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Análise – Thrustmaster AVA Base

Embora a comunidade de simulação de voo gostasse muito da venerável base magnética da Thrustmaster, havia espaço para algumas melhorias. Aí está uma evolução do conceito com a Thrustmaster AVA Base.

Essa base magnética, já agora, foi a que equipou durante anos o venerável TM HOTAS Warthog. Apesar de fiável e robusta, não só não tinha opções de personalização, como era propensa algum desgaste ou perda de lubrificação com o tempo, por causa do design simples de uma esfera contida noutra esfera. A Thrustmaster, entretanto, mudou muito o seu conceito de construção nas várias linhas de produtos, apostando imenso na personalização e afinação pontuaal, oferecendo aos jogadores a hipótese de ajustar os seus dispositivos a gosto. Desse novo conceito, nasceu a AVA, Advanced Versatile Aviation, cuja Thrustmaster AVA Base é o primeiro produto a ser lançado.

Contudo, eu diria que esta nova abordagem aos periféricos de simulação de voo, em especial com a aviação virtual militar em mente, vem de algo mais anterior. O reforço e aumento de fiabilidade com os materiais é claramente inspirado pelos pedais Thrustmaster TPR, vendo também a engenharia a apostar na precisão, já a experimentar a modularidade, com o Thrustmaster Viper TQS. Não tenho ideia quais serão os próximos módulos a serem criados nesta nova linha AVA. Acredito, no entanto, que sejam complementos a esta base, talvez uma evolução para algo mais “mexido” (já lá vamos). Mas, para já, a aposta parece-me sólida.

Antes de começar a falar do produto, tenho de vos explicar que esta análise, na verdade, é feita com um conjunto de quatro dispositivos. É que poderão só mesmo adquirir a TM AVA Base em si, sem a placa TM AVA Plate que tradicionalmente foi sempre vendida com a base magnética. Se o fizerem, também terão de adquirir as pegas respectivas, seja a TM Viper HOTAS Add-on Grip ou a TM F/A-18C Hortnet Add-on Grip. Também irei usar aqui a TM AVA Offset Adapter, cuja utilidade vai variar bastante consoante o uso e posição deste stick na vossa simulação. Se quiserem tudo isto, podem sempre optar pelo conjunto TM AVA F/A-18 Super Hornet Flighstick com todas estas peças (menos a pega para o F-16C, claro).

Nos meus testes, pude usar a base AVA nas suas mais diversas opções de personalização, usando a placa AVA Plate, o AVA Offset Adapter e as duas pegas (Viper e Hornet) que já tinha anteriormente. Também pude usar este sistema em conjunto com os throttles TM HOTAS Warthog e TM Viper TQS, assim como os pedais TM TPR. O ecossistema ficou completo com dois painéis TM HOTAS Cougar MFD e o meu simpit ficou composto. Quanto a simuladores, usei três diferentes como base de testes: O Microsoft Flight Simulator (2020), o Lockheed Martin Prepar3D (6.1) e ainda, claro, o DCS World (2.9.5), como não podia deixar de ser.

A primeira abordagem da TM AVA Base é o seu design. Abandonamos o famoso formato cilíndrico que já conhecíamos para algo mais angular. Poderá trazer alguns problemas para quem já tinha simpits com o anterior HOTAS Warthog mas creio que será facilmente adaptável. Em termos de dimensões, a base é um pouco mais comprida, tendo praticamente a mesma largura mas sendo ligeiramente mais baixa. De resto, gostarão de saber que as pegas (grips) que usavam no TM HOTAS Warthog são inteiramente compatíveis, como aliás são todas as demais pegas de terceiros criadas para serem compatíveis com esse anterior sistema. É uma óptima notícia que nos permite poupar quando actualizarmos o hardware.

