Análise: Toshiba Qosmio X870
No que toca a jogar, um computador pessoal que tenha performance, será sempre o ideal. Pode-se fazer algumas cedências para jogar em computadores mais antigos ou menos potentes, mas o Gamer a sério quer sempre o melhor que a tecnologia oferece. Sabendo isso, a Toshiba criou a sua linha de computadores portáteis Qosmio Gaming para os mais exigentes. Este ano já vamos com dois lançamentos dessa linha dedicados ao gaming. O X870 e o mais recente X70. Vamos falar-vos do Toshiba Qosmio X870-126.
Sempre fui particularmente cuidadoso em escolher um computador para jogar. Um portátil, por exemplo, nunca foi a minha escolha inicial para este tipo de aplicações, por vários motivos. Em primeiro lugar porque as tecnologias de processadores e placas gráficas compactos para estas plataformas não conseguem (em teoria) competir com os seus homólogos nas máquinas Desktop. Depois, há um sério problema com alguns chassis de portáteis que são quebradiços, propensos a dobrar com o uso e uma fraca gestão do calor, sendo este último factor o pior em termos de desgaste. Regra geral, os portáteis sofrem muito com fraca ou mesmo má ventilação. Não raro, é necessário adquirir uma base ventilada para poupar o nosso querido portátil.
Mas quando recebi este Qosmio notei de imediato uma enorme diferença em termos de construção e em termos de aproveitamento do seu chassis, sobretudo a nível da ventilação. Ok, aqui reclamo uma situação que não gostei mesmo nada. Sabendo que os touchpads são raramente usados, um jogador a sério vai usar um rato à parte. O rato é usado na direita (excepto os esquerdinos, claro). Então, porque é que o ventilador deste Qosmio está montado à direita? Quando a máquina está a trabalhar em pleno, a temperatura sobe e bem. O ar quente chega a queimar. Se no Inverno até é útil para aquecer a mão, no Verão será insuportável. Menos boa esta ideia, mas acho que sei porque é que o ventilador teve de ser colocado naquele local e já vos explico.
A nível de design, o portátil é construído na sua maioria em Alumínio de cor preta (Dark Black), com acentos vermelhos platinados lateralmente. É um design sóbrio que é quase um “upgrade” do anterior modelo X770, este com muito mais vermelhos e, quanto a mim, menos elegante. Na tampa, um logótipo Qosmio iluminado a LEDs vermelhos que em conjunto com o teclado também retro-iluminado em vermelho, lhe dão um toque único, para fazer lembrar que este é um computador especial.
A nível de robustez, a construção em alumínio é sólida. O que, tratando-se de um portátil, aumenta a sua fiabilidade em termos de transporte. A superfície possui uma textura rugosa para aumentar a tracção e evitar dedadas. O que é óptimo na zona de descanso das mãos, abaixo do teclado.
Falando nos interfaces directos. O teclado, que já mencionei ser retro-iluminado com LEDs vermelhos, possui teclas suaves de pouca resistência e silenciosas, devido à ausência de molas. O sempre simpático teclado numérico no lado direito, só possível graças às dimensões generosas deste “transportável” (418.2 x 272.3 x 29.4 mm), evita chatices. E lá está o touchpad, o painel de rato ao centro, de grandes dimensões (122mm x 80mm), multi-toque mas apenas com um botão de contacto. E está é uma questão pertinente: Porque não colocar dois botões de rato? A resposta pode ser: Porque é mais elegante não haver um único botão visível mas toda a superfície ser um botão! O que é excelente para trabalho e uso diário, mas péssimo para jogar… Quantos jogos usam o botão direito para alvejar e o esquerdo para disparar ao mesmo tempo? Pois é. Felizmente que não usamos muito esta unidade, preferindo o rato externo. Mas, é de notar que este touchpad tem uma superfície de borracha aderente e parece-me, pelas suas características e dimensões, que era pensado mesmo para jogar.
