Recordar: Paradise Café

ParadiseCafe

Antes de mais, devo avisar que este artigo possui imagens, que embora sejam pixelizadas, podem chocar algumas pessoas… Eu avisei!

Paradise Café é muito provavelmente o primeiro jogo português a marcar uma geração. Muitos jogadores vêem esta cassete que, no auge do Spectrum decidiu quebrar todo o tipo de preconceitos através de uma pseudo-aventura para maiores de 18 anos, repleta de diálogos picantes em português e com personagens que para sempre ficarão na nossa memória. Reinaldo, o grande vilão desta história, é ainda hoje relembrado com alguma frequência entre amigos e mesmo que não conheçam o jogo, já ouviram histórias sobre ele.
Esta obra-prima humorística saiu em 1985 pelas mãos da produtora Damatta, uma software house de garagem, que apesar das limitações técnicas e animações básicas, conseguiu um jogo de puro divertimento. Vamos então recordar…  

Em Paradise Café, encarnávamos um rapaz cheio de estilo que percorria um corredor sem fim com várias portas com as quais podia ou não interagir. Entrar ou não era o dilema que nos atormentava, pois o que surgia por trás de cada uma delas podia ser uma grande surpresa.
Por vezes podíamos encontrar o enigmático Paradise Café para beber uns copos, comprar armas e/ou droga, dependendo da disposição. Nas restantes portas podíamos cruzar-nos com ladrões que nos assaltavam, levando todo o dinheiro e documentos. Ser assaltado era sinónimo de ser preso, visto que não tínhamos dinheiro para pagar as contas nem documentos quando fossemos interrogados pela polícia, o que acabaria por acontecer mais cedo ou mais tarde. Depois de preso, surgia uma bela animação do rapaz estiloso na cadeia a “esgalhar o pessegueiro”, literalmente!

Nas restantes portas, para além da Polícia, surgiam velhotas que podíamos violar ou assaltar (depois de ter uma pistola), e ainda a conhecida prostituta vestida de roxo. Ela convidava-nos a entrar no seu quarto, se rejeitássemos ela chamava-nos maricas e isso nos anos 80, era uma palavra proibida, por isso lá íamos nós para o quarto para lhe mostrar como é!
Neste quarto tinhamos três opções: oral, anal e vaginal, cada um delas com uma tecla específica do teclado. Os preços rondavam os 1.000 e 3.000 escudos e se não tivessémos dinheiro para pagar, a prostituta chamava o mítico Reinaldo que nos ensinava uma bela lição. Não, não me refiro a ser espancado… antes fosse!

Paradise Café era mau! Não tinha qualquer objectivo e era super repetitivo, mas foi um tremendo sucesso que deixou boas memórias e muitas risadas! É caso para dizer que já não se fazem jogos assim…

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