Análise – Thrustmaster eSwap X Pro Controller
Até hoje, não largámos o nosso eSwap Pro Controller para a PS4 e PC. Tem sido o nosso fiel comando para jogar, com toda a qualidade que assinalámos e que ainda hoje se mantém intacta. No final do ano passado, a Thrustmaster lançou este TM eSwap X Pro Controller para o universo Xbox. Com mais semelhanças que diferenças, a qualidade mantém-se.
De facto, o comando eSwap é um dos melhores no seu género, rivalizando (e ultrapassando) alguns comandos de “alta performance”, com imensas características que o tornam na escolha óbvia para os jogadores mais sérios, especialmente nos eSports. A popularidade do eSwap para a PlayStation, foi assinalável, ao ponto de esgotar muito rapidamente a nível mundial. E o mesmo aconteceu com o eSwap X que, embora dedicado às consolas Xbox, não conseguiu vir a tempo para a estreia da Xbox Series X|S. Mesmo quando foi finalmente lançado, também esgotou rapidamente, no meio desta pandemia e escassez de stocks. Daí também o atraso nesta nossa análise. Finalmente, foi possível pegar no comando e ligá-lo à nossa Xbox Series X e ao nosso PC para o testar em toda a sua glória. Adianto já que não fiquei nada desapontado, mesmo com esta espera.
Como disse no início, há diferenças mas também temos de falar nas semelhanças. Pegando numa célebre frase vinda do futebol, “equipa que ganha, não se mexe”. De facto, a lógica e design do comando eSwap foi suficientemente testada para concluir que é uma boa fórmula. Não estou apenas a falar do seu sistema modular de personalização (já lá vamos), estou a falar também na sua qualidade de construção e rigor técnico, apostando, por exemplo, em botões mecânicos, mini-sticks de elevada precisão, até 30% mais robustos e com o dobro da duração em clicks no botão central. Também sempre gostei do seu peso, do seu longo cabo revestido entrançado e da elevada simplicidade de programação e actualização de firmware no PC através do programa Thrustmapper.
Claro que a Thrustmaster não se limitou a simplesmente replicar o mesmo comando com um X no meio. Esta versão para a família Xbox é obviamente distinta, devidamente licenciada pela marca. A principal diferença a nível visual é a lógica ausência do touchpad característico da PlayStation. Ao invés, dá-nos o novo botão Share, os dois botões de menu e opções alongados, além do imprescindível botão Xbox. Nota-se que a TM teve de reorganizar este modelo ao remover o touchpad, deixando, contudo, uma área bem mais vazia e menos estética. Gostava, por exemplo, que o LED branco de energia iluminasse o X do botão Xbox, não estando por cima, como algo adicionado à pressa. Não só ficaria esteticamente mais interessante, como ficaria em linha com o design dos tradicionais comandos da Xbox.
Voltando o comando ao contrário, reencontramos os célebres botões traseiros. Confesso que nunca fui fã destes botões, dada a sua posição. É possível reprogramá-los para replicar funções dos demais botões e gatilhos, o que pode ser útil. Contudo, sempre achei difíceis de operar, mesmo com aquelas pás e outras soluções que várias marcas tentaram. Mesmo assim, podem dar jeito a jogadores com mãos maiores ou mais flexíveis. O que dá mesmo jeito, são os dois novos bloqueadores mecânicos de curso dos gatilhos mais acima, permitindo bloquear a sua profundidade a 50%, algo “inspirado” no célebre Xbox Elite Controller. A vantagem será usar os gatilhos em todo o curso para, por exemplo, controlar a velocidade de um veículo e depois bloqueá-los a 50% para fazer tiro sem ter de mover o gatilho até 100%. Prático, sem dúvida.
As diferenças no aspecto geral não ficam por aqui. Na base, além da tomada jack 3.5mm para auscultadores e microfone, temos também o botão de mute. Mas, notarão que temos mais botões disponíveis aqui. Agora, temos também práticos botões para o volume dos auscultadores. Cada perfil tem também o seu próprio botão, ao invés de um comutador e há um botão “Map” para mapear rapidamente os botões traseiros do comando. Confesso que este botão me deu alguma preocupação, porque seria possível ligá-lo sem querer e inadvertidamente remapear os botões. Contudo, a lógica assenta em manter o botão premido para reprogramar cada botão e temos uma pequena vibração de confirmação, garantindo que não há lapsos.
Uma das melhores características desta linha eSwap é que, com um simples kit de substituição de peças vendido em separado, podemos quase ter um comando novo sem gastar muito. Não só os kits dão outras opções de personalização, como até trazem teclas e configurações especiais, por exemplo uns gatilhos mais longos ou teclas adicionais para jogos de luta. Por outro lado, ainda conseguem renovar o próprio aspecto do comando a longo prazo. É que as peças que estes kits substituem, são mesmo as que maior desgaste apresentam: os analógicos, os gatilhos e as tampas laterais das pegas. Assim, com uma simples operação de troca, porque tudo é feito com ímanes, renovamos o nosso comando preferido, sem ter de comprar um novo.