E é claro que não podia deixar de destacar as potentes colunas de som da Harman Kardon. Cada um dos dois sets de colunas possui um speaker e um twitter capazes de debitar estéreo de 24Bits com uma qualidade soberba para o seu tamanho, graças à tecnologia SRS Premium Sound 3D. Genial. Com este sistema de som não vão querer usar auscultadores, prometo. Só tenho pena que o controlo de volume seja digital (botões FN) e não com um controlo directo. Se um jogo usar as teclas Função (F1, F2, F3, etc) isto não vai funcionar muito bem. Depende do jogo.
Continuando pela visita guiada ao sistema, contamos com entradas laterais para todos os vossos periféricos preferidos. Do lado esquerdo um socket para um cadeado Kesington, uma tomada LAN Gigabit (RJ45) e duas tomadas USB 3.0, além da gaveta do leitor Blu-Ray. Do lado direito, duas entradas “jack” para Audio (headphones e microfone) com capacidade Sleep-And-Music para ouvir música mesmo com o PC em stand-by, mais duas tomadas USB 3.0, duas saídas de vídeo HDMI (capacidade FullHD 1080p) e VGA, o enorme extractor de ventilação e o socket de corrente para o gigante “power brick”, um transformador enorme para alimentar este potente computador. Na frente, existe um pequeno sulco para o leitor de cartões de memória SD Card, MiniSD, microSD, SDHC, etc. No topo do computador, por cima do monitor um pequeno orifício para o microfone e uma pequena Câmara de 2.0 Megapíxeis com capacidade HD de 1080p (irónico porque o TFT em si não tem capacidade Full HD, mas fica a intenção).
Gostaria de ver mais possibilidades de ligação ou de transferência de dados. O USB 3.0 é um bom protocolo, rápido e fácil de usar e possui quatro portas destas, tendo duas delas a capacidade de Sleep-And-Charge (poder carregar periféricos mesmo com o PC em stand-by). Mas, por exemplo, uma tomada eSATA ou algo semelhante seria excelente para quando o disco de 1TB interno não chegar. Mas pronto, não é realmente importante, apenas uma ideia.
E tenho de dizer que tive alguns problemas no uso destes USB 3.0 com unidades USB 2.0 como os comandos Xbox ou mesmo o Rato. Estou para averiguar se foi uma situação pontual, mas não é raro ouvir falar que o USB 3.0 não gosta muito que se usem unidades USB mais antigas. Neste caso teria ficado mais satisfeito se duas destas portas fossem 2.0. Pelo menos, evitava-se a chatice que tive por três vezes com o comando Xbox a desligar-se ou com os controlos congelados. Imaginem o que é ver o vosso Dragonborn em Skyrim a correr para um precipício sem que possam fazer nada… Valeu-me o savegame próximo. Noutra ocasião, foi um rato com USB 2.0 que usei: Desligava-se e ligava alternadamente durante alguns segundos e depois ficava ligado. Mas, acabava por morrer a meio de um jogo. Ao trocar para outro exactamente igual, tive o mesmo sintoma. Este problema foi resolvido com outro modelo de rato, desta vez USB 3.0. Estão a ver o que eu digo?
Debaixo da armadura de alumínio, o Qosmio X870 mostra o normal painel de acesso aos componentes comutáveis. Com esse painel removido com um só parafuso, bem escondido com uma tampa de borracha, temos acesso ao disco rígido HDD Toshiba de 5400 rpm com capacidade de 1 TeraByte. De notar que noutros modelos como o X870-124 existe um disco HDD de 750 Gb e um disco SSD de 128Gb (como podem ver na imagem em cima). No nosso, apenas uma unidade HDD de 1 TB de 5400rpm. Mas como são dois slots com um só ocupado, há espaço para outro disco se quisermos colocar mais um, ou simplesmente trocar o actual por um SSD e colocar o antigo no outro socket. Infelizmente a ventoinha ou conduta de refrigeração não estão acessíveis e para sua manutenção terão de abrir todo o portátil, algo que não recomendamos por questões de quebra de garantia.
