Activision conclui que remover perícia no matchmaking diminui audiência

CODMWIII (3)

É bom que a Ubisoft esteja a pegar num bloco de notas. A Activision realizou um estudo em COD: Modern Warfare III que confirma as suspeitas de muitos. Remover a perícia como filtro do matchmaking diminui a audiência de jogadores.

Quando XDefiant foi lançado, a Ubisoft insistiu que iria apostar num novo tipo de matchmaking que não apostava na perícia do jogadores como filtro de pesquisa. Para a produção, essa forma de pesquisa não era “essencial para uma experiência divertida a longo prazo”, mas o que vimos depois não foi bem isso. Após um lançamento tremido, o que estamos a ver ainda hoje é um matchmaking falível, com sessões algo vazias e muitas vezes desequilibradas. Não raro vemos equipas com jogadores mais hábeis a dominar sessões, deixando bem claro que jogadores mais inexperientes terão quase sempre um mau momento.

Em quase todos os jogos deste género, falando de títulos de acção, first ou third-person-shooter ou algo semelhante, o matchmaking agrupa jogadores baseando-se em particular na perícia, nível e/ou prestações dos jogadores, considerando regiões, língua, latência e outros factores como algo paralelo. Isto pode criar algumas situações em que podemos sofrer algumas latências mais altas se formos obrigados a transitar para outras regiões mas, pelo menos, garante que jogamos com alguém do nosso nível. Assim, evitam-se situações de desequilíbrio que podem resultar em injustiças.

De acordo com a documentação da pesquisa feita pela Activision, no início deste ano a empresa realizou uma série de testes para analisar esta abordagem. A sua conclusão é que, de facto, remover ou diminuir a importância da perícia como critério de agrupamento, resulta numa diminuição da afluência de jogadores. Os testes realizaram-se com uma amostragem de jogadores Norte-Americanos em MWIII, em que metade correu o jogo normalmente e a outra metade correu o jogo num matchmaking que não removeu completamente a perícia como fez a Ubi, mas colocou-a como baixa prioridade no agrupamento de jogadores.

Nos testes desta segunda metade, apenas 10% dos jogadores de topo regressaram ao jogo com mais frequência, enquanto os restantes 90% deixaram de jogar tanto ou desistiram mesmo de jogar. Contudo, apesar da vantagem inicial por causa das suas prestações, também esses 10% sofreram a médio prazo, uma vez que a quantidade de jogadores foi sendo reduzida com tantas desistências. Diz o estudo que isto resultou numa “pior experiência para todos, que ficaram com cada vez menos jogadores com quem jogar”.

Isto parece provar que a “teoria” da Ubisoft não é válida. A empresa ainda hoje mantém que agrupar jogadores com base na sua perícia estraga a experiência de jogo, mas a realidade é que a base de jogadores de XDefiant continua a diminuir, mesmo com a actual época de conteúdo a todo o gás. Agrupar jogadores do mesmo nível e capacidades é uma medida inteligente para nivelar jogadores pela experiência, equilibrando as hipóteses. Dar mais prioridade às latências ou regiões é importante, obviamente, mas não faz sentido remover completamente a perícia. A Activision concorda.

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