Conforme mencionei acima, a grande aposta deste novo conceito da TM, estreado com esta nova base, é a da personalização. Isso fica bem evidente na parte superior desta base onde, além de quatro parafusos de acesso ao interior e oito parafusos dedicados ao prato superior, temos também dois orifícios para ajuste de tensão das molas, sem ter de abrir a base propriamente dita. Isto permite pequenos ajustes de tensão sem ter de aceder directamente às molas, permitindo ainda, como “efeito secundário” ajustar ligeiramente a zona neutra antes de atingir máxima tensão. Obviamente, os grandes elementos de personalização estão no interior mas, estes dois orifícios são bem pensados. Apenas queria que fosse tapados não deixar entrar impurezas para o interior da caixa mas nada que uma “manga” adicional não resolva.

O tensão das molas pode ser ajustada sem abrir a caixa, ideal para pequenas afinações.

Deveras, o grande trunfo desta AVA Base é que com apenas uns quantos parafusos sextavados, podemos alterar vários parâmetros de operação desta base. Temos duas áreas distintas para personalizar, começando com o prato circular em volta do encaixe da pega, com oito parafusos sextavados. Este prato removido, dá acesso ao anel de curso, basicamente uma peça de plástico que permite alterar a amplitude de eixos. Na caixa temos três anéis diferentes, “S”, “M” e “XL”, podendo facilmente trocá-los a nosso gosto. Apenas devem sempre ter em atenção que se trocarem estes anéis terão sempre de recalibrar o joystick. Mas, isso é um processo incrivelmente simplificado.

Notarão que na caixa não recebem nem um vulgar CD ou algum link para algum software adicional para calibração. Obviamente, devem sempre dirigir-se ao site da Thrustmaster para descarregar os drivers mais recentes e ainda conferir se o firmware precisa de actualização. Opcionalmente, também podem descarregar o software T.A.R.G.E.T. para criar perfis de uso em cada simulador. Contudo, na frente da base encontrarão um singelo LED, uma tomada USB-C e… um botão. Este é o botão de calibração. Carreguem durante 5 segundos mantendo o stick imobilizado e o LED pisca. Carreguem novamente no botão, o LED pisca com mais intensidade e movam os quatro eixos ao máximo de deflexão. Carreguem uma última vez no botão. Feito, está calibrado.

Numa abordagem inicial, a “palavra de ordem” é: “robustez”.

Penso que aqui terminará o nível de personalização para uma boa quantidade de utilizadores, especialmente para os que acham que a personalização deste produto pode ser um pouco intimidatória. Embora seja fácil abrir a caixa da base com apenas quatro parafusos, para muitos é algo contraproducente. Não é realmente um problema, na verdade, porque a maioria comprará esta base para jacto de combate e a configuração de caixa já vem com os excêntricos para “Jet” e com as molas mais duras. Apenas acho que a base de amplitude por defeito (“XL”) poderá ser ampla demais e aconselho o anel “M” para a maioria das utilizações. Isso obriga, de facto a tirar o tal prato superior e os seus 8 parafusos mas é só isso que é preciso, sem “ciência”. Depois, os já mencionados orifícios de ajuste de tensão de mola estão acessíveis para pequenos ajustes.

Mas, é óbvio que os mais exigentes quererão algo bem mais profundo e ajustado às suas necessidades. Então, para eles, lá estão outros quatro parafusos sextavados para acesso ao interior. Quando abrimos a caixa, percebemos que este é todo um novo conceito de construção para a Thrustmaster. Aqui temos dois eixos assentes em dois pêndulos distintos, que se movem na acção axial de dois excêntricos e possuem duas molas distintas, tendo também dois amortecedores dedicados. É realmente algo muito diferente do que conhecíamos da marca. Adeus esferas, adeus peças de plástico em fricção, este é todo um novo mundo de robustez e durabilidade em potencial.

Os excêntricos são peças fundamentais para personalizar no interior. De notar que a peça “flat” sem designação não é incluída na caixa do produto.