Já agora que falo nisso, como sabem, os discos SSD são 30% mais rápidos e que os vulgares discos rígidos ópticos HDD, não emitem ruído e não são propensos a vibrações. Seria excelente que este computador possuísse pelo menos um disco SSD como o modelo em cima. Mas de notar que 1TB de disco SSD, hoje em dia, poderá custar até três vezes mais que um HDD. Mesmo assim, é de pensar num upgrade futuro, não?
Mas aproveitando as entranhas do Qosmio abertas, notamos que estão disponíveis duas placas de RAM de 4 Gb deste lado. No outro, por baixo do teclado, estão as outras duas, ao todo são quatro com 4 Gb cada, perfazendo os 16 Gb totais com velocidade de 1600Mhz e DDR3. Também lá está a pequena placa Wireless LAN da Realtek.
Por último a bateria. Portátil que é portátil, tem uma bateria que funciona de duas formas: Quando o PC está ligado à corrente carrega a bateria e esta age como uma APU (Unidade de Energia Auxiliar) se falhar a corrente e quando desligado da corrente usa inteiramente a bateria até a esgotar. O próprio Windows possui esquemas de poupança de bateria por ligar ou desligar recursos do software mesmo hardware. Há até mesmo um botão “Eco” no lado esquerdo do portátil, junto à coluna de som, que permite colocar o PC num modo de poupança assinalável, sob pena de perder quase 50% de performance. Mas, em condições normais, a bateria de Lítio-Iões possui uma vida média de 2 horas e 30 minutos quando nova e com recurso aos modos equilibrados de poupança de energia.
Antes de meter mãos à obra e começar a usar o Qosmio, vou só falar da tal questão do ventilador à direita. Penso que aqui a questão é mesmo o leitor de Blu-Ray. Talvez pelas dimensões tivesse de ser montado à esquerda e, por isso, obrigado o ventilador de enormes dimensões a passar para a direita. Ou então, numa tentativa de não incomodar a mão de jogo com a troca de discos, passaram a gaveta para o outro lado. Penso que era menos negativo ter de abrir a gaveta pela direita (operação rara, diga-se). Mas evitar o sobreaquecimento da mão direita quando se usa um rato externo é que é mais complicado. Plataforma elevada? Talvez seja uma solução a curto/médio prazo.
Carregando no botão de energia, o Qosmio X870-126 ganha vida. O fantástico monitor TruBrite TFT com LED e com um rácio de 16:9 e capaz de resoluções de 1600 x 900 píxeis, só peca no tempo de resposta reportado de 8 ms. Mesmo assim,não chateia muito essa questão. Nos seus 44 cm e com o nível elevado de contraste que só o LED consegue oferecer, os jogos e vídeos não serão comprometidos.
Depois de ultrapassar a enorme desilusão do Windows 7 Home Premium de 64 Bits (A sério Toshiba? Porque não o Windows 8?), o meu primeiro teste é sobre o processador. O Core i7-3610QM da terceira geração de Quad-Cores da Intel (Ivy Bridge) com 2.30 Ghz e Turbo Boost 2.0 até 3.30 Ghz e 6Mb de cache ao terceiro nível. Não há programa mais pesado ou aplicação mas exigente que não se safe com os seus quatro núcleos (oito threads).
Corremos o programa de benchmark PC Mark e obtivemos uma pontuação relativamente alta para um portátil. Os 3302 pontos deste teste no modo de uso Creative Conventional podem-se comparar com outros computadores mais potentes e com outras arquitecturas, por exemplo os 3809 pontos de um Desktop que testámos equipado com um Core i7 Extreme, 16 Gb de Ram e disco SSD. Nada mau para um portátil e sem SSD, não acham?
