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Análise: Need for Speed: Rivals

Já não sei quantas editoras já pegaram na série Need For Speed com resultados mistos. Deixou de ser um simulador de estrada para enveredar pela competição de circuito, corridas ilegais de rua, tuning e mais recentemente pelo género Arcada em diversas editoras, algumas delas encerradas, entretanto. O sucesso (ou a falta dele) faz com que a Electronic Arts revisite este jogo vezes sem conta, por vezes de forma errada. Será NFS Rivals um sucesso ou um fiasco?

Uma das coisas que abomino nestes novos NFS é a falta do ambiente de simulação. Já nem sequer jogamos conduzindo no interior do automóvel. Não há o mínimo interesse de ser realista ou de proporcionar uma experiência de condução. A justificação, se ela existe, poderia ser que outros jogos como Forza ou Gran Turismo já o fazem habilmente, mas recordo aqui a todos que foi o próprio Need For Speed que ditou a regra neste tipo de simulação com os primeiros jogos da série.

Neste novo NFS não há personalização dos motores dos bólides, não há tablier nem sequer uma visão do capot do veículo, nem mesmo existe qualquer incentivo à descaracterização do veículo, excepto na pintura e decoração com vinis. Considero um retrocesso profundo. Mas este nem foi o primeiro jogo da série com este rumo. É apenas mais um com estas opções. Para mim conduzir com um tablier ou pelo menos a perspectiva do condutor faz todo o sentido. Neste NFS só se pode conduzir fora do veículo (terceira pessoa) ou com uma câmara no pára-choques demasiado próxima do chão. Conduzir no assento do condutor é espectável num jogo… de automóveis. Esta é a minha ideia.

A Ghost Games é a mais recente produtora a pegar na série NFS. Trouxe um pouco da herança arcade deixada pela criadora da série Burnout, a Criterion Games, introduzindo as dinâmicas online do Autolog aprimoradas pela BlackBox Studios com o NFS: The Run e aproveitando o handling realista dos veículos herdadas da Slightly Mad Studios com os dois NFS: Shift. Podíamos dizer que a Ghost Games se limitou a compilar o melhor dos jogos anteriores. O que até nem é negativo, note-se! Cumpre o objectivo. E no caso da Playstation 4 é, até agora, o único jogo de automóveis disponível para esta consola, fazendo jus ao potencial gráfico desta consola e à sua capacidade social.

NFS: Rivals passa-se numa região inspirada na Califórnia chamada de Redview. Aqui, os donos de grandes bólides fazem-se à estrada para bater recordes de velocidade e competir contra… os seus rivais. Mas neste condado Norte-Americano há também um destacamento especial de Polícia para travar a diversão destas corridas ilegais. Polícia e meliantes percorrem as estradas rectas ou sinuosas de Redview a bordo de Ferrari, Porsche, Lamborghini ou Aston Martin. No caso da polícia podem estar descaracterizados ou com as típicas decorações de Polícia. Mas no momento da perseguição, não há dúvidas sobre quem foge e quem persegue.

Com o fantástico motor gráfico Frostbite 3, da produtora DICE, o mesmo que equipa Battlefield 4, só podemos esperar um espectáculo visual deslumbrante. Com tudo no máximo a nível de definição, porém, a quebra de performance é assinalável nalguns momentos. Pontualmente tive imensas dificuldades em encontrar o meio termo entre qualidade e performance no nosso Toshiba Qosmio. Isto por causa de imensos problemas com os drivers da NVidia, tendo conseguido finalmente correr o jogo sem grandes problemas depois de uma actualização de software específico para o jogo.

