Simuladores: VRS F/A-18 SuperBug + TacPack
Já haviam aviões militares para o Flight Simulator X. Até já haviam F/A-18 Hornet com elevada qualidade. Mas quando olhávamos para os “pylons” das asas e viamos bombas e mísseis, vinha à memória a frase: “o FSX é um simulador de voo civil, queres combate, escolher outro!”. Até agora… O pacote que nos chegou é capaz de ser o melhor addon jamais feito para o FSX, para quem gosta desta temática, claro.
A VR Simulations tinha uma missão delicada: Mudar um paradigma. O Flight Simulator X, como os anteriores, nunca teve grandes projectos de aviação militar e muito menos aviação táctica. Algumas aeronaves de cariz militar chegaram até nós, mas nunca com simulação de armas. Algumas tentativas de terceiros, resultaram em alguns produtos, mais ou menos interessantes, mas nunca com grande impacto. Até surgir o VRS F/A-18 SuperBug e um pequeno “mod“, que inicialmente fazia parte do avião até se tornar um produto único: O fantástico TacPack. Ataque ao solo ou combate aéreo eram agora possíveis. Melhor ainda, com a criação do TacPack como produto independente, permitiu o uso de armas para muitos outros aviões militares para FSX.
Fazer uma análise ao Superbug, só por si, é uma tarefa complicada. Estamos a falar de um avião complexo, cujo realismo permite colocar-se lado a lado com o avião real (ver imagem acima). A performance, sistemas e operação do Boeing F/A-18E/F Super Hornet real (o avião que o Superbug simula) são dos mais complexos da aviação actual. Converter isso para simulador é uma tarefa morosa. Adicione-se o uso de armamento e a operação em porta-aviões e teriamos aqui uma análise para umas boas horas de leitura. A VRS levou seis anos até chegar a este produto. Vamos por partes, então.
Visualmente, o Superbug é um avião muito interessante. As famosas linhas do F/A-18E/F, com o seu design aprimorado dos modelos anteriores, o fantástico cockpit digital e todas as animações estão presentes nesta animação. Falando de animações, nem faltam sequer os efeitos supersónicos, a fantástica pós-combustão (afterburner) ou a condensação nas asas em curva apertada. Mas também as superfícies de controlo, flaps, hook, travões aerodinâmicos, trem de aterragem e mesmos os slats automáticos estão muito bem animadas.
No interior, o já mencionado cockpit digital é quase 100% funcional. O que fica de fora são sistemas de pouca importância como “spin recovery” (um sistema para recuperar o avião em caso de entrada em pirueta descontrolada) ou o gravador de vídeo do HUD. De resto, desde o sistema de reabastecimento em voo, os painéis multi-funções ou até mesmo as alavancas de ejecção, tudo está modelado e operacional. Entre alguns sistemas estão o Radar (ar-ar/ar-terra, este último com perfil de terreno), mapa com GPS integrado, stores (armamento e tanques de combustível a bordo), sistemas de alarme de ameaças (RWR), radios e piloto-automático, entre outros essenciais.
O VRS Superbug vai mais longe em pequenos detalhes com a possibilidade de efectuar fuel dump (largar combustível em excesso), decidir um alarme para combustível em falta (bingo), largar stores para libertar peso (jettison), reabastecer em voo, largar contra-medidas para defesa anti-missil e até mesmo o HUD possui selecção da cor dos gráficos. Tanto de dia como de noite, os painéis podem ser ajustados em luminância e contraste, assim como a própria iluminação dos digitos (backlight). Mediante opção, podemos efectuar todas as checklists e verificações com cronometragem realista.
O pacote inclui ainda diversas pinturas dos actuais esquadrões de F-18 da Marinha Americana, incluindo as duas pinturas das aeronaves de testes e a patrulha acrobática “Blue Angels”. Mais pinturas estão disponíveis no fórum da VRS e um pouco por toda a comunidade.
Antes de voar, ou melhor, antes de entrar no FSX sequer, o Aircraft Configuration Manager (em baixo) permite-nos configurar o armamento e combustível, mas também predefinir uma série de opções, inclusive opções de dificuldade e mesmo de fiabilidade dos sistemas e avarias.
