RazerCobraPro (4)

Análise – Razer Cobra Pro

Gamer que se preze, usa rato com cabo… certo? A julgar pela tecnologia do passado, sim, o wireless tem deixado muito a desejar. Contudo, a Razer tem outra ideias e o Razer Cobra Pro é um bom argumento.

Confesso que a utilização de tecnologia wireless tem sido um pouco escassa na minha experiência. Até mesmo com comandos de consola, o cabo tem sido objecto constante, fruto de alguma frustração pelas cadências provocadas pelo infame input lag, além das “dores de cabeça” com baterias que se descarregam demasiado rapidamente. De facto, não é desta que a Razer “reinventa a roda” para muitos. O wireless continua a ser um compromisso de performance e autonomia. Mas, aqui introduz-se uma convergência de tecnologia impressionante. Uma tecnologia que nos coloca noutro patamar e que talvez nos faça mudar de opinião… talvez.

Deveras, os meus últimos contactos com ratos wireless não foram os melhores. O mais recente, foi até um retrocesso numa tentativa minha de dar uma nova chance à tecnologia. De facto, o uso de pilhas num rato que se pretendo de elevada performance, a redução na taxa de polling e o eterno espectro das latências elevadas não me deram grande esperança de remover o cabo, por mais chatices e “enrolamentos” que os cabos normalmente proporcionem. Continuam a ser a minha preferência e a de muitos outros que não querem compromissos.

Contudo, é preciso dizer que a Razer tem aperfeiçoado imenso o conceito “sem fio”, trazendo-nos a sua linha de produtos Razer HyperSpeed a novos patamares. É o caso do Razer Cobra Pro que hoje analisamos, que até inclui um simpático adaptador com cabo opcional para ligarmos o pequeno dongle de 2.4Hz de forma mais prática. Também este é um rato compatível com a tecnologia Razer Hyperpolling (vendido em separado) permitindo aumentar a frequência de refrescamento para 4000hz. Contudo, da caixa, o Cobra Pro trabalha nos normais 1000hz.

De resto, de vulgar o Razer Cobra Pro não tem mais nada. Uma vez mais, a Razer optou por usar os seus robustos switches mecânicos de terceira geração para os botões principais e um sensor óptico 30K, ou seja, até 30000DPI de resolução. O que é, uma vez mais, uma resolução muito importante para quem joga ecrãs 4K ou com jogos em que a velocidade e a precisão são importantes. Este é um rato que acumula muitas evoluções recentes de performance, tornando-o incrivelmente preciso e rápido.

É claro que terei de fazer as comparações do costume, neste caso, além do anterior Razer Viper HT que não gostei muito e também do lendário Razer Viper 8K, ainda um dos meus ratos preferidos. Contudo, também farei uma comparação interessante entre a performance do rato na sua vertente intencional, o wireless, e também com o cabo USB-C ligado. Sim, podem ligar um cabo para o usar, servindo tanto para ligar o adaptador do dongle, como para carregar a bateria do rato. Adicionalmente, porém, também o podem usar tornar o Cobra Pro num normal rato cablado.

Ironicamente, estive quase sempre com ele ligado por cabo e já vou explicar os mesmo motivos. Por agora, devo dizer que a performance geral do Razer Cobra Pro via wireless me surpreendeu pela positiva. Embora seja possível medir latências com software apropriado, desafio um jogador mais experiente a dizer-me que essas ligeiras latências mais altas afectam realmente o jogo. É discutível, obviamente, mas a jogar títulos de combate na primeira pessoa ou RPGs com exigência de precisão, honestamente, fiquei bem impressionado com a performance geral. De facto, a tecnologia HyperSpeed faz toda a diferença.

Não desfazendo de outras marcas que desenvolvam a sua tecnologia proprietária de wireless, notem. Simplesmente, acho que a Razer tem feito bastante para torná-la uma verdadeira alternativa realista ao cabo. Ao contrário do que temos visto no passado, o wireless da Razer tornou-se uma boa opção, com compromissos relativamente baixos. Estou certo que, mesmo assim, muitos continuarão a optar pelo cabo, especialmente com a maior fiabilidade do protocolo USB-C. Ainda assim, especialmente com PCs portáteis, o wireless impera e está cada vez mais aceitável nas latências.

E não é só via HyperSpeed 2.4hz que poderão ligar este rato. Como já disse, também o poderão ligar a um dongle Razer Hyperpolling, obtendo os tais 4000hz de frequência ainda mais eficientes. E também o poderão ligar via Bluetooth, ganhando duas vantagens. Além de um emparelhamento com vários dispositivos compatíveis além do PC, ainda preservam um pouco mais de tempo de bateria. Honestamente, via BT notei algumas latências mais evidentes mas, uma vez mais, é algo discutível se afecta profundamente o jogo, sendo até residual para um jogador mediano.