Como toda a gente faz quando compra um computador novo (e depois nunca mais toca nisso) também corri o Windows Experience Index para saber quantos pontos marcou o Qosmio. Este coeficiente de experiência, porém, não é muito fiável porque ao invés de marcar uma média de pontuação, pontua sempre pelo valor mais baixo dos seus testes. Por isso, é normal que nos ficássemos pelos 5.9. Adivinhem porquê? Por causa dos discos HDD de 5400rpm. Aquele upgrade está cada vez mais apetecível…
Depois saltamos para outro benchmark importante, o do GPU. Este Qosmio é equipado com a recente NVidia GeForce GTX 670M que já possui as tecnologias CUDA e Optimus. A sigla “M” significa “Mobile” e é uma placa exclusiva para portáteis no protocolo PCI Express. Com os seus 3 GB de memória dedicada (VRAM) GDDR5, tem aquela simpática capacidade usar a memória interna como um extra, usando o TurboCache para chegar até uns impressionantes 10 Gb em situações extremas. Se bem que isso roube memória RAM para as aplicações, é uma marca impressionante para uma placa de vídeo de um portátil. E convenhamos que quase nenhum jogo ou aplicação vai exigir tanta VRAM.
Mas para quem percebe um pouco destas coisas, saibam que esta placa não é uma Kepler, a mesma tecnologia que equipa as demais placas da série 600 da Nvidia. Trata-se de uma Fermi, a mesma tecnologia das versões anteriores como a 570M, só que… mais rápidas. É só uma designação de arquitectura do processador, mas há um certo receio de que lá dentro esteja apenas um chip 570M com overclock…
Corremos o famoso programa 3D Mark para o inevitável benchmark desta placa de vídeo. O resultado foi o esperado. Uns respeitáveis 94624 pontos. De igual forma, para conseguirem ter uma equivalência de performance, o mesmo PC desktop que usámos como comparativo do CPU (Core i7 Extreme, 16 Gb de Ram e disco SSD) equipado com uma Nvidia Geforce GTX 670 pontuou apenas mais um pouco com 103190 pontos. Novamente, o pequeno grande Qosmio mostra as suas garras e afirma-se como uma plataforma de respeito.
De notar que no site da Nvidia, a Geforce 670M é ainda considerada uma placa de topo (High End) com performances ao nível das suas companheiras de desktop, mesmo com o lançamento da série 700. Embora não possuindo a mesma arquitectura das mais modernas, vemos alguns comparativos de benchmark a darem apenas menos 13% e 15% de performance nesta placa em comparação com as GeForce 670 ou 680 (desktop), respectivamente. Que nunca nos falte o ventilador, porque aquece como as irmãs mais velhas e bem que o sentimos na mão direita…
E falando de temperatura, é lógico que um sistema destes vai aquecer. Idealmente é bom que o ar quente saia rapidamente da estrutura e não aqueça o chassis. Se há coisas que os PCs modernos não gostam é humidade, pó ou, lá está, calor. Humidade, lá conseguimos evitar por não jogar na cozinha ou na casa-de-banho (mas há quem o faça!). Pó, é fácil de evitar com uma limpeza regular, mas o calor… esse, depende de dois factores: Da qualidade de engenharia da Toshiba a desenhar condutas de dissipação de calor e da qualidade dos ventiladores em si (e de pastas térmicas e outros extras que controlam a dissipação).
Corri um programa chamado MSI Kombustor, que basicamente é um teste de stress à placa gráfica e à sua capacidade de ventilação de calor. O programa permite também monitorizar as temperaturas quando está no pico de actividade. Neste caso o nosso sistema nivelou em idle nos 38ºC obtendo alguns picos de 40ºC. Depois com o stress e GPU a 100% e ventilador a 100%, chegou a atingir os 76ºC estabilizados. Perfeitamente aceitável, sabendo que a gráfica possui um limite de 90ºC, altura que automaticamente se desliga para evitar queimaduras.
