Actores de voz de videojogos em greve por causa da IA

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Os próximos meses poderão ser mais sombrios na produção de videojogos. Em protesto contra a utilização de Inteligência Artificial nas produções de jogos, os actores de voz vão entrar em greve por acção do sindicato SAG-AFTRA.

Certamente ouviram falar deste sindicato há uns meses atrás, quando argumentistas e actores entraram em greve em busca dos seus direitos, criando um colapso de produção em vários filmes, séries e programas de televisão. Desta vez, os membros da SAG-AFTRA viraram-se para os jogos, aprovando em Setembro do ano passado uma acção de greve, depois de vários meses em alegadas negociações com estúdios e editoras de jogos, como a Electronic Arts, Activision, Epic Games, Take-Two, WB Games, entre outras.

O que está em causa é o uso da IA nas produções e a falta de medidas objectivas para a sua regularização. Como temos visto de há uns meses para cá, várias produções estão a usar estas inteligências artificiais para criar diálogos para as personagens, na maioria dos casos em personagens adicionais. Também já existe uso da IA na criação de textos e inteiros guiões. Talvez a situação mais sensível é o uso da IA para alterar linhas de diálogo já gravadas, criar outras totalmente novas com as vozes dos actores ou ainda usar as suas feições e corpos para gerar cenas totalmente novas. O que estes actores de voz pretendem é que o uso da IA seja alvo de melhor escrutínio e devidamente descrito nos seus contratos.

No rigor, esta greve não deverá parar todas as produções. Simplesmente, enquanto estiver no ar, os actores associados a este sindicato não poderão ser contratados, gerando uma notória falta de talento. Contudo, as produtoras e editoras poderão simplesmente optar por contratar actores não sindicalizados de modo a garantir as suas produções. É, ainda assim, uma acção de protesto e que terá o seu devido impacto. E tal como aconteceu com a greve de argumentistas no Cinema e Televisão, é possível que outros grupos ligados à arte se juntem no protesto. Aí sim, é possível que as produções sofram profundamente com paragens, adiamentos e até possíveis suspensões de actividade.

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