Lisboa Games Week 2015
Continuamos um pouco na esteira do que melhor se faz lá fora em termos de certames dedicados aos videojogos. Já no ano passado, porém, a Lisboa Games Week demonstrou que somos capazes de fazer eventos significativos. Saibam o que por lá encontrámos nos dias em que visitámos a maior feira de videojogos de Portugal.
Um ano depois, a LGW teve imenso tempo para amadurecer. Alguns erros do ano passado tiveram oportunidade de serem corrigidos enquanto que algumas áreas podiam ser melhoradas ou expandidas. Por isso, a nossa expectativa era, de alguma forma, grande em relação à feira que iríamos ter este ano. Infelizmente, parece que nem tudo correu bem nalguns pontos, mas há muita coisa positiva a reter da edição deste ano.
E falemos primeiro nesses pontos positivos. Uma vez mais, a LGW teve enorme afluência. Confusão à parte, porque há sempre quando se junta muita gente num só local, a organização deve estar a celebrar um enorme sucesso. É sempre agradável ver como o mundo dos videojogos está com força com muita gente cheia de vontade de pegar nos comandos ou teclados e ratos. Também temos de dar os parabéns aos expositores pela enorme oferta de jogos, mas também PCs e consolas disponíveis para jogar.
Claro que temos de dar os devidos parabéns à Sony PlayStation pelo espaço, realmente, dedicado aos jogadores. Ocupando o maior espaço de todos, quase 1 terço do Pavilhão 4 da FIL de Lisboa, a PlayStation teve o seu enorme espaço. A sua dimensão gigantesca deu espaço para imensas zonas temáticas. No auditório no centro, realizaram-se diversos torneios (inclusive o de FIFA 16 onde ajudámos o nosso leitor José Soares a levar uma PS4 para casa). Foi também neste auditório que se apresentaram as novidades PlayStation, inclusive o novo PlayStation VR.
No foco, claro, estavam os jogos. Com diversos stands temáticos, o claro destaque foi para os grandes jogos campeões de vendas, como Call of Duty: Black Ops III, Destiny, Star Wars Battlefront, Street Fighter V ou FIFA 16. Também jogos “da casa” como a série Uncharted, o Dogchild que recebeu um prémio de melhor jogo independente em Espanha e que, como tal, irá receber um forte financiamento pela parte da Sony. Os PlayStation VR eram provavelmente a melhor novidade do evento, com três espaços de demonstração disponíveis: um com o conhecido The Deep, que coloca o jogador debaixo de água e duas partes do jogo London Heist.
Contudo, apesar do WASD ter feito marcação para experimentar os PS VR a nossa hora calhou numa altura que os óculos virtuais tiveram uma avaria. No entanto, a Sony PlayStation não nos irá deixar ficar mal e não irão faltar oportunidades de experimentar os PlayStation VR no futuro de modo a partilhar com vocês a nossa opinião.
Também a Nintendo esteve presente no local também com um auditório dedicado a exibição de jogos e torneios. O Mario Kart e o Smash Bros U foram os jogos de destaque deste stand, equipado com uma enorme televisão e uma plateia para assistir aos torneios. O stand da Nintendo esteve sempre cheio de pessoas, fosse para assistir às apresentações ou demonstrações, participar nas actividades ou somente para experimentarem as novidades das consolas Wii U ou 3DS.
Upload Distribution fez valer sua representação em Portugal da Warner Brothers (e não só) com os melhores jogos do momento. Mad Max teve direito a um espaço próprio com decoração à medida. Também a marca LEGO esteve por lá com a estreia de LEGO Marvel Avengers em acesso antecipado. No já mencionado stand da Sony, estiveram por lá outros dos seus jogos, desde Mortal Kombat, Batman Arkham Knight ou WRC 5.
Como não poderia faltar, a origem dos videojogos estava também presente num espaço dedicado exclusivamente ao retrogaming e, uma vez mais, ficou a cargo da Nostalgica (anteriormente conhecido por “The Games Detective”). Estavam presentes arcadas, vários Commodore Amiga, Pong, enfim, uma série de consolas e computadores com os melhores jogos clássicos, para todos testemunharem como tudo começou. O Spectrum Vega, que tivemos a oportunidade de analisar recentemente, também marcou presença e teve direito a um pequeno torneio onde o vencedor levava para casa o próprio sistema. Não podemos esquecer que a Nostálgica será, muito em breve, um sinónimo de retrogaming em Portugal quando abrir o nosso primeiro museu de Videojogos.
Uma falta assinalável foi a ausência da Bandai Namco do certame. Depois de no ano passado ter quase eclipsado os demais stands com um espaço gigante de jogos da sua representação e da Electronic Arts, este ano não compareceram. Se pensarmos no vasto leque de jogos em portfólio que esta última empresa possui, ter apenas alguns destaques no stand da PlayStation parece-nos algo diminuidor. Já nem falamos nas séries da Bandai que passaram ao lado dos visitantes, como The Witcher III, Dragon Ball, Project Cars ou outros jogos de sucesso. Poderão não ser reais novidades, mas não deixam de pertencer ao que de melhor há no mercado no seu género.