E é no ar que o Superbug pertence. O F18 Super Hornet é um avião extremamente versátil, capaz de missões de patrulha, bombardeamento, reconhecimento ou até de reabastecimento de outros aparelhos. Assim, os seus sistemas precisam ser simples, mas igualmente versáteis. Como já disse, a vasta maioria dos sistemas a bordo estão operacionais. Por isso, uma leitura atenta do manual assegura que o operamos sem problemas, sobretudo se tivermos por hábito o uso das checklists noutros aparelhos. Aqui é essencial. A VRS disponibiliza o manual não em PDF mas num formato Wiki que está disponível online. Durante esta análise, o manual ainda se encontrava em desenvolvimento, mas já contava, em estimativa, com mais de 700 páginas inseridas. Algumas das informações contidas só estão disponíveis no manual do avião real.
Para podermos operar os painéis diversos, há um simpático atalho que inclui todos os painéis em 2D para podermos operar com precisão. Apesar de prático e útil para quem possua sistemas multi-monitor, no entanto, é no painel 3D onde deverão passar mais tempo. Há também um painel de “payload” (carga) para equiparem mísseis, bombas ou tanques externos de combustível e notem que isso altera bastante o comportamento do avião devido ao peso. É também importante que equilibrem a carga para evitar desníveis acentuados que afectam as manobras.
Como em todos os sistemas complexos, é preciso perceber como o Superbug opera. O avião permite operação completa, inclusive arrancar desligado (Cold & Dark). Uma enorme vantagem é que os computadores de bordo controlam quase tudo por nós, inclusive as manobras de voo (via Fly-By-Wire). De notar, porém, que o Superbug é pouco tolerante a excessos ou erros de operação. É até possível que percam fiabilidade nalguns sistemas se desrespeitarmos as normas dos mesmos.
Os painéis multi-funções (MFD) precisam ser configurados em cada voo, sobretudo se activarmos os modos de combate ar-ar ou ar-solo. Cada configuração de combate, cada arma seleccionada que precisa de um controlo próprio, cada aterragem em porta-aviões precisam de operação precisa. Notem que tanto o Superbug como o próprio TacPack possuem combinações de teclas específicas que só funcionam com estes dois produtos. Pode ser preciso reconfigurar o vosso joystick para poderem operar o Superbug como deve ser.
Umas horas depois de conseguir entender toda a lógica e colocar o aparelho a voar correctamente, concluí que é um prazer voar o Superbug. O controlo Fly-By-Wire e a optimização de performance que o computador proporciona, tornam o voo simples, com o avião a manter atitude e viragem na perfeição, mesmo com o piloto-automático desligado. Isto permite que nos concentremos, por exemplo, no controlo das armas e na busca de alvos.
E é mesmo nessa fase, no combate, que o Superbug brilha com o TacPack instalado. Este programa é, na verdade, um mod para o FSX. Instalado de forma independente permite o uso de canhões, mísseis, bombas e outros efeitos para simular o ambiente combate aéreo moderno. Até jogarem contra outros jogadores, algo que já vos explico como se faz, podem usar o TacPack em todos os aviões compatíveis além do Superbug. Se tiverem um avião de combate para o FSX, procurem na página de produto pelo símbolo “TacPack Powered” e terão acesso a todos os sistemas de combate que esse avião tiver programado pela sua produtora. A VRS até fornece os SDK para terceiros construírem essa compatibilidade. No entanto, se adquirirem este programa em pacote com o Superbug, irão ver o potencial total deste mod.
Para começar, convém configurar o TacPack no seu programa de gestão TacPack Configuration Manager (em cima). Além de predefinições, este programa permite configurar qualquer avião como avião-cisterna ou definir um porta-aviões de cenário. É possível definir tanto o ponto de intercepção da mangueira de reabastecimento como o ângulo do ILS dos porta-aviões. É também neste programa que podemos ver a lista de sessões multi-jogador disponíveis (e públicas) que já vamos falar a seguir. Depois de personalizar as opções de simulação a solo ou multi-jogador, dentro do FSX há um interface que se insere perfeitamente no menu (em baixo).
Além de permitir o uso de armamento, o TacPack permite gerar alvos no ar (drones) ou no chão para alvejar, simular visão nocturna na perfeição (vejam só as imagens em baixo como um comparativo com e sem NVS ligado) e ainda a geração de aviões-cisterna para reabastecimento ou porta-aviões para aterrar. Ambos podem ser encontrados com o uso exclusivo (e inédito) de frequências TACAN (frequências militares codificadas para comunicações e identificação de alvos) e possuem interacção própria como o baixar da mangueira de abastecimento no caso do avião-cisterna ou a operação de catapulta do porta-aviões.