Mas performances à parte, o jogo é um espectáculo interessante a nível visual. As texturas quase foto-realistas e os modelos dos veículos ao pormenor fazem-nos parar o carro algures e apreciar a grande qualidade visual. Mas é a 300 km/h que o jogo pretende dar nas vistas. E a esta velocidade as coisas não mudam. Excepto se as condições atmosféricas mudarem e a chuva causar mais danos que a má condução do maçarico que sou ao volante. As condições mudam a olhos vistos e se de repente saltamos para uma pista de terra batida, a chover torna-se lama e lá se vai o vosso Lamborghini contra o rail…

E aqui surge um outro problema ao nível de realismo. Tudo bem que este é um jogo “Arcade” e não pretende ser uma simulação. Mas os embates e os danos são, no mínimo, deploráveis. Com o potencial do Frostbite 3, pensava que iriam explorar ao máximo os danos, mas não só não são realistas, como nem sequer funcionam bem. É perfeitamente normal embater a 300 km/h num rail e o automóvel ficar apenas ligeiramente amolgado ou simplesmente desfazer-se e fazer respawn (por ter sido demasiado danificado). Não funciona bem e não faz jus ao espectáculo visual que o jogo oferece. Está a anos luz de jogos como NFS Shift com danos tão realistas que até chateavam.

As corridas e perseguições são uma constante neste mundo aberto. Como fugitivo, entramos nas corridas ilegais e ganhamos pontos “Speed” que podem ser usados, por exemplo, para comprar um novo carro. Mas a polícia anda perto e quanto mais reputação ganham mais rapidamente a polícia estará no vosso encalço. Se forem apanhados antes de chegar a uma casa segura para depositar os pontos, perdem tudo. Para fugir, além da potência do carro e da destreza ao volante existem gadgets como pequenas explosões electromagnéticas que inutilizam os perseguidores. Pouco realista, mas nesta fase já nem vale a pena falar de realismo, certo?

No caso do papel de Polícia o objectivo e mesmo caçar esses fugitivos. Os pontos conquistados são os que são apreendidos. O que quer dizer que o polícia vive à conta da performance dos pilotos que apanha. Também possui gadgets para desactivar os carros dos fugitivos, mas o poder real reside na força bruta para abalroar os veículos infractores.

Pode-se intercalar entre as duas carreiras para que a experiência seja expandida. Mas após algumas horas vão achar que já chega de repetição. As corridas ilegais são quase sempre as mesmas, contra outros carros ou em grupo, contra-relógio ou linear. A frustração de perder os pontos todos é constante pela elevada quantidade de polícia.

Uma coisa que podia funcionar muito bem, mas é um completo fiasco é o modo All-Drive. Estando o jogo permanentemente online, é possível entrar em sessões online ou sair, segundo a Ghost, sem problemas. Estamos muito bem na estrada a correr contra a AI e podemos entrar facilmente em corridas ou perseguições com outros pilotos ou polícias online. Seria excelente esta dinâmica de mundo aberto se as ligações online fossem tão diferentes entre quem joga na Europa ou nos Estados Unidos ou ainda num país remoto como um jogador que apanhei da Argentina. O polícia, por exemplo, tem de abalroar o carro fugitivo para o parar. Ora, se a ligação online é pobre o carro fugitivo sofre um lag tremendo e é muito fácil simplesmente ele desaparecer numa curva ou simplesmente não estar “lá” quando o tentamos abalroar. Das sessões em que participei, evitei sempre os jogadores online e tentei sempre jogar com o a Inteligência Artificial.

Veredicto

É um jogo divertido e repleto de bons momentos, sobretudo ao nível gráfico. Não pude testar a versão PS4 ou XBox One mas no PC é um espectáculo visual. Tenho imensa pena que seja tão “Arcade” e renuncie qualquer tipo de simulação. Também tenho pena que a ligação online permanente estrague um pouco o jogo em termos de fluidez e performance. Mas irão querer estar aqui ao volante para a umas quantas horas de diversão. Até se tornar repetitivo. Aí, se calhar, vão ter saudades dos velhinhos NFS…

  • ProdutoraGhost Studios
  • EditoraElectronic Arts
  • Lançamento29 de Novembro 2013
  • PlataformasPC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One
  • GéneroCondução
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • O online tem problemas
  • Repetitivo
  • Danos pouco realistas

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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