Agora, no outro lado da minha renitência em usar ratos wireless, as coisas não foram tão brilhantes. Diz a Razer, que o Cobra Pro possui uma duração de bateria na ordem das 100 horas via HyperSpeed, 33 horas via Hyperpolling e 170 horas via Bluetooth. São claramente estimativas muito optimistas. Na minha utilização via Hyperspeed, notei menos de metade dessa duração. O rato usado nos meus testes foi um rato novo, notem, não foi uma unidade de testes já algo batida. E olhem que puxei pela carga.

Como o carregamento é feito por cabo USB directamente no rato, porque a bateria é interna, fiz vários carregamentos com o rato completamente desligado só para garantir carga total. Nas definições, é dito que a duração de 100 horas é estimada em “uso contínuo” mas… não atinge nunca esse valor, ficando-se por umas 50 ou menos. Isto poderá ser motivado pela elevada taxa de DPIs que usei (entre 15K e 30K) e também pelo uso dos LEDs coloridos Razer Chroma. De facto, reduzindo os DPIs e desligando ou reduzindo a intensidade dos LEDs, a bateria dura um pouco mais.

Mesmo assim, não chega nunca aos tais três dígitos. No máximo, com o Razer Chroma completamente desligado e tentando baixar todas as opções de performance, desligando o modo stand-by automático, consegui que o rato durasse aproximadamente umas 80 hora de uso contínuo. Notem apenas que isto sacrificou bastante a velocidade e performance de ponta e todo o “brilho e beleza” dos efeitos Chroma… que sinceramente só servem para “eye candy”, nenhum jogador mais exigente os usará. Mas, como é óbvio, duvido que se compre um rato Chroma para não usar os LEDs.

Quanto ao design, a linha Cobra é claramente pensada para algo mais ligeiro, com um design clássico mas, ainda assim com pormenores interessantes de design moderno. Gostei das borrachas laterais para aderência, as linha de LEDs na parte inferior e do design ambidextro tradicional. Devem apenas notar que este não é mesmo um rato ambidextro, já que há dois botões laterais que apenas funcionam com o polegar da mão direita. Todavia, podem à mesma usar a mão esquerda se não se importarem de perder este botões, as laterais são perfeitamente simétricas para as duas mãos.

O que menos gostei neste design é o seu peso. O Razer Cobra Pro é um rato incrivelmente leve, o que, aliado à sua dimensão ligeiramente menor que a já mencionada linha Viper, lhe dá uma aparência um pouco mais frágil. As enormes placas brancas de teflon na base e a sua leveza são óptimos para quem quer movimentos rápidos de distâncias consideráveis. Contudo, para quem prefere algo com mais precisão, esta ligeireza pode ser uma chatice que obrigará a reduzir DPIs ou alterar o mapeamento do tapete. Enfim, são mesmo preferências mas para mim é um ponto negativo.

Antes de terminar, quero só mencionar que este rato é compatível com o carregador wireless Razer Charging Puck, ou com a base Razer Mouse Dock Pro (acima). As duas opções são, quanto a mim, a melhor escolha para este tipo de ratos. Isto, porque acabarão por quase sempre ter o cabo ligado para carregar o Cobra Pro (dada a bateria tão escassa), obviamente anulando o objectivo de ser wireless. Por outro lado, o meu PC nem sempre reconheceu o rato de imediato quando está “cablado”, obrigando-me a desconectá-lo para ligar o dongle wireless de novo. Fica a dica.

Veredicto

Chegou, de facto, o momento de dar a vez à tecnologia wireless nas minhas sessões de jogo. Dentro do Razer Cobra Pro está muito “sumo” que me convenceu que o cabo, afinal, já não faz tanta falta… Só se for para o carregar, já que a bateria não é assim tão durável como a Razer faz crer. São as cedências de quem prefere algo mais portátil, menos chato de ligar, especialmente quem tenha um portátil e procura um rato de elevada performance. Os compromissos são realmente poucos, além da bateria, só mesmo o peso algo leve demais, sendo esta uma questão de preferência. Só posso recomendar bastante este novo modelo, especialmente quem, como eu, tinha dúvidas se o wireless ainda poderia convencer.

  • MarcaRazer
  • ModeloCobra Pro
  • Lançamento2023
  • PlataformasPC
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