A esmurrar o stress no novo Mortal Kombat 1

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Embora ainda esteja um pouco longe no horizonte, a curiosidade por Mortal Kombat 1 é palpável. Os NetherRealms Studios deram-nos a oportunidade de ver o seus novos argumentos e em que estado está.

O jogo final só chega em Setembro mas alguns sortudos, incluindo eu, tiveram a oportunidade de experimentar o jogo através de um Stress Test. Não foi propriamente uma Beta como estamos habituados, essa só chegará no mês de Agosto. Foi mais uma oportunidade de testar o online e colocar a devida carga nos servidores. Obviamente, não só ajudámos a produtora a testar os seus servidores, também me permitiu conhecer algumas das novidades e umas quantas personagens que vão marcar presença no jogo final. Um ligeiro aperitivo, se quiserem.

Para este Stress Test, na verdade, tivemos uma versão extremamente simples do jogo, cujo objectivo não era propriamente demonstrá-lo. Foi possível jogar quatro lutas numa Torre, conhecer algum novo conteúdo e combater online de forma casual com pessoas aleatórias. Não foi possível mudar as configurações do jogo, nem os controlos ou qualquer outra opção tecnicamente personalizável. É uma forma simples de colocar a componente online à prova, ao mesmo tempo que agradecemos a oportunidade de sermos incluidos… se formos convidados ou seleccionados.

É importante referir, que para o seu criador Ed Boon, este Mortal Kombat representa “um novo começo”, uma espécie de reboot. Mas, não há aqui um real retrocesso, tendo as evoluções que se esperam de uma sequela. Na realidade, não foi só a sua jogabilidade que foi revolucionada mas a linha do tempo e a história das várias personagens que podemos jogar. Em Mortal Kombat 1, o grande vilão será Liu Kang, que, nesse meio tempo, se tornou uma espécie de divindade. Contudo, não será o único com novos movimentos e um novo passado, além de uma personalidade mais moderna e, espera-se, mais interessante.

Talvez a novidade mais interessante na interacção, seja o regresso dos “combos” aéreos, que nunca tiveram um papel predominante na série, excepto em alguns capítulos específicos e com determinadas personagens. Neste novo jogo, as lutas visam oferecer muito mais liberdade, incluindo a possibilidade de manter os vossos adversários suspensos enquanto descarregam uma quantidade desenfreada de murros e pontapés. Pode ser algo frustrante para leva a “carga de porrada” mas é também um convite para não cair na cilada de ser apanhado no ar.

A este tipo de “combos”, junta-se outra importante nova variável, a capacidade de usar novas personagens Kameo. Estas são, no fundo, personagens de substituição temporária, companheiros suplentes numa “tag team” que, embora não consigamos controlar directamente, podemos chamar quando considerarmos necessário, pressionando o botão R1. É possível fazer algumas combinações interessantes até, fazendo três ataques diferentes com estes companheiros.

As personagens Kameo são algumas das mais famosas do antigo Mortal Kombat que não conseguiram um lugar no elenco principal deste stress test. Tivemos Jax, Sonya Blade e Kano para escolher e mais serão revelados em breve. Esta nova mecânica é decididamente interessante e adiciona uma camada táctica adicional a um estilo de jogabilidade, já por si, muito frenético, a precisar de decisões rápidas. Esta nova funcionalidade cria ainda mais dinâmica nos combates, podendo ajudar em momentos críticos, com um ou mais golpes inesperados.

Estas personagens Kameo têm uma variedade de movimentos à nossa disposição mas, assim que acertarem ou errarem o inimigo, saem do combate até que sua “barra de acção” seja recarregada. Esta lógica foi projectada para garantir que não há abusos mas que possam, mesmo assim, os Kameos ainda sejam utilizáveis repetidamente dentro de um único combate. Tive alguma resistência inicialmente a usá-los mas notei que alguns movimentos são realmente úteis, por exemplo, quando Kano permanece a atacar o inimigo até soltarmos o botão.

As personagens principais com as quais pude jogar foram Liu-Kang, Kitana, Sub-Zero e Kenshi, havendo espaço para mais vinte personagens. Liu-Kang agora é capaz de lançar dragões de fogo em qualquer direção, com um que se move rapidamente ao nível do chão mas é particularmente lento. O ninja Sub-Zero pode criar vários clones de gelo de si mesmo para usar como defesa contra os golpes inimigos. Todos esses movimentos são espetaculares mas também servem para oferecer aos jogadores várias opções para aprofundar o uso da personagem e criar um estilo de jogo.