E o que nos deixou verdadeiramente desapontados, foi a ausência da Microsoft. Tirando algumas consolas presentes num stand de terceiros, a Xbox One passou ao lado do único evento dedicado aos videojogos com a dimensão de Feira. No ano passado a Xbox One teve enorme destaque e protagonismo, ajudando a tornar-se na verdadeira alternativa do mercado. Com o crescimento desse interesse e importância da Xbox One em Portugal, esperava-se que este ano a sua presença fosse ainda maior. De facto, esta ausência da Microsoft só deu (ainda) mais espaço à rival PlayStation. Não vamos tentar discernir as estratégias da empresa, mas passar ao lado do único evento significativo no meio, parece-nos uma má opção.
A ASUS, como já tem vindo a ser hábito em vários eventos, como a ida XL Party, marcou presença com o seu auditório e palco próprios para torneios de jogos em PC. A sua marca Republic of Gamers tem com foco o jogo amador ou profissional. Trouxe ao local diversos jogos em torneio com especial destaque ao emocionante torneio de CounterStrike Global Ofensive que juntou centenas de pessoas no espaço.
As duas grandes lojas do momento, dedicadas a periféricos de Gaming, marcaram presença nesta edição. A nossa parceira FraggerZStuff estava no centro do pavilhão com um stand vistoso e com preços convidativos das marcas que distribui: Astro, SteelSeries, Mad Catz e Saitek. Alguns torneios realizaram-se neste espaço que, apesar de dimensões razoáveis, a dada altura se tornou muito pequeno para tanta audiência. Do outro lado, a GamerShop num espaço igualmente grande, tinha também os seus produtos à venda e com um sistema de ofertas através das populares raspadinhas, que eram dadas ao comprar qualquer produto acima de 35€.
De resto, imensas pequenas lojas estiveram no local, desde fan stores com artigos e curiosidades ligadas ao lore dos videojogos e manga, lojas de comics ou de coleccionáveis e, como sempre os cosplayers marcaram presença com imensas personagens de jogos e não só a desfilarem pelo recinto e a participarem em iniciativas e passatempos. Houve também espaço para alguns patrocinadores colocarem os seus espaços, mesmo que um pouco fora de contexto.
Como não poderia faltar, os Youtubers portugueses estiveram também presentes na LGW e conseguiram levar consigo uma grande enchente de jovens jogadores para as suas sessões de autógrafos. Fer0m0nas, D4rkFrame e outros tantos famosos dos streams e gravações de jogabilidade, foram alguns dos recentes fenómenos que estiveram presentes no evento e que atraíram sobretudo os visitantes mais jovens, em busca da selfie ou do autógrafo.
Então o que foi para nós a LGW deste ano? Digamos que houve aqui um sentimento agridoce. Por um lado gostamos de estar presentes nestes eventos e gostamos que o tema nunca perca a força. Estar num espaço para jogar com outros interessados e partilhar esta paixão pelos videojogos, não tem preço. Agora, é preciso ter em conta que, provavelmente, não precisamos de um espaço tão vasto para alguns expositores. Na verdade, o certame deste ano foi menor em comparação ao ano passado em termos de novidades, revelações ou exclusivos. Também foi menor em termos de variedade de expositores com ausências assinaláveis. A resposta da organização foi aproveitar o pavilhão o melhor possível, dando mais espaço para os expositores. Isto criou situações de falta de espaço de circulação nalguns pontos em horas de maior afluência, em contraste com zonas sem qualquer actividade.
Também temos de assinalar que, novamente, não houve controlo de idades em todos os espaços. Damos os parabéns à Sony PlayStation por ter no local promotores que barravam o acesso a menores em jogos mais violentos como o Black Ops III. De resto, ver crianças a jogar jogos com conteúdos para adultos, deixa-nos sempre apreensivos. Muitas vezes estão lá os pais ao lado, o que não deixa de ser irónico. Felizmente, este ano havia mais espaços de restauração, sem ter que nos dirigir para fora do recinto. A oferta, mesmo escassa e algo dispendiosa é sempre agradável para um snack rápido, uma vez que alguns bilhetes não permitem reentrada.
Para o ano esperamos mais. Gostaríamos que a próxima LGW tivesse mais oferta, mais novidades, mais expositores e ainda mais diversão. Há margem para melhorar. Há muito apreço e interesse pelo evento e a prova são as longas filas para as bilheteiras, sobretudo no fim de semana.
O WASD esteve presente como parceiro media e agradece à empresa promotora E2Tech todo o apoio prestado. Até para o ano.
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