Os Jogos de 2013 que não podes perder
Este foi um ano em cheio, repleto de grandes e bons jogos. Por isso, não podíamos terminar o ano sem vos falar daqueles que consideramos os melhores jogos que nos passaram pelas mãos, e consolas, nos últimos 12 meses. Como a nossa equipa tem um gosto muito variado (são uns chatos, é o que é), não nos entendemos, não chegando a qualquer acordo democrático sobre qual seria o melhor do ano 2013. Após incessante discussão, decidimos apresentar-vos aqui aqueles que foram, individualmente, os 5 melhores jogos de 2013 para cada um dos redactores. Deixamo-vos ainda a hipótese de verificarem se os nossos gostos permaneceram inalterados desde Junho, quando discutimos quais eram os melhores jogos até a data.
Opinião de Miguel Guerra
Menção Honrosa Indie – The Stanley Parable
“Este jogo indie das mentes brilhantes da malta da Galactic Cafe, baseado no motor gráfico Source, não é para toda a gente, é certo. Não é um jogo que alimente aqueles que gostam de disparar sobre tudo o que mexe e também não é um jogo para aqueles que procuram um jogo para a vida, uma vez que a sua longevidade é curta. Não obstante, esta é uma das melhores experiências indie com que o ano de 2013 nos presenteou… senão a melhor. Escrever nesta indústria dá gosto quando nos chegam às mãos jogos como The Stanley Parable. Peças únicas que quebram a monotonia, que arrancam a ferros a sua originalidade, e ainda conseguem dar ao jogador a liberdade de decisão, sabendo compensá-lo por isso de forma inteligente.”
5 – Broken Sword 5: The Serpent’s Curse
“Jogar este Broken Sword 5: The Serpent’s Curse faz-nos lembrar como é ler um bom livro de banda desenhada com um excelente trabalho de ilustração. Este era um dos regressos do ano 2013 que mais ansiava e não fiquei desapontado. Acompanho a saga Broken Sword desde 1996, quando o primeiro jogo saiu e esta quinta aventura de George Stobbart e Nico Collard é um sério regresso às origens e uma brilhante resposta a tudo aquilo que os fãs têm vindo a pedir à Revolution Software. É certo que a história demora a arrancar mas cada momento é bem passado com diálogos inteligentes e bem humorados. Só é pena que tenhamos de esperar mais uns meses pela continuação de uma história que parece destinada ao sucesso mas que, apesar de tudo, pelo hiato em que a narrativa fica, o WASD não pode dar melhor nota. Seja como for, não percam o próximo episódio porque nós também não.”
4 – Dota 2
“Dota 2 é um daqueles jogos que assim que o começamos a jogar nos dá a percepção que veio para ficar. Rapidamente vês-te a voltar ao jogo vezes sem conta, nem que seja só para ver uma partida de Dota enquanto comes o pequeno almoço. A Valve apostou forte neste free-to-play e a recompensa que receberão será a de que daqui a uma série de anos ainda terá jogadores a jogar a este brilhante MOBA. A complexidade enriquece-o mas é também esmagadora quando leva a que quem já o compreenda no seu todo não tenha por vezes a paciência para suportar os erros de quem acaba de chegar. Embora se demore a escalar a montanha de aprendizagens necessárias para que se consiga ser um bom jogador em Dota 2, a experiência recompensa e o resultado é um jogo de estratégia meticulosamente bem feito e que, para além de tudo, transcende o rótulo de ‘jogo’ ou ‘MOBA’ e se transforma num desporto de massas.”
3 – Tearaway
“A Media Molecule criou para Tearaway a sua própria mitologia e o resultado é um jogo para toda a família e para todas as idades. Este é um daqueles jogos que só funcionaria na PS Vita e isso é bom para a potenciar. Tearaway é um jogo fantástico e não pode ser deixado de parte por sair tão perto de outros grandes lançamentos. Este é, até agora, o melhor exclusivo da portátil da Sony. A Media Molecule está, claramente, na indústria de videojogos para inovar e contrariar todos aqueles que procuram reciclar todos os anos as suas franchises sem grandes mudanças. Tearaway é, por isso, um jogo que não pode ser contornado e uma compra obrigatória para todos os jogadores donos de uma PS Vita. Para mim, o jogo do ano das portáteis.”
2 – Bioshock: Infinite
“Um dos jogos mais aguardados de 2013 revelou-se o que se esperava dele. Com um dos fins mais memoráveis de sempre, o mundo de Columbia é, absolutamente, brilhante. A juntar a isto, os produtores tiveram a fantástica ideia de adicionar à banda sonora a obra prima do Séc. XVIII de Mozart, Requiem. Resultado? Para mim, um dos melhores momentos de sempre em jogos. Infinite é um must-have de 2013.”
