A produção “ignorou” os problemas de Cyberpunk 2077

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Não é novidade que muitos jogos são lançados antes do tempo, especialmente os mais ambiciosos, produzidos um pouco apressadamente. Cyberpunk 2077, porém, era “só” um dos jogos mais esperados do ano. E a CD Projekt RED tinha muito a perder.

Segundo adianta o site Kotaku, numa recente reunião de executivos do CD Projekt Group, os responsáveis sabiam que o jogo não estava em condições a tempo do lançamento, especialmente nas consolas. Quem o disse foi o co-CEO Adam Kiciński numa apresentação aos investidores que decorreu ontem.

Kiciński disse que a direcção “ignorou os sinais” que o jogo tinha problemas e que precisava de mais tempo para o polir. Algo que, com certeza, foi impulsionado pelos constantes adiamentos de lançamento e pela importante quadra Natalícia onde as vendas de jogos, obviamente, disparam.

Essa decisão comercial levou a uma recepção incrivelmente negativa… mas, apenas no dia ou dias depois do lançamento. Isto porque até ao dia 10 de Dezembro, segundo o co-CEO, nas campanhas mostraram o jogo “praticamente só no PC”, porque estavam a trabalhar nas versões PS4 e Xbox One “até ao último minuto” no dia de lançamento.

Isto talvez explique porque muitos analistas e sites de videojogos, como nós, não tivessem acesso antecipado ao jogo a tempo do lançamento, porque a sua versão fornecida era a da PS4 ou Xbox One. Ora, para que servem os sites de videojogos e os analistas senão para formar opinião e ajudar quem espera comprar um jogo a fazer uma decisão firmada?

Esta foi uma manobra comercial arriscada, diríamos mesmo, traiçoeira, porque levou a uma onda de protestos sem precedentes, especialmente porque muitos se sentiram enganados. As análises lançadas no dia do embargo, pouco antes do lançamento no dia 10 passado, foram baseadas na versão PC, francamente mais estável, mas não isenta de problemas.

Num ano tão peculiar, não invejamos a posição da CD Projekt RED, com um jogo tão aguardado, oito anos de hype e a braços com milhões de pré-encomendas. Adiar o jogo mais uns meses seria complicado, perdendo algumas pré-encomendas. Mas, seria o pior dos cenários? Provavelmente estaríamos a comentar mais um adiamento, não uma grande promessa perdida e milhares de jogadores a pedir reembolsos…

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