Top 10 jogos de duração rápida
Para estes dias em que estamos todos em isolamento e com algum tempo de sobra, talvez falte a paciência para longos épicos ou vários capítulos de uma história elaborada. Por isso, pensámos num Top10 daqueles jogos que podemos jogar de uma só “assentada”.
A nossa escolha vai para os jogos que deixam, de uma forma ou de outra, uma experiência memorável, mas que não nos roubem demasiado tempo com a sua oferta. Afinal é essa marca indelével que muitos jogos deixam em nós, não tanto o tempo que demoram a entregar a mensagem. O meu critério foi esse mesmo, pensando em jogos que me marcaram e que jamais esquecerei pela experiência épica que me deram, mas que duraram um máximo de 5 horas ou menos a atingir o seu ápice.
Claro que as experiências mudam de jogador para jogador. Há quem prefira seguir apenas a história principal e outros que gostam de explorar possibilidades. Contudo, estou certo que, quem procura uma “dose rápida” de bons título, tem aqui dez jogos que podem acabar mais rápido. Este top, embora possua uma ordem de leitura, não obedece forçosamente a uma ordem específica, pelo menos na minha preferência.
Inside
Coloca-nos no papel de um rapaz sem nome a fugir de um sistema apertado de controlo que o mantém aprisionado. Superar estes perseguidores é apenas o começo de uma aventura perturbadora, macabra mas muito memorável. Foi lançado em 2016 e, na nossa análise, indicámos que era um título com “arte visual lindíssima, com momentos de tensão de arrepiar, com puzzles que puxam pelo intelecto, com um enredo icónico e cheio de sentido”. Com cerca de 3 horas e meia de longevidade é um título que deve ser jogado de início ao fim e sem pausas.
Firewatch
Também lançado em 2016, é um jogo sobre solidão. O protagonista Hank é um homem a passar a sua crise de meia-idade, tornando-se vigia numa região selvagem de Wyoming. No início, não há grandes acontecimentos nesta região pacata. Mas, a seu tempo, começam a surgir alguns mistérios. Ainda mais importante que a história é a relação entre Hank e Delilah, que mantém em comunicação apenas com o rádio e a única companhia do protagonista. Tal como indicámos na nossa análise “Firewatch merece a vossa atenção […] essencial para quem quer uma aventura entre o drama e a comédia, com relações complexas e um mistério muito bem contado.” Pode ser acabado em apenas 4 horas.
Journey
É um daqueles jogos que possui um certo “je ne sais quoi”. Leva-nos a fazer uma autêntica introspecção pessoal, ao mesmo tempo que nos enche o olho com a beleza do seu mundo. É um título simples com um único objectivo: chegar à montanha que vemos à distância. E o melhor de tudo, quanto a mim, é uma oportunidade de nos cruzarmos com alguém desconhecido que esteja a jogar ao mesmo tempo que nós, uma oportunidade que nem sempre está garantida. Não há maneira de comunicar nem saber o seu nome até ao final do jogo, mas por momentos, sabemos que não estamos sozinhos. Em pouco mais de 2 horas, chegarão ao destino e terão uma experiência memorável para partilhar.
Superhot
Aqui no WASD falamos de muitos First Person Shooters, mas Superhot é, no mínimo, algo único. Destaca-se principalmente pela sua arte minimalista e pelo seu conceito original onde o tempo só avança quando nos movimentamos. O jogo está dividido em vários níveis unidos por uma história metafórica. Pode demorar um pouco até se habituarem a sua mecânica inovadora, mas assim que o fizerem será como uma bela coreografia enquanto disparam contra inimigos, desviam-se das balas e seguram as armas que nos chegam pelo ar. Em cerca de duas horas, terminarão este jogo e vão sentir-se como um autêntico John Wick… em câmara lenta…
Gone Home
Quando Kaitlin Greenbriar regressa à sua casa de família, descobre que não há ninguém para a receber. Mesmo depois de um tempo fora a viajar pela Europa, o mínimo que poderia desejar era ter boas-vindas e ser inundada de perguntas sobre a sua viagem. Mas, não foi isso que aconteceu. Casa vazia e nenhum sinal dos seus familiares. Como Kaitlin, irão explorar a casa numa noite de chuva, remexer em todas as gavetas e armários para ler as cartas e perceber o trama do que aconteceu. Pelo meio terão ainda um pequeno toque de terror escondido entre as paredes. Apesar de não haver mais personagens no jogo, Gone Home consegue contar a história desta família numa forma muito calorosa e humana, ao mesmo tempo que faz algo que muitos jogos não conseguem em apenas 2 horas: sentirmos que fomos úteis e que fizemos a diferença.
