Warhammer: Chaosbane aposta no estilo “Diablo”.
O universo de Warhammer mantém-se como um dos mais ricos no género Role Play. E para quem gosta da fórmula de fantasia da Creative Assembly, Warhammer: Chaosbane pretende transportar essa lógica dos jogos de tabuleiro para videojogo.
Esta série já espreitou vários géneros de jogos, desde os First Person Shooter até aos jogos de estratégia. Contudo, a sua principal vocação é, sem sombra de dúvida, o género RPG e é aí que Chaosbane se insere. Convenhamos que já tivemos um outro título nesta lógica, com Inquisition – Martyr, dessa feita no universo futurista Warhammer 40K. Contudo, este outro RPG é baseado na saga original e, ainda que seja também editado pela Bigben Interactive, a produtora é outra. Tivemos acesso à sua fase Beta e contamos o que achámos deste novo título que se inspira tanto no “rei” dos RPGs de acção.
Agora, coube à Eko Software (How to Survive) levar este fantástico lore de RPG de tabuleiro, para um formato familiar de jogo, o tal de Hack ‘n Slash Dungeon Crawler, bem ao estilo de Diablo. Na verdade, partilha imensos pormenores com essa série da Blizzard, inclusive a sua acção mais directa e, praticamente, a mesma câmara com perspectiva isométrica. Mas, seria algo injusto dizer que é só um clone baseado noutro universo. O trabalho da Eko é, para todos os efeitos, muito delicado. E esta Beta deu para perceber, quanto mais não seja, o seu rumo desejado.
Tive a oportunidade de experimentar a versão Beta deste título durante todo o fim de semana. E, assim que entrei, fui recebido por um mundo estranhamente familiar, algo que já esperava dos trailers e apresentações. Começamos com a possibilidade de escolher uma classe para jogar. No lançamento estarão disponíveis quatro personagens mas, nesta versão, apenas pude experimentar duas: o feiticeiro Elontir e o soldado Konrad Vollen. Para começar, gosto sempre de escolher a classe de feiticeiro, algo que sempre me fascinou no facto de usar magias para atacar à distância e ter poderes devastadores, ao mesmo tempo que pode curar companheiros. As convenções estão lá e não se tenta reinventar nada.
Com a minha escolha feita, fui presenteado com o lore explanado numa apresentação que encaixa muito bem no género em questão. Para o fãs, há aqui muito serviço pessoal, que certamente alegrará tanto os veteranos dos jogos de tabuleiro, como os veteranos “crawlers”. Com o primeiro acto totalmente disponível (uma das Betas mais longas que já pude experimentar, demorando cerca de 3 horas a concluir), coloquei mãos à obra.
Esta aventura tem lugar no continente de Old World, durante a intensa luta contra as forças invasoras do Chaos. E, como todos nós sabemos, a situação pode ficar um pouco tensa entre as facções. Mas é para isso que os meus feitiços servem, certo? Como um verdadeiro aventureiro, decidi alistar-me no Império da cidade de Nuln. De lá, deram-me o primeiro objectivo de impedir um culto que existia nos esgotos por baixo da cidade. Culto esse, que se dedicava a tentar trazer diversas criaturas de volta à vida.
Uma nota para o aspecto visual, como não podia deixar de ser. A primeira coisa que notei durante os testes, foi o quão polido está este título. Mesmo durante uma fase Beta, é de louvar, não só o aspecto geral, com imenso cuidado nos modelos e animações, como na performance geral. Os menus são fáceis de navegar, há ambientes detalhados e tudo tem a mesma fluidez com os constantes 60 FPS na versão analisada. Não há nada de realmente espectacular, mas é tudo muito cumpridor e bastante sóbrio.
Aqui, há uma clara intenção de simplificar o mais possível no grafismo, a bem também da performance. Os cenários por onde passei são bastante detalhados, sabendo que esta perspectiva isométrica também não convida a grandes feitos de modelação e texturas. Notei, aqui e ali, uns quantos objectos e animações repetidas, mas, de um modo geral, o design está ao nível do que esperei. Mais importante num “dungeon crawler”, a estrutura dos níveis é bastante competente, sem grandes questões no seu design.
Uma das secções mais críticas neste tipo de jogos, é a árvore de evolução das personagens. Afinal, é um RPG. Neste caso, encontrei muitas habilidades para escolher, como seria de esperar. Infelizmente, a Beta limitou a minha progressão até ao nível 20 e não foi possível ver mesmo tudo o que o jogo terá para oferecer. Ainda assim, continuei a eliminar todos os monstros com grande satisfação, uma vez que o combate tem aquele ritmo e recompensa da fórmula em que se inspira, inclusive na cadência de loot e na forma como as melhorias que obtemos a cada novo nível, também melhoram a acção.
De um modo geral, gostei da oferta de jogabilidade e de visual desta Beta. Mostrou-me um jogo interessante, que vou prestar atenção no seu lançamento. Sendo fã incondicional de Diablo, estes jogos inspirados nessa grande série sempre me deram um sorriso. É claro que a produtora preferiu não arriscar em reinventar nada neste género e acabou por usar muitas das lógicas e mecânicas na base que a Blizzard já nos habituou. Por outro lado, o universo tão profundo de Warhammer dá para imensas histórias interessantes.
As Betas tem a sua forma de responder às nossas dúvidas sobre os jogos, colocando-os nas mãos como uma amostra da oferta a caminho. Neste caso, ficaram bem claras as chamadas a Diablo e o intuito da produção de criar algo seu, mas sem tentar perder a sua identidade. E não nada de errado num jogo que replica o que de melhor se faz neste género. Apenas não consigo saber se esta Beta foi suficiente para Warhammer: Chaosbane se destacar no panorama actual. É bem possível que vos passe ao lado, sendo, acima de tudo, um enorme serviço aos fãs das histórias da Creative Assembly.
Warhammer: Chaosbane será lançado no dia 4 de Junho para PC, PlayStation 4 e Xbox One. Esta Beta irá continuar até ao dia 13 de Março, caso tenham feito a pré-encomenda, encontramo-nos por lá.
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