Falando do que temos dentro da caixa do produto, temos dois pares de excêntricos, o tal “Jet” para caças que já vem pré-instalado e também temos o opcional “Aero”, algo mais para aviação geral. Temos também três conjuntos de duas molas “Suaves”, “Médias” e “Duras”, estas últimas pré-instaladas. Temos ainda os tais anéis de amplitude de eixos, o pré-instalado “XL”, o “M” e o “S”. Temos também duas chaves sextavadas de dimensões diferentes, um manual de advertências, um cartão de membro do clube Thrustmaster e ainda um manual de instruções muito sucinto. E aqui tenho de fazer uma primeira pequena nota de insatisfação.

Este manual, na verdade uma folha dobrada, é puramente pictográfico. Não há nada de errado em manuais mais gráficos e sem texto, desde que sejam verdadeiramente intuitivos. Este é um deste tipo de manuais. Consultando-o não terão grandes dificuldades em intuir o que fazer. Todavia, acho que este tipo de manuais não ajudam o utilizador a decidir qual a melhor configuração de personalização. Explicam como trocar as peças mas não explicam quais são as combinações mais adequadas nas várias situações. Por outro lado, não é explicado a função ou diferença de cada peça, partindo do princípio que é uma questão de “feeling” dos utilizadores. Isto, quanto a mim, traz demasiada “tentativa/erro” para os utilizadores.

Na imagem pode ver-se tudo o que é possível personalizar no interior da TM Ava Base.

Claro que, uma vez encontrada a personalização perfeita, dificilmente terão necessidade de voltar a trocar peças. Eu, por exemplo, fiquei-me pelos excêntricos “Jet”, as molas “Médias” e o anel de amplitude “M”. Não vejo grande necessidade de trocar estas peças tão depressa e já explicarei estas minhas escolhas. Talvez um ou outro ajuste na tensão das molas, consoante o aparelho que voe seja necessário mas, lá está, posso fazer isso com os tais orifícios em necessitar abrir a base. Isto foi realmente atingido por experimentar cada configuração e até cada pega e até mesmo a posição do stick, ao centro ou de lado. Não há uma fórmula perfeita para todos e é aqui que esta AVA Base será preciosa para os simmers mais “hardcore”.

A minha configuração foi escolhida com o seguinte critério. O excêntrico “Jet” tem uma concavidade acentuada no centro que o “Aero” não tem. Logo, é mais fácil encontrar o centro dos eixos, algo que é essencial para aeronaves “fly-by-wire” que mais uso. As molas “Médias” oferecem a maior amplitude de resistência usando os parafusos de ajuste externo, sem serem demasiado tensas como as “Duras”. O anel de amplitude “XL”, para mim, é demasiado amplo e com o conjunto das molas “Duras” obriga a um esforço exagerado para manter voltas ou operar em várias horas. O anel “M” é, para mim o melhor, sendo o “S” demasiado estreito para operar a maioria das aeronaves.

Os ajustes são puramente mecânicos, não há um software para ajustar nada, embora esta imagem promocional pareça indicar isso.

De um modo geral, encontrando o ponto perfeito de tensão e amplitudes, notarão que este joystick é soberbo em termos de suavidade na operação, sendo também óptimo se precisam de precisão, graças aos poderosos encoders digitais AXY (Accurate X&Y), além de ter uma robustez que nos dá imensa confiança. Contudo, há um pormenor que menos gostei e que é deveras importante saber. Há duas outras peças de personalização no interior da base, contudo, estas peças não são comutáveis, são apenas removíveis. São os amortecedores para os dois eixos, duas pequenas peças de plástico preto por cima de cada excêntrico. Deixem que vos diga, estes amortecedores precisam de uma revisão urgente.

