Simuladores – DCS: The Channel Map

Depois da Normandia, o DCS World recebe um novo mapa para acolher as batalhas aéreas da Segunda Guerra Mundial. Trata-se de uma região lendária, que engloba uma parte do Sul de Inglaterra e do nordeste de França, na porção de terreno e mar que chamamos de Canal da Mancha. Desde os desfiladeiros de Dover até às praias de Dunkirk, o DCS: The Channel Map é um novo motivo para voltar aos ares nos clássicos deste simulador.

Poderão questionar o porquê de outro mapa histórico no DCS World, se já tínhamos o conhecido DCS: Normandy da Ukra Media em jogo. Com a chegada do novo DCS: P-47D-30 Thunderbolt, a Eagle Dynamics quis também estrear um novo destino icónico para as inúmeras batalhas aéreas, terrestres marítimas que se travaram nesta região. De notar que a ED também actualizou recentemente o conteúdo do chamado DCS: WWII Assets Pack, pelo que a quantidade de aviões, veículos e peças de cenário disponíveis, já conferem uma importante recriação histórica da Segunda Guerra Mundial. Por isso, o Canal da Mancha é muito bem vindo, até porque conta com toda a qualidade reconhecida na criação de cenários da Eagle Dynamics para o DCS World.

O Canal da Mancha, ou O Canal Inglês, é um estreito de água que separa a Inglaterra da França em cerca de 560 km nos extremos mais próximos. Historicamente, foi sempre um ponto importante de controlo, mesmo antes dos conflitos modernos das duas Guerras Mundiais. Até mesmo nas longas batalhas entre os Nórdicos e Normandos esta porção de terreno e água foi inúmeras vezes palco de conflitos violentos. Na Segunda Guerra Mundial, a época retratada neste mapa, a Alemanha Nazi ocupou importantes posições em Boulogne e Calais, ficando a mítica Dunkirk e outras cidades costeiras como último reduto dos Aliados antes de uma evacuação precipitada. Do outro lado, os Ingleses reforçaram defesas.

No mar e no ar, o estreito de água foi considerado como muito perigoso pelos dois lados, constantemente patrulhado por navios e submarinos no mar e pela aviação de combate pelo ar. Ainda hoje perduram as imensas estruturas das baterias costeiras, pontos de artilharia anti-aérea e bunkers, fruto dos receios de ambos os lados. A proximidade dos dois territórios levou também à construção de muitas bases e aeródromos estratégicos. Curiosamente, foi neste pedaço de território que a Alemanha Nazi invadiu e ocupou uma das duas únicas porções de terreno Britânico em toda a Segunda Guerra, as chamadas Channel Islands que, infelizmente, não estão incluídas neste mapa do DCS World. A outra porção, já agora, foi no Egipto, então ainda pertencente à Commonwealth Britânica.

O que está incluído nesta expansão é uma boa porção do lado Inglês que nos leva desde Rochester até Eastborne a Sul, virando para a importantíssima região de Manston a oeste e as famosas falésias de Dover a sudoeste. Muitas das principais cidades e vilas estão reproduzidas mas, mais importantes, são os vários aeródromos de asfalto e relva que levaram inúmeras aeronaves aos vários ataques a importantes alvos Alemães na França ocupada e mais além. Um especial destaque vai mesmo para o aeródromo de Manston com uma vasta pista tripla de onde saíram os bombardeiros de longo alcance dos aliados.

No lado Francês, o território é um pouco mais vasto mas menos denso em povoações ou bases. A extensão costeira leva-nos de Veurne a Dieppe, passando pelas já mencionadas cidades estratégicas de Dunkirk, Calais, Boulogne-Sur-Mer e Saint-Valery sur Somme, levando-nos para o interior tão longe como Lens ou Amiens. Algumas das cidades e vilas Francesas são fortificadas ou possuem disposições claramente medievais. O que me parece é que o cuidado em recriar alguns pontos históricos ficou um pouco aquém no lado Francês. Contudo, pode muito bem ser o caso da ED ter começado a produção no Norte e preparar o restante para mais tarde, depois de lançado no Acesso Antecipado.

Em termos de modelação, tirando as diferenças de detalhe que já mencionei entre países, contem com um mapa vasto, claramente a pensar em missões de longo alcance, combates marítimos e assaltos anfíbios. O que é curioso é que tanto do lado Britânico, como no lado Francês, o mapa não possui muitas elevações de terreno assinaláveis, sendo bastante plano. Ou seja, são espaços perfeitos para missões diúrnas ou nocturnas, sem correr o risco de ter de navegar entre acidentes de terreno. Mas, por outro lado, também não deixam grande margem para usar o terreno para ataques surpresa ou para evasão.

Em termos de modelação, há também algumas questões menos positivas. As icónicas falésias de Dover, por exemplo, precisavam de algum trabalho de texturas para não parecerem tão sintéticas. O famoso porto de Calais também não é propriamente rigoroso, com algumas texturas repetidas. Algum relevo costeiro também não está muito bem desenhado e alguns rios parecem “simétricos” demais. Tratando-se de um território tão vasto, é perfeitamente normal que algumas optimizações não sejam tão bem feitas ou precisem de um polimento. Bem sei que a 5000 pés e em combate aéreo não teremos muito tempo para apreciar a paisagem, mas, como sempre, o visual também conta.

Veredicto

Como um dos palcos mais intensos da Segunda Guerra Mundial, o DCS: The Channel Map é uma importante adição para a forte aposta da Eagle Dynamics na aviação desta era. Em complemento ao DCS: P-47D-30 Thunderbolt lançado em simultâneo, este mapa é um importante pedaço histórico que complementa muito bem o já existente cenário da Normandia. Tenho pena que não sejam estes dois mapas unidos num só, mas certamente poderemos enveredar por autênticas campanhas de reconquista da Europa em plenos anos 40 que abranjam estas duas regiões.

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Este software foi testado através de uma versão experimental em acesso antecipado, e foi gentilmente cedido pela Eagle Dynamics. Sendo uma versão experimental, muitas das características, bugs, erros ou faltas assinalados poderão sofrer alterações até ao lançamento. As datas fornecidas, assim como previsões de produtos, foram dadas pelos produtores.

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