A Beta de Call of Duty: WWII

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Desde que foi anunciado, Call of Duty: WWII despertou muito interesse. A sua jogabilidade de sempre, num muito pedido regresso ao passado. Por isso, esta fase fechada de testes Beta foi recebida com muita expectativa. E nós contamos como foi para nós. 

Já muito se falou do rumo que a série Call of Duty levou nestes últimos anos. Muito foi escrito acerca dos saltos, das paredes trepadas e das armas futuristas. Não que os mais recentes jogos fossem maus de todo, mas era preciso, de facto, uma nova orientação porque, noutros lados, a jogabilidade simplificada de “pés no chão” dava cartas. COD continuará a ser COD, onde quer que aconteça a acção dos seus jogos. Contudo, há uma era que ditou uma moda há uns anos, uma era onde esta série fez nome. A Segunda Guerra Mundial está de volta. E mesmo que ainda falte algum tempo para que o jogo seja lançado, esta Beta deixou no ar a ideia que vai viciar muita gente.

Sejamos claros: nem todos vão gostar neste que pode ser entendido como um retrocesso na interacção. Já havia fãs da acção futurista dos últimos títulos. A prova disso mesmo é a quantidade absurda de jogadores de, mesmo sem essas mecânicas “saltitantes” dos jogos anteriores, são vistos aos saltos pelo mapa, talvez a tentar introduzir o parkour nos idos anos 40. No meu ponto de vista, Call of Duty jamais terá a acção “pesada” e terrena de outros jogos. Mandar-se para o chão ou saltar a disparar ainda é uma estratégia clássica, praticamente só possível nesta serie. Isto não é negativo, é apenas o ADN destes jogos a “saltar” ao de cima (viram o que fiz aqui?). Conjuntamente com os vícios da sua comunidade, ou nos adaptamos ou passamos à frente.

A primeira fase da Beta Fechada arrancou primeiro na PlayStation 4 no dia 25 de Agosto, durando todo este fim-de-semana passado. Foi nesta fase que testámos o jogo com a nossa PlayStation 4 Pro. A exclusividade temporária terminará a 1 de Setembro, data em que a Beta arranca também na Xbox One. Nestes testes estiveram disponíveis apenas os modos competitivos mais populares, com destaque para o novo modo multi-faseado War sobre o qual já falarei. Onde passei mais tempo foi a jogar Domination, Hardpoint e Team Deathmatch, como seria de esperar. Incluídos nesta fase, temos apenas 3 mapas para experimentar: Ardennes, Du Hoc e Gibraltar. Apesar desta oferta parecer escassa, deu para experimentar quase tudo o que este jogo oferece.

Embora seja uma viajem ao passado, é possível ver que este jogo é uma evolução clara da série, trazendo muita coisa aprendida dos jogos anteriores. Domination e Team Deathmatch são clássicos em que facilmente entramos no seu ritmo. Hardpoint é uma espécie de “homenagem” ao lendário modo Headquarters do passado, com captura e manutenção de zonas, estilo “king of the hill“. War é capaz de ser a melhor das experiências deste jogo, pelo menos nesta curta Beta. Um modo de jogo que nos recorda Rush de Battlefield na sua primeira fase, com uma equipa a atacar e outra a defender zonas de captura e com respawns limitados, terminando numa última fase com um tanque a percorrer o mapa numa espécie de Payload vindo de Overwatch. Genial, quanto a mim.

Com um nível máximo 20, que ainda ontem a produção da Sledgehammer elevou para 25, é muito fácil elevar a nossa personagem até ao seu limite de evolução nesta Beta. Contudo, o objectivo, parece-me, além de logicamente testar o jogo, era mesmo experimentar a lógica do novo sistema de Divisões. Este novo esquema de evolução leva-nos a escolher uma especialidade. Entre infantaria, aerotransportada, infantaria pesada, montanha e expedicionária, na verdade, há poucas diferenças aparentes, além do seu aspecto e fardamento. Contudo, uma análise cuidada permitirá perceber que estas divisões não são apenas uma organização cosmética, mas sim uma outra forma de evolução por classes com habilidades especiais.

Numa mecânica já vista noutros jogos, cada Divisão possui habilidades e treinamentos singulares. A infantaria pode carregar com baioneta, a aerotransportada pode usar silenciadores nas armas, a pesada pode montar metralhadoras para maior estabilidade, a de montanha pode marcar inimigos e reduzir recuo da arma e a expedicionária pode disparar munição incendiária com a sua caçadeira. Parecem habilidades meio opcionais, mas acabam por marcar a diferença. A aerotransportada parece ser a mais desejada, logo seguida pela infantaria. No entanto, aquela munição incendiária da expedicionária faz muitos estragos em espaços confinados. E há mais benefícios por cada classe.