A melhor forma de perceber o que digo é aumentando a tensão das molas e tentando operar os eixos com ajustes pequenos em tensão (por exemplo a puxar e virar sem ir ao limite da deflexão), sentido forçosamente o stick a “oscilar” quase involuntariamente, apesas com a nossa força muscular a “lutar” contra a deflexão. Outra forma de verem o problema com os amortecedores é empurrando o stick para qualquer lado e largando-o, observando-o a oscilar sozinho até se imobilizar. Removendo estes amortecedores a situação é ainda pior, obviamente. Contudo, faltou aqui algo mais potente para travar o peso de tanto metal em movimento. Gostava que os amortecedores fossem mais fortes para, pelo menos, atenuar movimentos mais bruscos, uma vez mais como algo opcional, claro.

Como disse acima, a Thrustmaster disponibiliza em venda separada com esta AVA Base, uma placa inferior para dar maior área de distribuição de peso, a AVA Plate. Este é, na verdade, um mero prato metálico com a furação correcta e apoios anti-derrapantes em borracha, ideal para montar em secretárias ou mesas de apoio sem furação. A base faz exactamente o que publicita. Graças à sua largura generosa e ao seu peso, dá uma estabilidade adicionar à AVA Base que, só por si, não parece ter grande estabilidade se não estiver aparafusada a alguma plataforma.

Apenas não devem esperar grandes prestações com tensões de mola mais duras e/ou amplitudes de operação mais largas. Basta chegar ali a um ponto em que empurram o joystick bem além do centro de gravidade com mais força e notarão que há uma tendência para a base levantar um pouco. Se assim for, se calhar é melhor reduzir a tensão um pouco ou pensar em aparafusar a base à mesa.

Confesso que não entendo porque a marca vende isto em separado, se sempre foi um conjunto vendido com a TM Magnetic Base. Contudo, também acredito que a maioria dos construtores de simpits não usa este prato metálico, preferido aparafusar a base em si ao seu sistema, por exemplo a “mounts” de mesa. É preciso lembrar que esta base é criada para uma audiência muito peculiar em que este prato talvez seja um excedente. Mesmo assim, a maioria não gostará da compra em separado.

Agora, o outro dispositivo que adorei o usar foi mesmo o pequeno extensor TM Offset Adapter. Como extensor propriamente dito, não podemos dizer que seja muito comprido, estando muito longe dos vários extensores que já vimos no mercado para, por exemplo, operar cíclicos de helicópteros ou até para elevar o stick do chão ao centro do painel. São apenas 5,8 cm a mais que adicionamos à altura do stick. Contudo, o que mais interessante nos traz é mesmo a possibilidade de personalizar o ângulo como que pegamos no stick em si, entre 0º (a direito) e 15º ou 30º para a esquerda. Uma vez mais, como a AVA Base, a construção é robusta em metal e é totalmente compatível com todos os sticks com a mesma ligação da TM.

Poderão achar esta rotação algo inútil mas não é, de todo. Se colocarem um joystick ao centro, por exemplo, notarão que a posição da mão fica sempre desajustada, parecendo que a pega está de lado e não é ergonómica. Agora se a rodarem um pouco para ficar “offset”, então notarão uma diferença muito significativa. Mesmo em posições mais laterais, a posição natural dos nossos braços pode beneficiar de uma ligeira rotação no eixo vertical. Só devem notar que este dispositivo apenas permite a rotação para a esquerda, obviamente indicada para a mão direita. Se pensavam em algo para o lado esquerdo, estilo “dual joystick”, infelizmente não é possível.

O AVA Offset Adapter permite facilmente rodar a pega a 15º ou 30º se necessário, sem ferramentas.

Chegou então o momento de falar da experiência de voo. Vou dividir a minha análise em três partes aqui, falando primeiro da aviação civil genérica no MSFS e P3D, passando depois para a aviação militar no DCS World e terminando nessa área tão distinta que são os helicópteros. Para dizer a verdade, experimentei também este stick com outras simulações mas penso que estas que escolhi serão os “samples” mais populares. Afinal, não acho que hajam por aí muitos “simmers” espaciais, por exemplo. Nem considero os “jogos de simulação” as melhores plataformas para demonstrações. O que vou dizer apenas é que as competências demonstradas nos meus testes são transversais a todos os jogos que experimentei.