The Stanley Parable
Lançado em 2013, apanhou-nos completamente desprevenidos com a sua originalidade. Neste título de exploração na primeira pessoa, jogamos como Stanley, numa história que podemos ou não seguir. Essa decisão fica totalmente do nosso lado, mesmo quando a voz nos dá indicações do que devemos fazer a seguir. A melhor parte está na possibilidade de ignorar essas indicações, sempre com reacções humorísticas que desencadeiam momentos únicos. Estes momentos quebram a monotonia típica dos jogos lineares, conferindo uma liberdade de decisão, compensando sempre de forma inteligente. O jogo pode ser terminado em pouco mais de uma hora, mas acreditem que o vão passar várias vezes para descobrir todas as hipóteses da trama.
ABZÛ
Comecemos pela origem deste nome, proveniente de mitologias mais antigas onde “AB” significa oceano e “ZÛ” significa profundo. É um título das mesmas mentes criativas que nos trouxeram Journey, portanto, esperem mais uma aventura memorável. Mas, desta vez vamos para debaixo de água. À medida que forem descendo até ao coração do oceano, vão conhecer cenários deslumbrantes cheios de vida e cor. Até lá poderão interagir com cardumes e, ao mesmo tempo, ter cuidado com os predadores. Na nossa análise indicámos que ABZÛ “é como uma enorme pintura em movimento, que capta bem a beleza da vida subaquática.” E o melhor é que o podem terminar em apenas duas horas.
Unravel
Este é um jogo de plataformas que nos apresenta o simpático Yarny, uma personagem criada apenas com um fio de lã que se vai desenrolando à medida que progredimos no jogo. Isto significa que o pequeno herói vai-se tornando cada vez mais pequeno com o avançar da história. Para resolver alguns quebra-cabeças, teremos de usar o seu próprio fio para baloiçar entre ramos ou até mesmo apanhar boleia de um papagaio de papel. Todo o jogo foi inspirado nos maravilhosos cenários do norte da Escandinávia, criando uma arte irrepreensível e uma jogabilidade desafiante. E, antes que o fio esgote, pode ser terminado em apenas cinco horas.
Hotline Miami
É violento, visceral e não perdoa o mais pequeno erro. No entanto, é também divertido, ao ponto de o jogarmos do início ao fim sem dar conta do tempo gasto. Neste título somos um mercenário sem nome que recebe telefonemas estranhos a pedir os seus serviços: acabar com a vida de dezenas de pessoas da forma mais brutal possível. O jogo é apresentado numa perspectiva vertical e é concebido em “pixel art”. Mas, não se deixem enganar pelo aspecto, porque consegue ser bastante gráfico. O ritmo do jogo é outro ponto a destacar, com o ecrã a balançar, com cores psicadélicas e uma banda sonora a condizer. Tal como dissemos na nossa análise em 2013 “É como uma viagem psicadélica que penetra o nosso cérebro e o comanda a libertar cada vez mais adrenalina.” Toda esta experiência visceral pode ser terminada em apenas cinco horas.
I expect you to die
A minha última recomendação vai para um título de Realidade Virtual. E neste tipo de interacção, é bom que não dure muitas horas. Neste jogo somos como um autêntico agente super-secreto que terá de sobreviver a várias situações mortíferas em locais muito imersivos, que agem como uma espécie de escape-room. Para sobreviver aos desafios, é possível usar vários objectos que nos rodeiam para tentar resolver vários quebra-cabeças. Entre os desafios, esperem sobreviver a uma câmara de gás, escapar de um submarino a afundar ou até mesmo lidar com um carro armadilhado. É um jogo rápido, cheio de humor e que podem terminar em duas horas.
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