A palavra é mesmo essa. Visualmente, há momentos que achamos que estamos a ver um carro real numa pista em qualquer parte do mundo. Aliás, na fantástica apresentação com a voz do já mencionado Jeremy Clarkson, só lá para meio deu para perceber que estávamos a assistir a imagens… in game…
A nível de apresentação, menus e decoração, se se recordam de Forza 3, este novo capítulo é, como já dissemos, uma obra de arte onde o automóvel é a peça central.
Mas, desenganem-se que se pensam que é aspecto… peguem na chave e liguem o motor…
Acelerando na recta
Forza foi sempre um jogo para as massas. Certo! Mas os níveis de dificuldade variam muito a experiência. Se os menos experientes vão experimentar os modos mais simples com muitas ajudas em curva ou travagem, já os mais experientes poderão testar Forza 4 como foi inicialmente pensado.
A simulação é simplesmente genial. Os motores das diferentes cilindradas e cavalagens estão aprimorados e nota-se realmente a diferença no ronco de um simples motor de quatro cilindros de um citadino para um fantástico V12 de um super-desportivo.
E é no modo Carreira, chamado World Tour que se experimenta esta verdadeira prova do que o mundo automóvel oferece. Começamos com um modesto citadino que nem 1000cc possui. Entramos em competições um pouco por todo o mundo em busca de vitórias em competições que variam entre corridas de pista e desafios. Em troca ganhamos troféus (claro), dinheiro e pontos de experiência para evoluirmos e personalizarmos os nossos bólides.
As pistas são incríveis. Regressam algumas de Forza 3 mas acrscentam-se outras novas, todas com os mais diversos cenários de fundo, de noite, de dia, com as mais diversas condições, mas infelizmente sem transições entre estas, a troco de uma simulação muito mais fluida que podia ser prejudicada por animações de transição. Uma perda tolerável.
Em comparação com Forza 3, saibam que o limite máximo de nível de experiência passou de 50 para 150. E para ajudar, os pontos de afinidade pelo carro e pelas marcas dão maiores descontos em peças e upgrades. Mas com essa evolução, também aumenta a dificuldade da inteligência artificial. O que é sempre bom para o desafio.
As marcas representadas vão desde os modestos FIAT Gran Punto até ao fantástico Bugatti Veyron, passando por alguns dos bólides mais deslumbrantes da Indústria, alguns nem sequer foram ainda lançados como o fantástico BMW M5 2012 ou grandes máquinas clássicas como o Ferrari GTO. A maioria estão acessível apenas a bolsas mais recheadas e só depois de muita corrida ganha. Mas saibam que agora é possível comprar carros através da Xbox Live. Através dos Microsoft Points podemos comprar os nossos veículos de sonho ao invés de os ganhar por competir. De certa forma é um atalho, mas até é justo para os que não possuem grande perícia.
Como seria de esperar, todos os veículos estão impressionantes e soberbos, cada um com as suas características de condução e feeling. Se tiverem um volante para usar neste jogo, então a experiência ainda é mais notável.
Já agora, este jogo é compatível com Kinect e a experiência torna-se ainda mais envolvente se ao conduzirem puderem olhar para o lado com um movimento de cabeça. Se bem se recordam, GT5 também tinha esta característica com o PS Eye. Mas com o Kinect funciona mesmo. Agora, levantem os braços… e podem conduzir… Sim, gesticulando como se segurassem o volante podem controlar o veículo. Não nos parece que apele a todos os gostos, mas a inovação e o grau de precisão são excelentes e para quem não tem volante, nada como experimentar e tantar-se adaptar.
O Automóvel como arte
Autovista é uma galeria onde as esculturas e quadros são trocados por um monstro V12 de 500cv. Se acham que já era bonito olhar o carro em volta quando o vamos comprar ou depois numa sessão fotográfica (onde até podemos escolher o estúdio de Top Gear), Autovista vai surpreender-vos.
Quantas vezes puderam abrir o capot, entrar no habitáculo ou mesmo ligar o motor de um Aston Martin ou de um Ferrari? Aqui no WASD temos poucas oportunidades para isso. Em Forza o modo Autovista é uma visita guiada a cada automóvel, com locução e descrições no ecrã de cada bólide.
Olhem em volta, façam zoom, abram as portas, espereitem o motor, sentem-se ao volante e liguem o motor. Tudo com um pormenor deslumbrante que mais parece tirado de uma produção de Hollywood. De notar que os veículos vão sendo desbloqueados com o nosso progresso, nem todos estão disponíveis ao início. Mais um motivo para jogar… muito…
Se usarem o Kinect, podem navegar pelos veículos com o movimento das mãos o que torna essa experiência ainda mais interactiva.
Ultrapassando os amigos
Agora para 16 jogadores, o dobro de Forza 3, a jogabilidade online está melhor que nunca. Podia parecer um risco de fluidez tantos automóveis juntos, mas a Turn 10 fez um excelente trabalho de optimização e a fluidez é a ordem do dia.
Existem provas normais de corridas, jogar à apanhada de outros jogadores, perseguições e até uma divertida sessão de futebol automóvel, cortesia da tresloucada equipa de Top Gear.
Estão de volta os Car Clubs e a inserção nas redes sociais não foi deixada de fora. Nestes clubes, outros maluquinhos da velocidade partilham a sua evolução, experiência e avaliar prestações com quadros de liderança, colecções de prémios e veículos.
Se precisarem de um bom desafio, aceitem as sugestões do modo Rivals que escolhe o permite escolher rivais da comunidade ou da lista de amigos com desafios personalizados. Faz-nos lembrar o lendário AutoLog da série Need For Speed, mas mais directo ao assunto.
De volta estão os leilões onde podemos comprar ou vender os carros a preços simpáticos. E alguns carros valem bem a pena dar uma licitação nem que seja pela qualidade das decorações.
Não se esqueçam do volante
Com o lançamento de Forza4, procurem nas estantes perto do jogo, o fantástico Xbox 360 Wireless Wheel que falámos e testámos na já mencionada apresentação do jogo. Infelizmente só tivemos oportunidade de o testar nesse evento e à data desta análise não o tivemos para testar. Uma pena porque gostámos muito de o usar na versão de demonstração do jogo e não pudemos fazer o mesmo nesta versão final.
Pole-position!
Forza Motorsport 4 é um vencedor. Não só pelos seus gráficos trabalhados e geniais como pega no que de melhor o mundo do automóvel possui e transforma numa peça de arte e entretenimento para a Xbox 360. Se há algo menos bom a assinalar são os tempos de loading que podem ser abreviados por instalar o jogo na consola, mas que mesmo assim são menores que em Forza 3.
Já aqui dissemos que Forza não é um jogo, é uma simulação. Dissemos o mesmo de Gran Turismo 5, é verdade, mas embora sejam jogos rivais, não conseguimos deixar de dar os parabéns à Microsoft por aproveitar este tempo desde o lançamento do rival para criar uma peça de arte absolutamente genial, integrada perfeitamente no Kinect que apela aos fãs e consegue reavivar a consola da Microsoft como poucos jogos conseguem.
- ProdutoraTurn 10
- EditoraMicrosoft Game Studios
- Lançamento14 de Outubro 2011
- PlataformasXbox 360
- GéneroCondução, Simulação
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Grande longevidade
- Evolução de carreira
- Dinâmica de condução impecável
- Deslumbrante visualmente
- Precisa de ser instalado para reduzir loadings...
- Muito pouco para assinalar
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.