Porque caí de amores por The Fall

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Estamos no fim-de-semana, o tão chamado aqui por nós na redacção como o “Descanso dos Justos“. Para o aproveitar resolvi (a muito custo) dar descanso ao meu adorado The Witcher 3 e enveredar por uma experiência completamente nova. Quando recebi The Fall, não sabia bem o que esperar deste título, a cargo da Over The Moon. De modo a não deturpar a minha experiência com os títulos que vou abordar, tento sempre informar-me o menos possível sobre o seu conteúdo, antes de os experimentar. Em terras lusas, foi no dia 13 de Março que The Fall chegou à eShop e posteriormente à minha Wii U. A acompanhá-lo, uma aventura que ainda não consegui largar.

A história do jogo coloca-nos no controlo de ARID, a inteligência artificial a bordo de um fato de combate de alta tecnologia. Após uma queda aparatosa nas instalações de um planeta desconhecido, o piloto humano está inconsciente levando a que o programa de ARID se activasse. O seu objectivo é muito claro: encontrar ajuda médica para o seu piloto humano.

Só que para isso, terá de explorar este planeta que logo de início se mostra hostil. Tudo é escuro, tudo é sombrio e rapidamente começamos a reparar na ausência de outros humanos numa instalação claramente construída com as nossas mãos. Para quê? Não vos vou estragar essa surpresa.

Bem ao jeito de uma aventura gráfica, cada cenário vai apresentar-se como um puzzle que teremos de solucionar, se o quisermos atravessar. Para isso, muitas vezes ARID terá de tomar decisões que fogem por completo às regras pelas quais ela sempre se rege. Uma I. A. nunca questiona, simplesmente executa mas quando os obstáculos começam a aparecer e a barrar-lhe o caminho em direcção ao seu objectivo final, a sobrevivência do seu piloto, isto obriga-a a tomar decisões que de outro modo nunca teria sequer equacionado. É precisamente este conflito que tanto me tem atraído e prendido este fim-de-semana. Desculpa lá Geralt isto é só um pequeno desvio, prometo! Rivia está a apenas uma consola de distância! O facto de descobrirmos que há funcionalidades do fato de ARID que precisamos de desbloquear, como a camuflagem, conferem-nos também um enorme interesse em descobrir o que mais é possível fazer e de que formas a jogabilidade pode vir a ser alterada no decorrer desta aventura.

A narração está excepcional e a voz, apesar do que muitos dizem, não fica nada atrás ao dar vida às personagens que vamos encontrar neste jogo. Já os cenários, apesar de não serem o ponto mais forte de The Fall, assentam muito bem nesta aventura sombria. Imaginem que Dead Space se cruzava, com um Broken Sword misturado com um Monkey Island. Se conseguirem imaginar, já conseguem ter uma noção da pérola que se calhar muitos de vós deixaram escapar.

Na WIi U a jogabilidade apresenta imperfeições que não deturpam, de todo, a minha experiência com o jogo. Em termos de bugs, só apareceu um e nada que um simples sair e voltar a entrar não tivesse resolvido. O controlo da personagem em si, é sim, por vezes incómodo na medida em que para alternar entre o laser da arma e a lanterna, precisamos de apontar com o analógico direito e pressioná-lo ao mesmo tempo. Já se quisermos utilizar algum item do nosso inventário, temos também de apontar com o analógico direito do Gamepad, manter pressionado o botão R para abrir o inventário e percorrê-lo com o analógico esquerdo. Isto faz, com que a vertente de aventura gráfica de The Fall não seja muito intuitiva e confira algum desconforto ao jogador.

Mas se há coisa que o Gamepad faz bem, é oferecer-nos a possibilidade de jogarmos remotamente. Nada como colocar uns belos Phones e ouvir em toda a sua glória o… silêncio horripilante, com o ocasional ruído aqui e ali de algo a deslocar-se no escuro… Sabem que mais, acho que é uma péssima ideia!

Se conseguirem, contornar o pequeno ginasticar de dedos ao qual The Fall nos obriga para que possamos controlar ARID, espera-vos uma aventura aliciante. Melhor ainda é descobrir que esta é apenas a ponta do Iceberg na primeira parte de uma trilogia da qual mal posso esperar para saber o que tem para nos oferecer. Este título encontra-se à venda na eShop, mas podem também adquiri-lo para PC nas plataformas Steam, GOG e também no Humble Bundle onde está a decorrer uma promoção que o coloca à venda pelo preço de 3,69€.

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