Era uma vez uma coisa chamada “review bombing”

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As meta-análises, aquelas criadas pelos utilizadores que depois regulam a popularidade de jogos através de uma média de opiniões, podem ser bastante ingratas. Que o diga a Valve que vê constantes ataques a jogos através de análises negativas em catadupa no Steam.

A premissa é simples: não irritem os fãs dos jogos com medidas divisórias que eles respondem com o chamado “review bombing”. Não, não se trata de um bombardeamento real, mas há algumas chamas envolvidas, as do chamado “flamming”.

O mais recente exemplo desta atitude, teve a ver com o jogo Firewatch. Recentemente, Sean Vanaman da produtora Campo Santo teve uma querela com o popular Pewdiepie, que resultou num processo judicial contra o Youtuber. O processo visa obrigar o Sueco a tirar todo o conteúdo do jogo, numa questão de posturas racistas (recorrentes) do mesmo, que levaram a Campo Santo a cortar relações consigo. Justificável ou não, é uma situação algo irrelevante. O que é relevante é o que aconteceu a seguir.

Os fãs do milionário Youtuber decidiram invadir a página de vendas de Firewatch no Steam enchendo as suas meta-análises com comentários depreciativos e avaliação negativa. O resultado é uma descida abrupta na meta-avaliação do jogo de “Muito Positivo” para “Misto”. Ou seja, houve um “bombardeamento” de análises negativas, daí o nome “review bombing”.

Ora, a Valve há já algum tempo que tem vindo a criar algumas medidas para, não só prevenir análises tendenciosas que beneficiem vendas, mas também que não façam exactamente o contrário. As medidas tomadas, pelos vistos, não chegaram.

Embora reconheça que estas análises estão dentro do limites do objectivo das meta-análises (permitir a expressão da opinião da comunidade), Alden Kroll da Valve disse numa recente mensagem que questões externas à qualidade do jogo podem demonstrar descontentamento com atitudes ou posturas dos produtores e não propriamente com a qualidade do produto ou com a compra do jogo em si.

No estudo de possíveis soluções, chegou mesmo a pensar-se na remoção completa das avaliações das meta-análises, algo que acabou por ser posto de lado. A decisão acabou por ser, não agir directamente perante este fenómeno, mas criar uma medida para ajudar a combater os efeitos. Já antes era possível distinguir as análises datadas do lançamento, das feitas mais recentemente e até das que eram feitas com base em chaves oferecidas aos jogadores. Agora, é também possível consultar um gráfico com a evolução das análises.

Este gráfico permite ver as distorções temporárias das tendências de opinião de um jogo, anunciando quando há uma distorção assinalável. Esta análise visual permite ao potencial comprador do jogo estudar algum desvio das análises desde o início e de uma forma mais clara. Cada barra deste gráfico tem um resumo das análises em causa, confinadas num período de tempo estabelecido de uma determinada tendência.

Infelizmente, parece que nunca haverá uma solução concreta para este tipo de questões e para as suas consequências. As meta-análises têm estes “dois lados da mesma moeda”: Por um lado, dão voz aos fãs, por outro podem ser abusadas e tendenciosas.

Quanto a nós, dar uma mera avaliação positiva ou negativa sem grande justificação é algo muito limitador. Há muito mais para falar num jogo, por melhor ou pior que seja, que apenas dar alguns pontos ou carregar num botão de positivo ou negativo. Pelo menos, essa é a nossa visão como jogadores e consumidores.

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