1 – Ni No Kuni: Wrath of the White Witch
“Juntar no mesmo jogo, Studio Gibli e Level 5, só podia dar bom resultado e foi o que aconteceu. O jogo pode não ser perfeito (ainda hoje tenho alguns pesadelos com a música de batalha) mas trouxe-me aquela que considero a melhor experiência de jogo do ano de 2013. Sobretudo porque se traduziu na recuperação das mecânicas e clichés da velha guarda dos JRPG’s da antiga Super Nintendo. Ni No Kuni: Wrath of the White Witch está repleto daquela sensação nostálgica que todos os fãs do género mereciam já há alguns anos. Se gostas do estilo e de tudo o que o acompanha faz um favor a ti próprio e não percas este jogo. Volto a dizer, Ni No Kuni não é perfeito mas mostra o futuro do género ou, pelo menos, o lugar de onde nunca deveria ter saído.”
Opinião de Ivo Pereira
Menção Honrosa Indie – Hotline Miami
“Um indie do melhor que já foi feito. Coloca-nos no papel do psicopata que mata tudo e todos, sem sequer se preocupar porque está a fazer aquilo e sem saber o que o motiva a tal violência. É visceral, emociante e tenso! A ligação entre jogabilidade, banda sonora e gráficos é a melhor que já vi em algum jogo, tudo encaixa na perfeição! Recomendo a todos!”
5 – Tomb Raider
“Sempre segui de perto as aventuras da Lara Croft, esta arqueóloga, que teima em destruir tudo por onde passa, não passou despercebida com o novo jogo e conseguiu levar novamente o franchise ao topo. Tem mais acção e menos puzzles que os jogos anteriores mas, nada que me deixe chateado, Lara Croft continua a minha heroína favorita!”
4 – Super Mario 3D World
“Super Mario 3D World é o exemplo ideal do que a Nintendo faz de melhor, é vibrante, divertido e atinge outro nível de excelência no franchise! São mais de 80 níveis com um design brilhante mas é no modo cooperativo que está a verdadeira diversão! Não é apenas mais um jogo do Super Mario mas sim o jogo que os fãs esperavam do famoso canalizador.”
3 – Zelda: A Link between Worlds
“Em A Link between Worlds, o mundo que conhecemos pela primeira vez em A Link to the Past foi reconstruído com um facelift. Recebeu novas masmorras, engenhosos quebra-cabeças e uma mão cheia de surpresas que agradarão, não só aos velhos fãs da série, como aos jogadores que vão entrar pela primeira vez em Hyrule. É impressionante como cada aventura de Link, seja ela em 3D ou 2D, é sempre épica e inesquecível!”
2 – The Last of Us
“Quem diria que a produtora responsável por Crash Bandicoot viria a fazer um jogo do género de The Last of Us!? O instinto de sobrevivência, a história bem escrita e a forma como a Naughty Dog conseguiu criar novas criaturas… The Last of Us é mais que um jogo, não há mais nada a dizer!”
1 – Grand Theft Auto V
“Uma série que sigo desde o primeiríssimo jogo, pensando bem… sigo antes mesmo de ser maior de idade! Grand Theft Auto é um franchise que sigo muito de perto, não falho um jogo e consegue surpreender-me sempre! GTA 5 não é excepção, tem um mundo gigantesco com mais liberdade do que aquela a que já estamos habituados, ainda por cima com um modo online!”
Opinião de André Broa
Menção Honrosa Indie – Papers Please
“Criado por Lucas Pope, coloca-nos no papel de um cidadão da cidade comunista de Arstozka. Chamado para trabalhar como inspector de imigração na fronteira entre dois países que recentemente cessaram uma guerra de seis anos. Estes elementos fictícios, inspirados no período opressivo da guerra fria vivido na Europa do Leste, alimentam todo um ambiente pesado e uma narrativa distópica que apesar de não ser muito complexa é decididamente envolvente em todos os aspectos.”
5 – Brothers: A Tale of Two Sons
“Numa aventura entre dois irmãos, na tentativa de salvar o seu pai doente, o jogador é confrontado com um sistema de controlo único onde os dois sticks controlam individualmente cada irmão. Cada um com a sua personalidade e características físicas que se irão reflectir sobre os obstáculos que lhes surgem ao longo da sua aventura. É daqueles jogos que nos marcam pelo seu conceito simples e inovador. Aliás é daqueles jogos que só de explicar a mecânica de jogo engenhosa é o suficiente para convencer qualquer um. Só esse factor para mim é genial, é curto sim, mas sabe que nem ginjas. ”
4 – Remember Me
“Poderia dizer que o jogo funcionou, porque realmente tenho algo pelo qual me lembrar dele. Foi criado por um novo estúdio francês e apadrinhado por um japonês. A DontNod criou algo refrescante no seio dos videojogos, um jogo de aventura, com elementos de brawler e combo manager num ambiente futurista que só na terra de Napoleão sabem fazer com toda esta envolvência. Todo o jogo consegue conjugar bem com os seus elementos de acção e desenvolvimento de enredo com o tema de manipulações de memórias. Conta ainda com uma banda sonora bastante diferente do que estamos habituados misturando música electrónica com uma orquestra sinfónica. É, sem dúvida, um jogo a não perder.”
