Top 10 videojogos promissores que desapontaram
Só no ano passado, tivemos uma série de jogos que tinham todo o hype do lado deles e acabaram por desapontar. Vítimas de elevada expectativa sem fundamento ou de campanhas enganosas, este é um Top de alguns jogos que desapontaram ou revelaram-se simplesmente maus depois do lançamento.
O mundo dos videojogos está repleto de situações desapontantes. Há muitos mais jogos que não eram o que esperei. Há jogos que mereciam estar aqui e se calhar nem concordam com alguns que aqui coloquei. Tudo depende da nossa perspectiva. Afinal, se somos fãs temos uma expectativa muito mais elevada que um jogador casual. Por outro lado, as próprias empresas colocam os jogos num patamar, por vezes, demasiado elevado.
O meu critério nesta lista é simples: Jogos que tiveram uma grande campanha de promoção ou prometiam muito com trailers e imagens ou apresentavam uma equipa técnica ou casting com nomes sonantes. Levantaram a minha expectativa, talvez até ao ponto do interesse de os pré-encomendar. Acabaram, no entanto, por desapontar em vários níveis. Estou certo que não estou sozinho nestes títulos. Haverão outros, piores até, mas estes bastam para nos recordar que nem sempre o hype é justificado.
Temos de nos recordar que os jogos vivem da popularidade. São as vendas que interessam e ditam o financiamento de outros jogos seguintes. Por vezes, a via mais fácil é construir algo rápido e fácil, nem que se sacrifique a qualidade. Há séries em que basta um título para vender, outras é preciso trabalhar a sua imagem. No final, sites como o WASD têm a responsabilidade de vos dizer o que esperar de um jogo. No entanto, por vezes nem essa importante ajuda nos impede de sermos desapontados.
Digamos que faz parte de ser um Gamer. Ser surpreendido… e desapontado…
Rogue Warrior
Quem gosta do mundo misterioso das Operações Especiais nos diversos palcos militares, já ouviu falar de Richard Marcinko, o fundador da lendária SEAL Team Six. Ora, Marcinko, de facto, escreveu um livro tornado best-seller que deu nome a este videojogo. Quando se soube da produção deste jogo de 2009, todos os fãs do género rejubilaram. As promoções batiam certo, as imagens prometiam e parecia que o livro iria ter um jogo à altura. Com milhares de asneiras (a sério há um F$%& em cada frase ou parágrafo do guião), incrivelmente maus controlos, imensos bugs, falhas de fluidez e uma longevidade curtíssima, este é, ainda hoje, considerado como um dos piores jogos de acção de sempre. O que é perfeitamente injusto para o livro que, esse sim, continua um sucesso entre os fãs do género. Foram jogos como estes que quase acabaram com a sua produtora Rebellion.
Haze
Chamaram-lhe o “Halo Killer” e era notória a inspiração no título exclusivo da Xbox. No entanto, como qualquer outro título criado para combater outro, falhou todos os objectivos. O jogo da Free Radical Design (Entretanto extinta) e publicado pela Ubisoft, prometia acção sem precedentes na PlayStation 3 (o lançamento na X360 e PC acabou cancelado), com grandes gráficos e mecânicas de jogo interessantes. O hype gerado em volta do jogo foi considerável e, talvez por isso, tenha sofrido um escrutínio mais doloroso. Mau design de níveis, inúmeros erros de animações e inteligência artificial e uma péssima história demasiado curta, colocaram-no rapidamente na prateleira. Felizmente, Haze tinha uma versão de demonstração gratuita e preveniu que o comprasse sequer.
Watch_Dogs
Até gostei do jogo, confesso. Os elementos de hacking, as diversas missões offline e online proporcionam diversas horas de diversão e até se tornam viciantes. Infelizmente, comparando o jogo que foi demonstrado e promovido pela Ubisoft e o que acabou a ser publicado, notam-se imensas reduções na qualidade de texturas e efeitos visuais, sobretudo nas consolas. A condução inconsistente, o combate pouco interessante e o fraquíssimo enredo (muito mal elaborado e desenvolvido ao longo do jogo), também contribuíram para o desapontamento geral. Apesar das vendas elevadas, sobretudo geradas por notas alegadamente “puxadas” numa polémica relacionada com “ofertas aos jornalistas” por parte da produção, o jogo não sobreviveu ao teste do tempo.
Star Wars: Battlefront
Este era um jogo que não era possível a Electronic Arts falhar. Não é que não seja (ainda hoje) um sucesso de vendas. Aproveitando o hype causado pelos novos filmes, merchandising e tantas outras acções da Disney, este Battlefront da DICE vendeu muito bem. Isso não significa, porém, que o jogo é tudo o que foi prometido e esperado. Por detrás da sua qualidade gráfica, efeitos visuais irrepreensíveis e acção que nos imerge na Saga, está um jogo curto, 100% online e rapidamente saturante. Nada disto se podia dizer dos primeiros jogos. Agora velhinhos e com claras falhas, não deixam de ser fantásticos, gigantes e com verdadeiras carreiras a solo em diversos modos que aumentam a sua longevidade. Se não tivesse a marca Star Wars, este título mais recente era um péssimo jogo de acção em termos de conteúdo.
