Jogos com pouca sanidade
Há videojogos para todos os gostos. Há videojogos sobre corridas de automóveis, sobre combates com armas de fogo, sobre luta de artes marciais, até sobre construção de cidades ou constituição de família, já para não falar nos inúmeros jogos que permitem criar um mundo de fantasia com uma personagem que criamos e evoluímos. Há de tudo e para todos os gostos. Mas, no reino anarca dos Indies há alguns títulos que são, à falta de uma definição melhor, um pouco estranhos. Saibam quão dementes e divertidos podem ser.
Surgeon Simulator
De simulador tem muito pouco. Surgeon Simulator é um pacote demente de interacção, sangue e humor negro. Se esperam aprender a fazer cirurgias complexas como transplantes de rins, esqueçam. Aqui usa-se toda uma panóplia de objectos cortantes, que consigamos apanhar com estes controlos parvos, para esventrar um paciente e depois mandar lá para dentro os órgãos a transplantar… à balda… Partem-se costelas com berbequins para arrancar o intestino que está ali só para atrapalhar e arranca-se o rim à força. Ou então troca-se o cérebro do paciente… também à balda. Controlamos apenas o movimento de um braço, rotação do pulso e o abrir e fechar de cada dedo. Até podemos fazer tudo isto numa ambulância em andamento cujo condutor tirou a carta ontem, ou no espaço com tudo a flutuar. Se seres humanos não chegarem, experimentem fazer um transplante de Robbaloraz num extraterrestre desdentado…
Nível de Demência: 9/10
Ampu-tea
Alvo de uma série de críticas (não só de plágio mas também de ridicularizar amputados, estereótipos ingleses e tantas outras coisas), Ampu-tea é uma espécie de simulador de… fazer chá… só com um braço mecânico, desajeitado e que é controlado com o rato com os mesmos controlos de Surgeon Simulator. Estes são propositadamente complicados de manejar e igualmente difíceis de dominar. O simples acto de pegar numa caneca é uma tarefa hercúlea. O resultado é uma boa quantidade de horas absurdas a tentar colocar o simples saco do chá na caneca. A ironia é que, ao contrário do jogo em que se inspira, este envelhece muito rapidamente nas nossas mãos. Não há grande desafio, excepto misturar o chá na água. É que fazer chá não é tão divertido como operar alguém e ver os órgãos a saltar… Mas é igualmente demente. Quando tudo falhar, mandem tudo pelo ar…
Nível de Demência: 8/10
Goat Simulator
Mais um simulador. Havia muito para dizer deste jogo, mas já fizemos aqui uma análise. Pensem o que quiserem, mas é inevitável questionar a sanidade mental do pessoal que produziu um jogo em que personificamos uma cabra, temos uma língua pegajosa e o objectivo é espalhar o caos. Esqueçam lá os grandes simuladores de combate. Esta é a guerra que vão querer travar num mundo em que podemos ser atropelados a seguir a fazer explodir uma bomba de gasolina a 1 km e depois de projectados pelo ar com uma pá colada na língua. E nem queiram imaginar a quantidade de fãs que este jogo já tem na comunidade Steam.
Nível de Demência: 7/10
Catlateral Damage
Que os gatos são uns sacanas já o sabíamos. E digam lá que não sonharam nunca em ser um gato e andar por aí a fazer… gatarias… Não? Façam de conta. É que agora já podem no Catlateral Damage, que já tínhamos falado aqui. Subam à prateleira mais alta lá de casa e mandem esses livros e DVDs cá para baixo. Só entende quem tem ou teve um gato em casa. Quando os felinos embirram, nada se safa. Ganhamos mais pontos pelo tipo de objectos que mandamos ao chão. O resultado é uma sala que nenhum dono quereria encontrar. O gato, esse, talvez nem se importe com o que achamos. Deve estar a lamber-se todo num canto. Mas, por favor, não façam isso. Fiquem-se só pelas patadas nas coisas. Simulador de gatos mas nem tanto.
Nível de Demência: 7/10
Rock Simulator
Quando ouvi falar deste projecto pela primeira vez, achei que era uma piada. Aliás, toda a gente pensou. Depois de tantos simuladores “interessantes”, como empilhadoras, camiões ou construção de pontes (super interessantes) e até de cirurgias, achei que se tinha chegado ao expoente máximo do que se podia atingir em simuladores de loucura. No entanto, Rock Simulator (e o jogo a seguir) é um bom exemplo de que não devemos falar demais. Este é um projecto em andamento de um “jogo” em que podemos “simular” olhar para uma rocha… em diferentes ângulos… com fundos diferentes e… música duvidosa… tudo com o fantástico Unreal Engine por detrás. Ainda há esperança, porque o projecto ainda não passou disso mesmo, apesar de alguns vídeos (que já foram removidos) mostrarem mesmo um pretenso “jogo” final. Por enquanto é só uma (má) ideia que esperamos seja só uma piada de mau gosto. Até porque mesmo o trailer não quer ser levado a sério.
Nível de Demência: 10/10
Grass Simulator
Para não variar, também é um simulador. Não bastava o jogo acima, surge este. A sério, o que é que estas pessoas pensam? Este jogo até prevê modos multi-jogador! A sério? Um simulador sandbox de relva com dinâmicas avançadas e em que podemos andar pelo mapa e coexistir com outros jogadores e… vacas… Repito! Um simulador de RELVA! Haja bom humor, de facto, para fazer jogos de gozo, mas este projecto já está no GreenLight do Steam e conta com milhares de votações. Ou seja, ao contrário de Rock Simulator, ao que tudo indica, este já está a ser produzido e em vias de ser lançado. Aparentemente, ver relva a balouçar ao vento é uma “cena do momento”.
Nível de Demência: 10/10
Conhecem mais jogos dementes? Acham que é possível que estes jogos sejam ultrapassados em níveis de loucura? Partilhem connosco esses jogos doidos. Até porque, provavelmente, são os vossos “pequenos segredos” no vosso PC ou consola.
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