De notar que o nível de ruído, de facto, torna-se algo incómodo quando ventilador entra em overdrive para compensar as temperaturas elevadas. É uma inevitabilidade. E até é bom que aconteça. Mais vale aumentar o volume das colunas ou auscultadores e, em último caso, trautear a banda-sonora do jogo… Queriam o quê? Que o PC pegasse fogo? Acho que é bem melhor assim, não?
Hardware testado, benchmarks feitos, falta o quê? Nada… certo? Claro que sim, faltam os jogos. Mas antes de os instalar tive de fazer uma limpeza profunda ao PC. Não só o fatídico Windows instala imensa tralha que temos de apagar posteriormente (Windows Live, alguém usa isto?), como ainda a própria Toshiba instala uma quantidade enorme de software que não faz mais nada que encher-nos o ecrã de janelas com informação dispensável. O que a meio de um jogo, mandando-nos para o ambiente de trabalho a meio de um nível complicado, não é nada bom. A intenção é boa. Para um portátil de escritório ter uma aplicação que faça update dos drivers automaticamente é muito útil. Mas, não num PC para gaming. E além disso, atrasa o arranque e afecta a performance. Lixo!
Software limpo, escolhi, então, duas séries de jogos de acção e um RPG. E explico porquê. As suas séries de acção na primeira pessoa são ARMA e Battlefield. O primeiro possui ambientes de open-world gigantes com imensos polígonos e texturas de alta definição. O segundo porque usa o potente motor Frostbite para puxar pelas placas gráficas de última geração. O jogo RPG que escolhi foi o lendário Skyrim. Também com um mundo vasto, este jogo possui das paisagens mais exigentes a nível gráfico, com inúmeras animações e efeitos especiais. O objectivo com estes jogos é que sejam, também eles um Benchmark.
Infelizmente, não consegui ensaiar outros jogos que pretendia instalar no Qosmio. Seria interessante um jogo de corrida de automóveis exigente ou um simulador de outro calibre, mas, honestamente, as ofertas actuais do mercado não primam pela tecnologia, havendo jogos que ainda correm com tecnologia DirectX 9 ou 10 ao contrário do pináculo tecnológico que é o DirectX 11. Seria inútil, por exemplo, mostrar-vos pontuações altíssimas no Microsoft Flight Simulator X se este corre apenas os DirectX 9 (são 14 anos parado no tempo, afinal). E mesmo nos jogos que analisei, tentei mostrar-vos algo comparativo. Por exemplo, entre duas evoluções de motores Frostbite de Battlefield 3 e Battlefield 4, com as respectivas diferenças de física e animações e entre o Arma II e Arma III para terem uma ideia da diferença entre um jogo com quase cinco anos e o que foi lançado há semanas.
Entre os três sets de jogos, está resumida, quanto a mim, a capacidade do Qosmio. Tentei não ser muito chato e não parti para a explicação dos porquês de usar (ou não) determinada definição e nem sequer vou explicar o que cada definição faz. Seria um outro artigo completamente diferente. O objectivo é mostrar capacidades usando as pré-definições como “Baixa”, “Alta” ou “Ultra” como qualquer pessoa que quer apenas jogar neste portátil Qosmio X870. Fiz algumas optimizações e cedências, como é lógico. No final tentei tornar o jogo o mais fluido possível, com o máximo de opções ligadas para permitir visual sem comprometer a performance. Fica ao vosso critério essa avaliação. E é certo que mais jogos de PC iremos analisar no futuro e que irão também puxar pelo X870.