3 – The Wonderful 101
“Wonderful 101 tem mais clichés do que um filme de sábado à tarde. Não é para jogar pelo seguro mas sim aliar esses conceitos ao bom humor e a acção levada ao exagero! A atenção ao detalhe é tão absurda quanto o próprio conceito do jogo. É simplesmente incrível o enorme esforço criativo e humorístico investido em todos os pequenos elementos tornando assim, todo este universo, o mais coeso possível. Com uma surpreendente variedade e quantidade criativa nos inimigos e formas especificas de os derrotar. Cativa o uso de todo o arsenal de habilidades e “unite morphs”, solidificando toda a mecânica de jogo. Para quem tem uma Wii U este é, sem dúvida, um dos jogos a não perder. Passou um pouco ao lado de muita gente mas é realmente um jogo único, frenético,cheio de humor e que faz total uso de todas as capacidades que a Wii U tem para oferecer. Pessoal, é do mesmo criador de Resident Evil, Okami, Bayonetta e Devil may Cry. Coisa pouca… e por falar no DCM…”
2 – DMC – Devil May Cry
“Para mim, este jogo, foi o que mais impacto visual teve este ano. Não só em termos de design dos nivéis (que rebentam com a escala da genialidade) como também na sua adaptação do conceito pré-existente das sequelas anteriores. A Capcom decidiu fazer outsourcing e passou a tocha à produtora Ninja Theory, que já provou noutros títulos a sua habilidade brutal de criar visuais arrojados de cores fortes, mantendo ao mesmo tempo um gameplay aliciante. Este é, sem dúvida, o caso onde tudo funciona na perfeição ao ponto de cada combo que inventamos ser açúcar às nossas sinapses… e como sabe tão bem rebentar com todos os demónios de todas as maneiras possíveis e imaginárias! O melhor disto tudo é mesmo a banda sonora, criada exclusivamente para o jogo por bandas conhecidas como Noisia e Combichrist, cada uma especializada em electronica e heavy metal – a cereja no topo do bolo. Se gostam de adrenalina e acção este é o reboot deste ano, e por falar em reboot…”
1 – Tomb Raider
“E pronto chegamos ao topo da minha lista deste ano. A série Uncharted e Tomb Raider são bastante diferentes mas ninguém pode negar que muito se inspiraram mutuamente ao longos dos tempos e o que têm mais em comum? Ambos nos deixam a jogar na ponta do nosso assento com momentos de pura adrenalina que até lágrimas nos trazem aos olhos. Isto para mim é o ex-libris de que um jogo pode representar: uma experiência onde a adrenalina, acção, enredo, personagens, banda sonora e mecânica de jogo se encontram em perfeita sintonia e é o que este fantástico reboot nos veio trazer. Numa espécie de prequela à única personagem de vídeojogo a aparecer na revista TIME, conseguindo juntar elementos de metroidvania e Zelda com controlos excelentes. Um bom regresso ao conceito de exploração e simplesmente um vicio em todos os aspectos… o que posso dizer mais? Vão jogar!”
Opinião de João Pinto
Menção Honrosa: Assassin’s Creed IV Black Flag
“Yaaaargh! É inevitável não sentir uma atracção pelos famigerados piratas. Ah, vil busca pelos tesouros! Ah, degustação de rum até dizer basta. E aquelas lutas de espadas em cima dos mastros dos navios, as cargas de canhão que destroem os porões cheios de pólvora. Até mesmo as lutas de taberna nos portos ou o resgatar de amigos no cadafalso. Há isso tudo em Assassin’s Creed IV.”
5 – Tomb Raider
“Para alguém que, como eu, nunca foi grande fã da Lara Croft, conseguir cativar-me para o jogar até ao fim e obter tantas horas de gratificação gráfica, só tenho pena de não ser realmente um fã da série. Deste jogo sou de certeza!”
4 – Gran Theft Auto V
“Loucura permeada com liberdade total só pode resultar em caos. Online ou Offline GTAV é o que define o que um jogo devia ser sempre: pura diversão e grande vontade de ficar horas agarrado ao ecrã.”
3 – Battlefield 4
“Battlefield 4 não é perfeito mas é um passo em frente, uma evolução e tem muitas novidades. Não é todos os dias que uma série de sucesso se esforça por não se repetir com jogos clonados das versões anteriores. Battlefield 4 é muito mais que uma colecção dos jogos anteriores.”
2 – Bioshock Infinite
“Poucas são as sequelas que conseguem ser melhores que o jogo original. Regra geral, ou são mais do mesmo ou são tão diferentes que não fazem jús ao primeiro jogo. Se a série tivesse terminado com o segundo jogo, seria mesmo isso. Mas Bioshock Infinite é um jogo que consegue manter a fantástica aura do primeiro jogo, o mesmo ritmo, mas acrescenta tanta coisa nova que pode muito bem sobreviver sozinho. Mesmo que lá para o fim visitem Rapture… mas não vos disse nada, ok?”
1 – The Last of Us
“O jogo que definiu o melhor que a Playstation 3 podia fazer e só desapontou porque queríamos mais e ficámos pendurados com o seu fim ambíguo. Quase, quase perfeito.”
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