Esta lógica também permite alterar a posição dos analógicos e D-Pad para quem prefere a posição PlayStation (analógicos lado a lado e o d-pad no topo esquerdo) ou a posição Xbox (analógico esquerdo no topo, d-pad ao lado do analógico direito). Não vamos entrar na discussão sobre qual configuração é melhor, apenas estou a dizer que têm essa opção. É até possível colocar o D-pad no lado direito ou colocar três analógicos… porque o fariam? Não sei. Mas, se isso vos der mais jeito, saibam que é possível. Tudo é feito de uma forma simples, na hora, sem necessidade de reprogramação ou uso de ferramentas especiais (o D-Pad por precisar de uma “ajudinha”). Tal como no modelo anterior, cada mini-stick também é comutável, bastando desenroscar, tendo até um par de substituição na própria caixa, escolhendo entre superfície curva ou côncava.
Dando continuidade a esta capacidade de personalização, já sabem que podem comprar os tais novos kits para equipar o vosso eSwap X. Mas, é bem possível que fiquem um pouco confusos pelo marketing da Thrustmaster. É que se procurarem por kits de personalização para este comando, só vão encontrar dois kits oficiais, um azul e um verde (em cima). Não se deixem enganar, porém. Saibam que todos os kits já disponíveis, inclusive os lançados para a versão original PlayStation, são compatíveis. Parece-me que a TM apenas quis dar destaque a este dois novos kits, mas consegui instalar os meus kits do comando original usá-los sem problema. Assim, terão imensas opções de cores e botões especiais (e até de iluminação) nos mais diversos kits.
Na hora de jogar, claro, temos a mesmíssima qualidade de resposta e feedback. Não me sendo possível medir as cadências reais de resposta, sempre favoreci os comandos com cabo, por me parecerem menos propensos ao infame atraso de resposta (input lag), tão característico nas consolas. Conforme já sabem, a nova Xbox Series X aposta numa tecnologia de baixa latência para os comandos wireless. Gostaria de ter testado esta funcionalidade no eSwap X mas não é possível porque este comando só suporta ligação por cabo via USB-A. Até que ponto será um revés para quem joga casualmente? É uma questão de querer ou não um cabo ligado à consola. A nível dos eSports, suspeito que o cabo será sempre a ligação preferida.
No PC, gostei bastante da facilidade de instalação, graças à compatibilidade nativa dos comandos Xbox no Windows 10, uma funcionalidade aqui amplamente aproveitada. Com o eSwap original também é possível jogar no PC, obviamente, mas necessita de emulação e o botões mapeados são os da Xbox (X, Y, A, B em vez do quadrado, triângulo, X e círculo, além dos bumpers e gatilhos com outro nome). Isto, obviamente, troca um pouco “as voltas” a quem não está habituado. Usar o eSwap X no PC, assim, é bem mais natural. Obviamente, não tiramos proveito do exclusivo botão Share mas é uma cedência aceitável. No eSwap original também não usávamos o touchpad da PlayStation pelas razões óbvias. De resto, uma vez mais, tudo é funcional.
Para personalizar a vibração, o curso digital dos gatilhos e mesmo a programação geral do comando, como já disse, no PC recorremos ao software Thrustmapper. Notem, porém, que não é o mesmo programa que tinham para o eSwap original. Mesmo que já tenham o software do eSwap instalado, terão de descarregar o novo Thrustmapper X. É virtualmente idêntico ao anterior mas é obviamente dedicado ao novo comando, além de ter um bem mais prático update de firmware integrado, ao contrário do anterior que usava um programa separado para o efeito. Não entendo porque a TM simplesmente não criou um software único para os dois comandos no PC, enfim.
Veredicto
Ao invés de simplesmente dizer-vos que o Thrustmapper eSwap Pro Controller X é uma versão muito semelhante ao eSwap original que tanto gostámos, agora com outras “cores”, prefiro dar-lhe o devido destaque, muito além da óbvia adaptação do conceito eSwap à família Xbox. Este comando é uma excelente opção em termos de qualidade, durabilidade, personalização e facilidade de uso, bastante atractivo aos mais exigentes. Não posso deixar de o comparar com o Xbox Elite Controller, o que não é um ponto negativo, pelo contrário. Acredito mesmo que consegue superá-lo em alguns pormenores, especialmente na capacidade de alterar o seu aspecto e os seus módulos. A haver algo negativo a apontar, serão algumas opções de design e, claro, o seu preço (169,99€). Mas, quando se procura hardware a este nível, não estamos propriamente preocupados com custos.
- MarcaThrustmaster
- ModeloeSwap Pro Controller X
- Lançamento2020
- PlataformasPC, Xbox One, Xbox One X, Xbox Series X|S
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Toda a qualidade e conceito da linha eSwap
- Poder usar os kits de personalização do eSwap original
- Novos bloqueadores de gatilhos
- Botões de volume de som na base
- Design do topo centro podia ser melhor...
- ... especialmente o botão Xbox
- O preço é algo elevado