Importante nota sobre os FPS: Qualquer análise feita a um computador, inevitavelmente passa pela contagem de FPS. Trata-se da sigla para Frames Per Second, ou Fotogramas Por Segundo. Basicamente, é o número de fotogramas em sequência que, somados, serão precisos para produzir um segundo de imagem em movimento. Para terem uma ideia, o olho humano funciona aproximadamente entre 10 a 12 fotogramas por segundo. De modo a ser imperceptível, o vídeo ou cinema têm de trabalhar ao dobro desta cadência para que não sintamos nenhuma quebra. O Cinema trabalha a 24 FPS, a nossa televisão a 25 FPS (50Hz PAL) ou a 30 FPS (60Hz NTSC). Tudo abaixo dessa marca torna-se perceptível ao nosso olho como quebras de movimento. Tudo acima é… irrelevante.
Não se deixem impressionar quando vos dizem que vídeo X corre a 60 FPS. Se virem uma imagem de vídeo a 25 FPS ou a 60 FPS não irão notar grande diferença no movimento. Há, no entanto uma enorme diferença na fluidez. Que são coisas interligadas mas distintas. Se num vídeo o movimento é involuntário (a câmara que gravou a imagem é que mexe, não temos directa intervenção no que é visto), num videojogo o movimento que fazemos com o teclado, rato ou comando, numa contagem baixa de FPS, pode fazer a diferença. Mexer um boneco a 25 FPS ou a 60 FPS é significativo e pode motivar a vitória, como um atraso ou quebra motiva a derrota num jogo.
Por outro lado há uma série de questões com monitores de resposta lenta (taxa de refrescamento acima dos 10ms) com Frame-rates muito altos. Em movimentos rápidos laterais ou verticais o monitor não consegue acompanhar com a sua taxa de refrescamento os 60 FPS e criam-se “cortes” na imagem. A pensar nisso, existe uma correcção chamada de VSync para diminuir os FPS de acordo com a taxa de refrescamento do monitor. Só que isso corta nos FPS e baixa a fluidez. Mas que fazer? Ter muitos FPS e baixa taxa de refrescamento cria efeitos negativos. Mais vale ligar o VSync quando é necessário.
ARMA II e ARMA III
Jogo de simulação de combate da Bohemia Interactive que começou há uns anos valentes a dar cartas nos shooters com o Operation Flashpoint. Depois de um desentendimento com a Codemasters, a Bohemia decidiu trilhar caminho a solo e apareceu o ARMA. Até agora foram lançadas três versões do motor lógico da série, sendo o ARMA II um dos jogos com mais pacotes de expansão, addons e mods da actualidade. Escolhi instalar ARMA II – Operation Arrowhead como jogo mais antigo para compararmos com o também instalado ARMA III ainda sem expansões.
Ao princípio parece que o jogo mais recente pouco difere de Arma II em termos de opções. E até parece que ambos podem correr com as resoluções e definições máximas. Mas o motor gráfico mais recente de ARMA III foi completamente remodelado e actualizado. Por esse motivo, só mesmo as placas gráficas, processadores e RAM de topo é que são capazes de o correr no máximo. Mesmo assim, notem as definições usadas e respectivos resultados de performance.
Definições de jogo: Very High
Definições NVidia (extra jogo): Optimizado com Anti-aliasing FXAA 8X, Filtro Anisotropic, correcção de Gama, Com VSync
FPS em média: 41
Pico de FPS: 45
Pior FPS: 22
Definições de jogo: High
Definições NVidia (extra jogo): Optimizado com Anti-aliasing FXAA 4X, Filtro Anisotropic, correcção de Gama, Sem VSync
FPS em média: 29
Pico de FPS: 53
Pior FPS: 18
Battlefield 3 e Battlefield 4
Os dois mais recentes capítulos dos shooters do momento, recorrem ao motor gráfico interno da DICE, o lendário Frostbite que até já ofereceu performance a jogos como Medal of Honor ou Need for Speed. Mas é Battlefield 3 que o Frostbite 2 mostra todo o seus esplendor com físicas, partículas, animações e efeitos visuais dignos de algumas películas de Hollywood. A versão mais recente do Frostbite 3 fez cair o queixo a muita gente que jogou a versão PC de Battlefield 4 com ainda mais detalhe, ainda mais animações e… ainda mais destruição.