Começamos com a simulação de “locks” em aviões de tráfego usando o radar. Sim, leram bem… aviões de tráfego. Tudo o que seja tráfego aéreo é passível de ser alvejado, como o é na realidade. Aquele Airbus branco chateia-vos? Abatam-no! Para isso, temos mísseis de diversas qualidades ou o poderoso canhão. No exemplo que vos mostro, um A320 suspeito entrou no meu espaço aéreo na hora errada. O radar de bordo permite fazer varrimento em várias distâncias e bloquear alvos de forma automática ou manual. Bloqueei o alvo, deixei se afastasse para permitir o disparo, obtive o “lock” e “tone“, disparei… bola de fogo…
O ataque ao solo também exige atribuição de alvos. Ou usamos o radar de terreno ou a vista de infra-vermelhos (FLIR que só funciona correctamente no Superbug) para localizar um determinado alvo para “pintar” com laser. Uma vez “pintado”, activamos a bomba “burra” ou “inteligente” (JDAM, por exemplo) e largamos por inércia no alvo. No exemplo abaixo, pintei um alvo com o FLIR e fiz lock com um míssil Maverick (Ar-Terra) que atingiu o alvo sem falhar. As explosões não deixam dúvidas que o alvo foi atingido.
Mas isto tudo é muito bonito… se os alvos não disparam de volta. Como já disse, incluído no programa de gestão do Tacpack está uma lista de servidores públicos multi-jogador que nos permite usar o módulo de multi-jogador do FSX adaptado ao TacPack. Assim entramos em sessões em podemos voar com os nossos amigos ou desconhecidos e combater. Todos os que entrem nessas sessões, porém, precisam ter pelo menos o TacPack da mesma versão instalado. Todos os objectos criados são persistentes entre cada jogador. Ou seja, se o anfitrião criar um avião-cisterna ou um porta-aviões, todos irão vê-los. Mas também alvos aéreos e terrestres são comuns a todos.
Claro que o interesse numa sessão de multi-jogador é podermos entrar em combates aéreos (dogfights). Depois de escolher um servidor e entrar, é altura de optar por uma facção (no menu do tacpack) e podem tentar a sorte na missão em vigor na sessão ou, se o anfitrião definir, no combate directo. E dependendo da vossa perícia, poderão sobreviver ou não. Caso um míssil vos acerte, é altura de ejectar… como aconteceu a este amigo num F-16. Não teve hipótese!
No final da experiência, o avião é genial, o TacPack com ou sem o Superbug (testei com outros aviões compatíveis na perfeição) é uma potente integração num simulador de voo. Mas o próprio FSX acusa idade e tenho pena de ver algumas animações e efeitos limitados à capacidade do próprio simulador (ainda dependente do limitado DirectX 9) que serve de base a este pacote adicional. Basta mais do que um aparelho no ar, mais que uma explosão ou míssil no ar e o FSX começa a dar sinais de querer uma reforma. Ou seja, mais uma vez o addon supera o simulador, o que é uma pena. Talvez seja motivação para a VRS olhar para outros simuladores futuros.
Veredicto
Tal como dissemos no início, para quem gosta de aviação de combate, este será o melhor pacote jamais concebido para Flight Simulator X. Podemos adquirir apenas o avião sendo o TacPack um produto único vendido à parte. Mas, já que os dois nasceram como um só, não separemos nós o que está bem feito. Como aeronave o F/A-18 Superbug é capaz de ser um dos aviões mais impressionantes no meu hangar. O realismo da operação aliada a visuais fantásticos, não deixam grande margem para a concorrência. Mas é o TacPack com a sua simulação de combate e aeronáutica militar, a solo ou em ambiente multi-jogador que o faz brilhar. Se gostam de combate aéreo e do FSX, este pacote é obrigatório!
- ProdutoraVirtual Reality Simulations
- EditoraVirtual Reality Simulations
- LançamentoAinda sem data de lançamento
- PlataformasPC
- GéneroSimulação
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Tacpack!
- Simulação integral de sistemas
- Desafio de usar o FSX de outra forma
- FSX acusa idade
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.