O treinamento, uma espécie de bónus passivo, dá à infantaria a capacidade de levar dois extras na arma (punhos, miras, etc) na principal e um extra na secundária, a aerotransportada pode correr mais depressa e por mais tempo, saltando obstáculos, a pesada pode levar um lança-foguetes, duas peças de equipamento (granadas, por exemplo) e mandar explosivos mais longe se estiver a correr, a de montanha pode identificar os adversários mais longe, tem um mini-mapa mais amplo e não é afectado pelos streaks dos adversários e, por fim a expedicionária tem mais munições, não é afectada pelas ondas de choque e recebe menos dano por explosivos.

E apesar de podermos escolher uma destas especialidades e desbloquear de imediato um treinamento básico (perk) exclusivo, podemos usar todas as armas e perks em qualquer classe ou divisão, de forma independente. Onde se distinguem as divisões são as suas habilidades únicas. De resto, armas e perks podem ser usados por qualquer Divisão, desde que usem os tokens de desbloqueio que ganham a cada novo nível ultrapassado. Entendo o objectivo desta lógica para que todos possam usar todas as armas sem restrição. É que estas armas também possuem evolução própria para desbloquear os tais extras. Por outro lado, poderemos querer experimentar outras classes, mas manter a nossa arma de eleição.

E quem não tinha saudades dos famosos Killstreaks? É verdade, estão de volta os infames golpes de misericórdia especiais baseados em somatório de pontos, para lançar sobre os incautos. Desde o simples avião de busca que mostra os adversários no mapa, até tiros de artilharia que devastam o mapa, há envios de equipamento, bombas guiadas, lança-chamas, reforços por para-quedas, enfim, o costume. Infelizmente não consegui testar todos, uma vez que primeiro temos de desbloqueá-los com os tais tokens e, pronto, também não tenho assim tanta perícia para atingir tantos pontos para lançar os streaks mais elevados. Alguns exigem acumular muitos pontos sem morrer, o que em mapas mais pequenos é, muitas vezes, um golpe de sorte.

Em termos de jogabilidade, já mencionei que este é um regresso ao passado, no tempo da Segunda Guerra Mundial, com armas mais arcaicas, mas nem por isso menos letais. Não posso dizer que me tenha recordado os tempos idos dos primeiros CODs desta era, culminando no saudoso World At War. No entanto, tudo nos parece familiar, logicamente, até mesmo no lendário “ping” da espingarda M1 Garand a ficar sem munições. A jogabilidade simples e rápida é um claro contraste com outros jogos e um apanágio da série Call of Duty. Nota-se um claro cuidado nas animações para que não pareça tudo “mecânico” e pouco realista. No entanto, o ADN desta série está lá e é indelével. Não se preocupem se achavam que por não poderem trepar paredes que este fosse um jogo menos dinâmico. O vosso “run’n’gun” está garantido.

O que saltará à vista é mesmo o seu aspecto visual. Anos de evolução nesta série trouxeram-nos grandes melhorias gráficas destes os velhinhos COD na Segunda Guerra Mundial. Entre animações e texturas, além dos lendários efeitos visuais, sem esquecer os elementos de destruição e efeitos sonoros, tudo tem um aspecto polido, mesmo que seja um jogo em desenvolvimento. Na versão que experimentei esta Beta, o jogo pareceu-me sempre fluido e sem grandes quebras notórias. Não quer dizer que não existissem, afinal esta é uma fase de testes. O que destaco é mesmo a estabilidade geral desta versão, desde o arranque, matchmaking e em todas as sessões. Não me recordo de nenhum problema, além do ocasional lag causado por jogadores com ping elevado. E, claro… já tinha saudades das detecções de impacto das balas desta série… Ver a repetição da morte e constatar que morremos com 3 tiros no pé é um clássico.

Call of Duty: WWII será lançado no próximo dia 3 de Novembro para PlayStation 4, Xbox One e PC.

A primeira fase de testes em Beta Fechada decorreu na PlayStation 4 no passado fim-de-semana. A próxima fase arranca dia 1 de Setembro também na Xbox One. Há igualmente uma fase de testes Beta para o PC com data ainda por assinalar.

Para participar nestas Betas Fechadas, basta que pré-encomendem o jogo e receberão um código de acesso para activar no site oficial do jogo. É possível que uma nova Beta aberta decorra até ao lançamento do jogo.

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