Thief
Pela mão da Looking Glass Studios (também extinta), Thief foi uma série de sucesso que inovou num conceito de acção inteiramente furtiva em dois jogos clássicos. Já nas mãos da Square Enix, porém, a Eidos Montréal tentou ressuscitar essa jogabilidade com uma nova abordagem na interacção e aproveitando a fidelidade gráfica desta geração. A intenção era boa, mas o produto final não foi o anunciado. Imensos problemas técnicos assolaram Thief, com uma inteligência artificial sofrível e um design de mapas demasiado linear e repetitivo, quebrando a ilusão de mundo aberto dos trailers e vídeos promocionais. Além disso, o casting pobre e uma história meramente acessória, não ajudaram. Mas, o pior de tudo foram mesmo as portas ou janelas que obrigavam a mudar de zona, levando-nos demasiadas vezes a olhar para ecrãs de carregamento, quebrando o ritmo pela frequência e duração.
Star Wars Kinect
Sim, outra vez Star Wars. Esta série nem sempre teve as melhores experiências em videojogos. Este título parecia ser bastante diferente. Vejam só a premissa: Usando o dispositivo de captura de movimento Kinect na Xbox 360, seria possível tornar-nos num autêntico Jedi e lutar de forma realista ou usar a Força para diversas interacções com os heróis e vilões da Saga. Orientado, sobretudo, para o público juvenil, foi rapidamente um alvo de elevada expectativa. Pela primeira vez, seria possível combater com sabres de luz, pilotar naves e interagir como se estivéssemos dentro da própria história. Pois bem, as horas de frustração a tentar dominar os péssimos controlos (exactamente o que se esperava ser o melhor do jogo), aguentar a lógica das ridículas missões e tarefas em jogo (como dançar como a Princesa Leia), além de suportar os diálogos e enredo sofríveis, não espelharam, de forma alguma, o jogo que tinha sido promovido.
The Order 1886
A Sony Computer Entertainment nem sempre arrisca muito. Tem as suas séries de sucesso que sabe manter e aposta muito mais em pequenos novos jogos. De resto, ao nível dos AAA, não há muitas novidades ou exclusivos. Talvez isso seja por causa de situações como a deste título. Não é possível culpar apenas a inexperiência da Ready At Dawn, nada habituada a jogos desta magnitude. É preciso avaliar todo o hype exagerado da Sony em volta deste jogo, quando, apesar da excelente qualidade gráfica, temos uma carreira incrivelmente curta e pouca vontade de inovar. O combate ou é demasiado difícil ou estranhamente fácil, num jogo francamente inconsistente. Todos os planos de continuidade foram por água abaixo (aparentemente), uma vez que a sua produção não lançou mais nenhum conteúdo. O risco da SCE neste jogo foi mal avaliado. É realmente deslumbrante visualmente mas, de resto, falhou na jogabilidade, na variedade e na longevidade, com um enredo previsível e acessório.
SimCity
Mais um jogo em que a Electronic Arts não tinha margem para falhar, mas adivinhem… A mesma produtora (Maxis, entretanto igualmente extinta) estava aos comandos, com todo o know-how dos jogos anteriores. O que podia correr mal? Bom, a promoção antes do lançamento prometia grandes gráficos e novidades. Vinha aí um grande jogo. Infelizmente, a EA começou por reduzir o tamanho máximo das cidades para 1/4 do original. Depois tornou-o 100% online, mesmo não jogando em qualquer modo multi-jogador. Depois… os servidores tiveram problemas e ninguém conseguia sequer sair do menu. Quando finalmente lançaram correcções, já era tarde. SimCity estava arruinado de tão diminuto em capacidades e com imensas características removidas, além de outros erros fatais. Felizmente, a sua queda originou diversos jogos alternativos como Cities: Skylines, ajudando-me a ignorá-lo.
Aliens: Colonial Marines
A lendária série cinematográfica Alien também pode queixar-se do péssimo tratamento que teve em videojogos. Tirando uns poucos jogos relativamente bem elaborados (veja-se o caso de Alien: Isolation), teve direito a diversas aberrações. Mas Colonial Marines da SEGA até parecia ser o jogo que todos queríamos. Depois do relativo sucesso de Aliens Vs Predator, a SEGA quis focar-se na luta pela sobrevivência dos Marines Espaciais contra os Aliens. Um jogo de acção aparentemente interessante, com imensas imagens e alguns vídeos a anteverem um ambiente e acção fantásticos. Tudo puro engano! Não só a qualidade dos gráficos foi abusivamente reduzida desde as antevisões, como os inúmeros erros de inteligência artificial e bugs na lógica de jogo lhe deram muito más avaliações.
Duke Nukem Forever
Quando um jogo é muito adiado e mesmo cancelado devido a problemas judiciais, fazendo com que a sua produção atrase 15 anos, não pode ser positivo. Mas a editora 2K Games não deixou de tentar fazer crer que este seria o melhor jogo de todos os tempos. OK, a fórmula é discutível: um protagonista machista, grosseiro e narcisista, num jogo repleto de violência gratuita, misoginia, ofensas e piadas secas. Assim era Duke Nukem. Só que, neste último título, isto foi elevado ao ridículo, num jogo repleto de erros, com grafismo datado, controlos frustrantes e muita falta de bom gosto (como a possibilidade de atirar fezes aos adversários, por exemplo). Se os primeiros jogos eram intencionalmente rudes, este Forever foi simplesmente mau, mesmo com a promessa da produtora Gearbox Software de ser o jogo que todos os fãs queriam. Não, obrigado!
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