Na aviação civil, claro está, o uso de um joystick, ainda por cima algo tão premium como é este dispositivo, está algo restrito a aviação que use sidestick ou algo do género. Voar um Boeing 747 com um sidestick jamais dará a imersão pretendida e é discutível se nestes simuladores civis as aeronaves militares são justificáveis. Tanto no MSFS, usando o Fenix A320 ou no P3D usando o FS Labs 320, o stick demonstrou-se um pouco “ágil” demais para uso do controlo fly-by-wire deste tipo de aeronaves. É possível reduzir a amplitude do anel e aumentar a tensão das molas para chegar a algo mais perto do sistema de controlo Airbus. Contudo, nota-se que este tipo de simuladores pedem algo mais dedicado, mais estático. Ainda assim, o controlo é, como esperado, suave e preciso.

Na aviação civil, as aeronaves mais próximas serão as que tenham flightstick, incluindo os sidestick do Airbus A320 na imagem. Só devem reduzir a amplitude do movimento e ajustar a tensão das molas.

Onde a AVA Base está, de facto, em casa é, obviamente, nos simuladores militares mais exigentes, como o DCS World. Aqui encontramos a devida imersão necessária voando o DCS: F-16C Viper ou o DCS: F/A-18C Hornet com o total mapeamento de teclas e a conhecida capacidade HOTAS. Infelizmente, dado que a AVA Base é tão recente, vão ter de programar todos os botões e comutadores novamente, uma vez que a AVA Base não usa a mesma programação do HOTAS Warthog. Não são assim tanta teclas mas era positivo que a TM pensasse nisso e oferecesse uma forma de transportar as configurações de um sistema para o outro.

Em combate, obviamente, o stick ganha outra vida, muito graças à suavidade de eixos. Aqui a personalização vai mais de encontro à configuração base que já expliquei acima, conseguindo óptimas prestações. Infelizmente, quando se trata de operações que exigem maior precisão nos controlos, como por exemplo, no reabastecimento aéreo em que é preciso muito cuidado com os micro-movimentos, a tal oscilação provocada pelos fracos amortecedores causa alguns problemas. Contudo, é algo que, com um pouco de prática, se consegue mitigar. Afinal, é sempre assim quando compramos um joystick novo, certo?

No DCS World, aeronaves como o A-10C (na imagem), o F-16C ou F/A-18C são os mais indicados para a total imersão, mas todas as aeronaves neste simulador adaptam-se bem à base, incluindo helicópteros.

Então e os helicópteros? Usar qualquer joystick que seja com molas de centragem, nunca é, de facto, uma boa opção para quaisquer simulações de helicópteros. Contudo, temos aqui uma opção muito interessante para voar nestas aeronaves: podemos diminuir a tensão das molas de tal forma que a tensão seja quase inexistente na operação, tornando-a francamente confortável. Não devem remover a tensão por completo porque, já devem imaginar, correm o risco do stick “cair” para o lado. Isto seria mitigado com um bom amortecedor. Ou até com um tensor de posição fixa mas, obviamente, isto não está disponível. Ainda assim, há um compromisso possível que torna a operação bastante positiva.

Podem também optar pelas molas “Suaves” e, aqui sim, o anel de amplitude “XL” fará todo o sentido. Em especial se usarem um extensor mais comprido ou uma pega réplica mais longa. Até mesmo usando o extensor acima mencionado que aumenta um pouco a altura do stick, colocando-o ao meio, entre as pernas, com um ângulo “offset” de 30º, cria uma simulação muito suave e muito ergonómica para helis. Não creio que este stick tivesse sido desenhado a pensar nas “asas rotativas” propriamente, mas o compromisso entre tensão e precisão é possível, obtendo um controlo competente também nesta aviação.