Nota-se particularmente que o objectivo da produtora é tornar as lutas mais criativas, dando mais poder estratégico ao jogador veterano que conhece bem as personagens, os seus poderes e o seu histórico. No entanto, tenho a certeza que, como quase todos os jogos de luta da última geração, MK1 é projectado para oferecer grande satisfação também para os iniciantes. Esta acessibilidade nota-se particularmente nos “combos” tão mais fáceis de executar, tornando os combates mais imprevisíveis para todos, o que levanta grandes expectativas para o futuro competitivo do jogo.

Embora limitado ao que foi dado acesso, arrisco dizer que a oferta é, de uma forma ou de outra, familiar para quem conhece os jogos anteriores. Algumas mecânicas do último MK11 foram descartadas mas estão de volta as barras de energia com três níveis. Com estas barras cheias (mais os Kameos disponíveis) permitem realizar um Breaker, que serve para quebrar ataques elaborados do adversário. Também o Fatal Blow de MK11 manteve-se, continuando a ser um golpe poderoso para disferir quando a barra de vida está baixa. Todavia, deixa de ser invencível, uma vez que o Breaker também consegue quebrar esse ataque.

Quando conseguem aplicar o Fatal Blow, a personagem principal e a Kameo dilaceram o corpo do adversário de forma muito semelhante a uma Fatality, com todo o gore que esperam. Para realizar este golpe, é preciso preencher a barra apropriada, começando com uma visão de raio-X que mostra a fractura causada nos ossos do adversário. São sequências algo longas, talvez até um pouco morosas demais. São também cenas passivas, já que, uma vez activado o golpe, não há nada a fazer, além de esperar que termine. Mas, pronto, nesses segundos dá para respirar um pouco.

Outra mecânica que desapareceu em MK1 foi a possibilidade de interagir com certos objectos dos cenários. Pelo menos nestes testes, obviamente. Embora não seja algo francamente “necessário”, era já uma “imagem de marca” da série e também de outros jogos do género. É possível que a produção ainda inclua esta funcionalidade mas nestes testes não pudemos destruir nada. Também só tínhamos dois cenários, demonstrando claramente que o intuito não era propriamente testá-los. Pode ser que ainda uma ou outra cadeira do cenário para desancar o adversário.

Tratando-se de um teste aos servidores, o modo principal da demonstração foi o modo online que colocava num frente a frente com lutadores aleatórios. Para além disso existia o modo típico do Mortal Kombat: Uma torre na qual cada andar é representado por um par (lutador e Kameo) para desafiar, e naturalmente vence quem derrotar a duo que está no topo. Certamente que versão final do jogo também vai oferecer outros modos, incluindo um que deve focar nas (novas) origens dos personagens principais, mas teremos de aguardar por mais informações.

Resta-me dizer algumas palavras sobre o que, sem dúvida, mais me impressionou deste teste a Mortal Kombat 1: O grafismo. Este novo jogo possui um novo design, incluindo modelos de personagens bem mais aprimorados do que vimos em MK11. Notei também que a produtora se dedicou mais às animações, um dos aspectos mais criticados dos últimos títulos MK e também da sua outra saga paralela, Injustice. Outro tanto esforço foi dedicado à construção dos cenários que, embora não tenha visto todos, diria que estão entre os mais espetaculares já oferecidos pelo género, com cores mais vivas, sem perder o tom característico da série.

Veredicto

O tempo de teste foi curto e limitado mas foi o suficiente para perceber que Mortal Kombat 1 regressa mais sólido, mais dinâmico e com um óptimo aspecto. Este é potencialmente o melhor título da série, regressando às origens mas avançando na mesma a nível técnico e na interacção. É graficamente exemplar, com um grande potencial para crescer em termos de complexidade técnica. Os novos Kameos são excelentes mas adorei toda a fluidez e dinâmica da pancadaria, com especial destaque para os tais “combos” aéreos. Agora quero mais.

Fiquei com vontade de jogar o jogo completo e ver como todos os outros modos funcionam. Teremos oportunidade de ver isso em breve, quando Mortal Kombat 1 for lançado na PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC no dia 19 de Setembro.

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