Com diversos updates concretos, Battlefield 3 é um jogo maduro com diversas optimizações para as placas gráficas NVidia. Curiosamente em modo automático colocou algumas coisas em Medium quando esperava tudo no modo Ultra. Mas como correu sem gaguejar um só momento, decidi deixar ficar. Nem mesmo quando online estamos a jogar com 64 jogadores BF3 se ressentiu. Ironicamente, o Frostbite 3 em Battlefield 4 é claramente menos exigente e com uma ou outra cedência visual, digo-vos, não fiquei nada desapontado por correr em modo High com um frame-rate impecável.
Definições de jogo: Auto (Ultra e Medium)
Definições NVidia (extra jogo): Optimizado com Anti-aliasing FXAA 8X, Filtro Anisotropic, correcção de Gama, Sem VSync
FPS em média: 39
Pico de FPS: 47
Pior FPS: 15
Definições de jogo: Auto (High)
Definições NVidia (extra jogo): Optimizado com Anti-aliasing FXAA 4X, Filtro Anisotropic, correcção de Gama, Sem VSync
FPS em média: 30
Pico de FPS: 37
Pior FPS: 25
The Elder Scrolls V: Skyrim
Foi um dos nossos primeiros jogos com nota 10 aqui no WASD. Skyrim teve direito a assento de ouro em quase todo o lado com notas elevadas e com uma comunidade gigantesca. A prova disto são os inúmeros Mods e Addons não oficiais criados por fãs e que ou melhoram ou aumentam a experiência do jogo. O mundo de Skyrim está pejado de objectos, de movimento, de momentos épicos e de uma iluminação soberba. Mas, não é perfeito. Inúmeras correcções já foram lançadas e até mesmo uns packs de melhoramento das texturas.
Nesta nossa instalação, decidi não usar muitos mods. Apenas instalei o pacote de texturas HD oficial e dois mods para corrigir alguns erros de texturas e animações do jogo. De resto, é o jogo original que podem hoje mesmo instalar no vosso PC. E vejam lá se conseguem obter estes resultados.
Definições de jogo: Ultra
Definições NVidia (extra jogo): Optimizado com Anti-aliasing FXAA 8X, Filtro Anisotropic, correcção de Gama, Com VSync
FPS em média: 35
Pico de FPS: 66
Pior FPS: 24
Veredicto
Nas palavras lendárias de um gamer: “Granda Máquina!” Olhem que se havia maior crítico no uso de portáteis para jogar, era eu. Como já disse, nunca os achei ideais para jogos. Mea Culpa! Assumo ser um confesso convertido ao portátil para Gaming com o Toshiba Qosmio X870. Nesta nossa parceria com a Toshiba, um dia havemos de testar o X70 e talvez só aí superemos os grandes resultados do X870. Tudo bem, eu demonstrei que não é perfeito e que muitas coisas podiam ser melhores. Também mostrei que há máquinas de outro calibre que fariam tudo melhor. Mas agora avaliem o preço deste tipo de portáteis comparando o valor de máquinas Desktop equivalentes, onde até terão de comprar o monitor TFT e outros componentes à parte. E depois pensem em carregar esse matulão de férias ou para uma LAN Party… Pois é! Por esses e outros motivos, o Toshiba Qosmio pode muito bem ser a vossa próxima escolha. Aqui no WASD é, de certeza!
- MarcaToshiba
- ModeloQosmio X870-126
- Lançamento2013
- PlataformasPC
Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.
Mais sobre a nossa pontuação- Aspecto e Design
- Construção Robusta
- Performance para um Portátil
- Ventilação à direita
- Touchpad é quase inútil para jogar
- Alguns problemas com portas USB 3.0
- Software inútil da Toshiba