Regressámos a Star Wars: The Old Republic

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Aproveitando o lançamento da expansão Legacy of the Sith, a convite da Electronic Arts recuperámos a nossa conta de Star Wars: The Old Republic para vermos como está o MMORPG da Bioware 10 anos depois.

Confesso que o meu regresso a The Old Republic foi um pouco complicado. Afinal, há anos que não o jogava, tendo passado apenas pelo conteúdo livre (free-to-play) e, eventualmente, esbarrando na “pay wall” que o jogo impõe a dado momento. Contudo, é inegável este é um dos jogos incontornáveis do universo Star Wars, nem que seja pelo carinho especial da Bioware em manter viva uma chama que resiste há 10 anos, passando pelos altos e baixos da produtora, da editora Electronic Arts e da própria franquia Star Wars. Faz todo o sentido este nosso regresso.

Esta é uma continuação directa da anterior expansão Onslaught. Darth Malgus continua a tentar levar cabo o seu sonho de reerguer o Império Sith. O seu mais recente avanço, levou-o ao planeta aquático de Manaan, que se recordarão do jogo Knights of the Old Republic, agora invadido pelas forças de Malgus. Neste planeta, o valioso kolto poderá financiar as ambições do Império e os locais Selkath são impotentes para se defender. Como jogadores, podemos escolher juntar-nos ao lado dos Sith ou, pelo contrário, participar na caçada a Darth Malgus.

Gostava agora de elaborar neste enredo e entusiasmar-vos para se juntarem também e participar naquele que poderia ser um dos melhores capítulos da Antiga República de Star Wars. Infelizmente, quando pensamos que a história se vai desenvolver e esperamos uma reviravolta inesperada, ao bom jeito desta franquia, diga-se… o enredo termina. Esperamos que algo mais aconteça mas nada realmente dá continuidade. E tudo isto durou pouco mais de três horas. Não, não fiz nada a correr.

É preciso enquadrar bem esta questão da duração. Embora Onslaught não fosse particularmente longo, Legacy of Sith foi publicitado como uma grande expansão, a tal que iria comemorar 10 anos de The Old Republic e que, a julgar pelos trailers, parecia ser conter uma história ambiciosa e que poderia, finalmente, dar um desfecho épico a algumas linhas de enredo. Esperava, talvez, umas 10 ou mais horas de conteúdo, algo que incluísse muitas missões, bastantes tarefas e muita exploração das novas áreas.

Fiquei profundamente desiludido com a curtíssima duração desta expansão. Pior, fiquei ainda mais confuso com o facto do novo nível máximo de personagem (80) ser atingido rapidamente, mesmo antes do fim da história. Tudo acontece tão rapidamente, que pensei mesmo que a Bioware quisesse “tirar isto do caminho” para algo mais. É que ainda temos a operação “R-4 Anomaly”, a missão Flashpoint em Elom e outros conteúdos mas, infelizmente, ainda estão em desenvolvimento. Apressar a campanha desta forma, parece uma clara situação de “despachem-se a esperar”.

Contudo, não é bem a sua curta duração ou a omissão de conteúdo que realmente estragam este meu regresso ao MMORPG. Embora o sistema de classes de personagens não fosse realmente mau, há muito que precisava de uma revisão. Ao invés de refinar o que já havia, porém, a Bioware decidiu recriar todo um novo sistema, gerando o que chama de “estilos de combate” e “histórias de origem”. Anteriormente podíamos escolher uma carreira como Caçador de Prémios impiedoso ou como um Jedi que cai para o Lado Negro. Agora, estas escolhas deixam de ser tão interessantes.

Isto, porque agora as habilidades foram revistas quase por inteiro, alterando algumas características (excepto as Core), uma alteração escusada e que adiciona muito pouco à oferta original. Algumas habilidades foram mesmo removidas, obrigando os jogadores a reformular as suas personagens numa perspectiva algo experimental e sem a mesma liberdade de escolha livre. A ideia será criar uma maior variedade de habilidades, mas o resultado não agradou a quase ninguém, especialmente quem tem personagens com anos de desenvolvimento.

Também é preciso assinalar que esta expansão está repleta de bugs, como falhas de spawn que nos levam para áreas completamente aleatórias, personagens presas que obrigam a relançar um savegame, imensas falhas de inventário e de objectos, falhas de sincronismo a jogar online e muitas outras falhas, algumas meramente chatas, outras sérias e que estragam a experiência. Há também escolhas estranhas de design, como os novos ícones monocromáticos do menu que não são propriamente uma escolha consensual, com alguns jogadores a reclamarem má leitura dos símbolos.

Por fim, o visual do jogo. Está claramente um pouco datado. Acho que não seria numa única expansão que se mudariam anos de desenvolvimento técnico de um MMORPG. Ainda assim, esperei regressar a um jogo visualmente mais apurado ao fim deste tempo, tirando melhor proveito de hardware e tecnologias mais recentes. Acredito que seja necessária alguma simplicidade nestes títulos online mas cada vez mais acredito nos rumores que o orçamento da Bioware está a ser reduzido para o suporte a este jogo. Valham-nos as incríveis cenas intermédias. Mas, não chegam.

Conclusão

É preciso ponderar que, quem entrar hoje Star Wars: The Old Republic – Legacy of the Sith, tem um jogo vastíssimo para explorar, parcialmente gratuito e cheio de conteúdo adicionado ao longo de anos de produção. Ter uma expansão curta, de facto, não diminui a qualidade geral do jogo. Também os vários bugs e alterações menos consensuais que assinalo, de certa forma, são normais quando se tenta mudar tanto numa só expansão. Contudo, a espera por esta expansão foi tão longa (com adiamentos pelo meio), que a entrega tão escassa e por polir é complicada de justificar.

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