Ok, vamos lá ao grande “elefante na sala”, algo que estou certo muitos de vocês perguntarão: Porque é que a Thrustmaster não lançou esta base com motorização “force-feedback”? Não sei a resposta, confesso (e olhem que perguntei). Olhando para o portfólio da TM, com tantos volantes para automóveis com esta capacidade, seria lógico que o próximo passo fosse esse, uma base renovada e com motores FF. Contudo, a AVA Base não os tem e é bem natural que muitos fiquem desapontados, em especial ao ver outras marcas a apostar forte nesta tecnologia. Contudo, lá porque um sistema é popular, não significa forçosamente que seja infalível ou que ofereça exactamente tudo o que os pilotos virtuais querem.

Não vou falar nesses outros dispositivos (até porque ainda não os conheço). Contudo, acredito que nos planos da TM exista uma forte probabilidade de um dia termos uma outra base com “force-feedback”. Aliás, se olharem bem para a construção desta AVA Base, quase que dá para perceber que pode muito bem um dia ser adaptada para usar motorização. Obviamente, terá de ser um novo modelo com um preço a condizer, não parecendo possível, de forma alguma, adicionar motores suficientemente robustos dentro desta caixa tão diminuta, como uma espécie de add-on. Mas, seja o que for que a TM planeie, se esta é uma “rampa” para um futuro “FF”. Está num óptimo caminho.

Só para terminar, a nota que todos esperam que seja feita quanto ao preço destes produtos. A base está a ser comercializada por 279,99€, só mesmo a base, quase o dobro da anterior TM Magnetic Base. Tanto a placa inferior como o adaptador estão a ser comercializados cada um por 29,99€. O que, no total, perfaz 339.97€ para obterem o conjunto que testámos aqui. E se quiserem uma pega para o stick (sem ela pouco podem fazer), pode custar-vos 199,99€ (F/A-18) ou 189,99€ (F-16). Se quiserem optar pelo tal pacote “all-in-one” com base, prato, extensor e pega do F/A-18, então custar-vos-á 549,99€, um pouco mais que comprando tudo individualmente, justificado pelo facto da AVA Base ter decoração especial. Não é um produto barato.

Estamos a falar de uma linha premium, claramente. A TM orgulha-se de ter os dois tipos de produtos, premium e algo mais acessível, numa vasta selecção de joysticks, throttles e pedais para simulação. Se estes preços não vos atraem, é normal que este produto não seja orientado para vocês. Como sempre dizemos, porém, é tudo proporcional ao que queremos do nosso hobby. Eu acho que a TM AVA Base é uma peça especificamente orientada para construtores de simuladores caseiros (simpits) e para quem quer um novo nível de personalização. Para esses, sem dúvida a qualidade, a durabilidade e a precisão são tudo, não se importando de desembolsar mais por isso. Para os demais, acredito, estes preços, associados a throttles e pedais mais caros, são um tanto inacessíveis. Todavia, o investimento, acreditem, vale bem a pena.

Veredicto

Anos de fiabilidade, com uma fórmula de sucesso na simulação de voo, deram origem à evolução lógica a nível de controlo, construção e, mais importante, personalização da experiência. A Thrustmaster AVA Base é, de longe, a melhor base linear para simulação de voo que jamais experimentei, usando tecnologia de forma inteligente, abrindo (literalmente) a caixa para os utilizadores ajustarem tensão, resposta e amplitude conforme desejem. Acho apenas que há alguns pormenores de conceito a precisar de revistão, como os amortecedores pouco eficazes. Também acho que a TM AVA Plate devia ser incluída com a base, mas isso é algo que futuramente pode ser revisto num bundle. Uma nota muito positiva para o TM AVA Offset Adapter, uma pequena mas muito útil peça opcional.

  • MarcaThrustmaster
  • ModeloTM AVA Base
  • Lançamento2024
  • PlataformasPC
r
Recomendado

Óptimo, aconselhamos a apreciar ao máximo.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Amortecedor podia ser bem melhor
  • Placa inferior podia ser vendida com a base
  • Preço algo elevado

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