Relembrar a Nintendo 64

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Faz hoje 18 anos que a Nintendo 64 invadiu as nossas casas, a última consola de cartuchos da Nintendo apresentou aos gamers o multiplayer até 4 jogadores sem a necessidade de acessórios, ignorou os JRPG e mostrou ao mundo como os FPS deveriam ser feitos.

A Nintendo 64 foi a terceira consola da Nintendo e a última a usar Game Pak, ou cartuchos, como todos nós conhecemos. Foi responsável por um dos maiores impactos na indústria dos jogos devido a três conceitos da consola: 3D, Multiplayer e os First Person Shooters. Por cá, saiu no dia 1 de Março de 1997 e tinha apenas quatro jogos disponíveis: Super Mario 64; Wave Race 64, PilotWings 64 e Star Wars: Shadows of the Empire.
Devido aos gráficos 3D da consola, o Super Mario e o Zelda tinham um aspecto deslumbrante, de facto, tudo parecia bastante melhor do que a PlayStation e a Saturn conseguiam alguma vez produzir. Uma das melhores coisas que a Nintendo podia ter colocado na consola, foram aquelas quatro portas para comandos. Na minha opinião, foi o conceito fundamental, permitia diversão entre 4 jogadores em simultâneo sem ser preciso acessórios ou add-ons de marcas brancas. Tudo vinha integrado na consola!
Olhando para alguns anos atrás, lembro-me de passar tardes a jogar Perfect Dark, Goldeneye e Smash Brothers. Não só era uma diversão enorme jogar com tantos amigos como também eram jogos muito equivalentes aos de PC na altura.

Para muitos a consola foi inovadora, mas para outros tinha várias lacunas. A falta de RPGs japoneses era desapontante e a impossibilidade de usar vídeos nos jogos devido às limitações dos cartuchos também não ajudou muito. No entanto quase no seu fim de vida saiu Resident Evil 2 e StarCraft 64, que continham cutscenes em CG. Não faço ideia como conseguiram, mas foram os únicos a consegui-lo e funcionou bastante bem!
Estas eram as maiores queixas da altura, eu pessoalmente não gosto do facto de haver poucos jogos específicos da consola. Existem excelentes jogos como os Zelda, Super Mario, Perfect Dark, Banjo Kazooie ou até Conker’s Bad fur Day, mas fora mais uns quantos exclusivos, os jogos eram todos ports de outras plataformas e muitas das vezes mal feitos.

Tecnicamente a consola vinha equipada com um processador gráfico da Silicon Graphics R4300i com 93.75MHz, capaz de resoluções entre 256×224 e 640×480. O processador de áudio, que teoricamente permitia o uso de 100 canais PCM, nunca chegou a ser usado na totalidade porque consumia demasiados recursos do processador e levou muitos fãs a terem um argumento para dizer que a sua PlayStation tinha melhor som… e realmente tinha!

Tal como já referi, foi a última consola a tirar partido dos cartuchos. Enquanto as suas rivais directas usavam CD-ROM com uma qualidade de som superior, não tinham a mesma velocidade de acesso que a Nintendo 64. Caso ainda não tenham reparado na N64 não existem Loadings!

Os cartuchos são também mais duradouros e relativamente mais difíceis de copiar, mas nem tudo são vantagens. A produção de cartuchos era bastante elevada e apenas tinham entre 8 a 16MB de memória, com a excepção do Resident Evil 2 que tinha 64MB. Quanto mais memória fosse necessária, mais cara era a produção… e esta foi das principais razões para os estúdios optarem por fazer jogos para as outras consolas da época onde tinham à sua disposição uns loucos 700MB em cada CD.

Principais acessórios

Controller Pak – É também conhecido como Memory Pack, era um cartão de memória onde podiamos guardar o nosso progresso de cada jogo. No entanto também havia jogos que tinham esta mesma funcionalidade já no seu cartucho.
Expansion Pak – Era uma espécie de mini cartucho com o objectivo de expandir a RAM da Nintendo 64 para o dobro, ficando com 8MB. Em alguns jogos era um acessório opcional, mas quando usado melhorava significativamente os gráficos aumentando para a resolução 640×480. Outros jogos como é o caso do Zelda: Majora’s Mask e Perfect Dark não funcionavam sem este acessório.
Rumble Pak – Um acessório, também ligado ao comando, com o objectivo de reproduzir vibrações. O que hoje parece banal, na época foi uma boa inovação. Usado pela primeira vez no Lylat Wars, permitia ao jogador sentir as vibrações e solavancos do mundo virtual.
Transfer Pak – Este acessório permitia a transferência de informação entre cartuchos GameBoy com a Nintendo 64, mas foi apenas utilizado em poucos jogos. Por exemplo Pokémon Stadium, Mario Tennis e Mario Golf.
Nintendo 64DD – Este podia ter sido o derradeiro acessório da Nintendo. Um acessório tão grande como a própria consola, era colocado e ligado por baixo da N64 e permitia ler disquetes ZIP e aceder à internet, na altura muito limitada. Apenas foi lançado no Japão através de uma rede online chamada RANDnet, ao invés de ser comercializado em lojas. Uma má jogada de marketing que acabou por ditar a sua fraca popularidade.
Foram apresentados muitos e bons jogos para o N64DD. Contudo, pouquíssimos viram a luz do dia e outros acabaram por sair na GameCube.

Inovações

A Nintendo 64 teve várias inovações, algumas usadas em consolas mais antigas, mas foi a primeira a tirar partido de todas elas. Ora vejamos:

O analógico, ou algo semelhante, já tinha sido usado na consola Vectrex, mas a N64 foi a primeira a usar de uma forma progressiva e a colocar num comando deste género. No Super Mario 64 por exemplo, se empurrarmos devagar o analógico, o Mario anda, se empurrarmos ao máximo o Mario corre. Hoje em dia, todos os comandos possuem dois analógicos e tudo isto agora pouco impressiona, mas acreditem que na altura era muito bom.
Depois deste comando, a PlayStation e a Saturn lançaram comandos já com analógico integrado.

Botão Z, o botão presente por trás do comando e facilmente alcançável com o nosso dedo indicador dava a sensação de estarmos a pressionar um gatilho nos jogos FPS, proporcionando assim uma sensação mais realista.

Rumble Pak, tal como disse anteriormente, foi uma inovação na época. Vibrava de acordo com os acontecimentos dos jogos dando mais interactividade com o que estávamos a ver. Hoje em dia é uma função usada por todas as consolas.

TOP 10 jogos para a Nintendo 64

Vendas e Anúncios

A Nintendo 64 conseguiu ser a segunda consola mais vendida da sua geração com cerca de 32 milhões de unidades vendidas contra a PlayStation que vendeu qualquer coisa como 102 milhões de unidades. A terceira consola mais vendida, por exclusão de partes, foi a Sega Saturn que vendeu 8 milhões de unidades.

Em Suma

A Nintendo 64 foi uma consola que marcou a sua geração. Ainda me lembro de grandes discussões que ouvia na escola sobre qual era a melhor e qual delas tinha os melhores jogos. Hoje gosto de todas e dou por mim ainda a ligar a N64 para umas partidas de Super Smash Bros e Perfect Dark. Excelentes jogos que devem ser jogados com o maior número possível de amigos para umas horas bem passadas. Posto isto pergunto…
Qual é a próxima consola que gostariam de relembrar?

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