O futuro da PlayStation 4: Slim e Pro

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Foi no dia de ontem, durante o PlayStation Meeting que a Sony finalmente apresentou ao mundo a sua (já revelada) PlayStation 4 Slim e o resultado do já anunciado Project Neo, a PlayStation 4 Pro. Vamos analisar as duas consolas com mais pormenor.

Se bem se recordam, aquando da E3 2016 fizemos o mesmo tipo de artigo para as novas consolas Xbox One. A Sony também se prepara para fazer umas alterações ao seu modelo-bandeira de consola de videojogos, a PlayStation 4. Tal como a consola rival, vamos ter uma PS4 mais fina e uma outra mais avançada tecnologicamente.

Já na altura em que a Xbox One Slim e Xbox One Scorpio foram anunciadas, ficaram no ar duas questões muito pertinentes: Será que os jogadores estão dispostos a comprar uma nova consola em tão pouco tempo no ciclo de vida do actual modelo? E, será que é mesmo preciso um aumento de potência para estreitar a distância que as consolas possuem do PC? As mesmíssimas questões são lançadas em relação à PlayStation 4 Slim e PlayStation 4 Pro. Mas antes de respondermos a estas questões, vamos conhecer as ditas consolas.

Começando pela que já conhecíamos, a PlayStation 4 Slim (CUH-2000) não era particular novidade. Mesmo assim, foi interessante ficar a saber que vai estar à venda já no próximo dia 16 de Setembro com um disto interno (HDD) de 500GB por um preço estimado de €299 (modelo de 1TB por anunciar está planeado). A principal novidade é mesmo o seu aspecto e peso mais reduzidos, numa reedição da consola PS4 original em termos de hardware interno. A Sony afirma que a nova consola é também até 34% mais eficaz ao nível energético.

Não há nada de assinalável em relação a esta consola em termos de performance, ao contrário da rival XOne S (em relação à Xbox One original). O seu hardware é exactamente o mesmo do modelo CUH-1200 anterior, com o mesmo APU da AMD “Jaguar” de 8 cores capaz de debitar 1.84 TFLOPS e a memória interna mantém-se nos 8GB GDDR5. De facto, tirando a tal eficácia energética superior, é a mesma PS4 com outra cara. Note-se porém que a saída digital óptica de áudio foi, efectivamente removida, como tínhamos reparado na fuga de informação de há alguns dias.

A estratégia de criar modelos Slim ao fim de um tempo, não é inédita, tendo a anterior plataforma PlayStation 3 recebido mais de um modelo “magro”, em jeito de “face lift” da consola. Reagimos a esta nova consola Slim com naturalidade, acreditando que os modelos compactos e redesenhados não essenciais para renovar a imagem do produto.

No que toca à outra consola apresentada ontem, aqui é onde a Sony prepara a tal esperada, mas, para muitos, pouco desejada revolução. A PlayStation 4 Pro é fruto do Project Neo que já conhecemos desde há algum tempo. É discutível quem teve a ideia primeiro, mas o que é certo é que tanto a Sony como a Microsoft estão a preparar modelos de consolas com melhorias de hardware assinaláveis que, teoricamente, irão tornar os actuais modelos, incluindo as Slim em (caras) peças de museu.

A contrário da Project Scorpio da Microsoft, porém, esta consola é real e não apenas um conceito. A PS4 Pro (CUH-7000) com disco de 1TB estará à venda já no próximo dia 10 de Novembro por um preço estimado de 399€. O novo modelo Pro também recebe as linhas rectas com cantos curvos que se estreiam no modelo Slim, embora com dimensões maiores e com outras diferenças visuais notórias. Contudo, é lá dentro que se esconde a verdadeira aposta da Sony, um upgrade de hardware que pretende dar novo fôlego tecnológico à PS4.

O grande chavão da PS4 Pro, como na Xbox Scorpio, é o 4K. A nova consola consegue correr jogos nativos nessa resolução, assim como conteúdos online também com 4K (curiosamente, não conseguirá ler filmes Blu-Ray com esta resolução). Duvidamos seriamente da insistência neste formato que, logicamente, parece beneficiar mais os construtores de televisores (como a Sony). O 4K é uma tecnologia impressionante, mas ficamos na dúvida sobre quantas pessoas estarão mesmo interessadas em apostar numa nova TV só para usufruir desta tecnologia, sabendo que os conteúdos nativos em 4K se contam pelos dedos de uma mão.

Resoluções à parte, segundo o comunicado à imprensa acerca das características da nova consola, o APU mantém-se (AMD “Jaguar” de 8 cores), assim como os 8GB GDDR5 de memória interna. A diferença aqui é a Sony anuncia 4.20 TFLOPS de capacidade processamento, talvez apostando numa nova geração do mesmo chip ou então recorrendo à muleta do “overclock”. Com esta capacidade, a Sony alega que a nova consola consegue até aumentar a qualidade de jogos actuais, “permitindo um framerate mais estável e elevado para alguns títulos”. Obviamente, os jogos futuros é que irão demonstrar as reais capacidades da consola, se os actuais estão já optimizados para o hardware existente.

Então e as actuais consolas PS4 que temos lá em casa? Juntamente com estas duas novas consolas, a Sony também pretende dar um impulso técnico a todos os sistemas, desde a actual PS4, passando pela Slim e chegando à futura Pro. A ideia é implementar (já na próxima semana) a arquitectura HDR que “permite a reprodução do brilho e escuridão para permitir uma mais ampla gama de cores”. Uma vez mais, esta tecnologia depende também do vosso televisor, se suporta ou não HDR, mesmo que seja Full HD.

Porque se trata de programação de software e porque os actuais sistemas já suportam esta tecnologia nos seus chips, basta que os produtores optem por actualizar os seus jogos com esta arquitectura. Se farão essa actualização realmente, é que teremos de esperar para ver. Novamente, talvez só vejamos o HDR em jogos futuros, mesmo que na conferência de ontem fossem apresentados jogos com Uncharted 4 já a correr esta tecnologia, com resultados brilhantes, diga-se.

De resto… o futuro é PS4 Pro. Apesar da Sony afirmar que as novas consolas irão “co-existir com a PS4 original” e que cada uma tem o seu papel no mercado, são à mesma 3 modelos, tendo um deles uma vantagem injusta e preço a condizer. O poder de compra de um jogador mediano não permitirá grandes margens para, em pouco mais de dois anos, comprar duas consolas. Sim, as melhorias técnicas da versão Pro valerão a pena, mas o investimento de cerca de 400€ não é muito acessível a todos. Pior é colocar a nossa PS4 lá de casa de lado porque “há uma melhor”.

As PS4, como as Xbox One, não deixam de ser um produto de consumo supérfluo, quase só para jogos, filmes ou outra forma de entretenimento. E não tentemos justificar a existência da consola lá em casa para outros fins, talvez dizendo que “navegam na internet” ou algo do género. Comprar uma consola nova quando a actual ainda se mantém como uma boa plataforma, pode ser uma jogada no escuro para a Sony, como a Scorpio será para a Microsoft, sobretudo em tempos de crise em que estamos.

E sejamos honestos. Mesmo que os jogos venham a ser realmente mais realistas e fantásticos com a PS4 Pro, continuamos restritos a uma consola de arquitectura fechada e limitada (tirando o disco interno, continua sem upgrades possíveis). O PC continua a oferecer a melhor experiência de videojogosm, apesar de tudo. Obviamente, 400€ é um investimento mais baixo que um PC de média/alta gama, mas até que ponto conseguimos justificar no orçamento familiar para, em dois anos, comprarmos duas PlayStation 4?

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