Concord arranca com muito pouca audiência (no PC)

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Apesar dos melhores esforços da Sony Interactive Entertainment, bastou uma Beta para percebermos se Concord era, ou não, algo especial. O seu lançamento, pelos vistos, confirmou a opinião geral e os jogadores corresponderam com apatia.

Como dissemos na nossa análise, “se este jogo fosse lançado há uns 10 anos”, ficávamos fãs. De facto, como também dissemos, “os “Hero-Shooters” já não têm a mesma tracção e as óptimas ideias implementadas não são equilibradas”. Entre os principais problemas, falámos da potencial falta de paciência perante tantas possíveis combinações, tornando tudo demasiado nivelado, aliado a um incompreensivelmente longo “time-to-kill” e uma progressão sem grande incentivo. Parece que os jogadores concordaram connosco.

Pelo menos numa primeira abordagem do que é tornado público, Concord não parece ser, de facto, a maior aposta do momento. Infelizmente, como habitual, a SIE não dá informação concreta da totalidade de vendas ou de jogadores, a não ser que bata algum recorde de assinalar. Assim, é tecnicamente impossível saber se na PlayStation 5 há muita adesão. Contudo, a julgar pela nossa lista de amigos e pelos dados da outra plataforma PC, onde, aí sim, temos dados concretos, o jogo parece estar bem aquém do desejável.

Segundo o SteamDB, apenas 697 jogadores apostaram em Concord no seu lançamento. Não, não é um erro de escrita, menos de 700 jogadores em todo o mundo jogaram este jogo no PC no seu arranque, data em que geralmente se verifica um grande pico de actividade. Nos dois dias seguintes os dados foram ainda piores, com menos de 500 jogadores no seu pico, numa média de apenas 300 jogadores diários. A título de curiosidade (triste) o infame The Lord of the Rings: Gollum, o pior jogo de 2023, atingiu 758 jogadores na estreia. Esperamos, sinceramente, que este mau resultado não resulte também num estúdio dizimado.

São apenas 3 dias de vida, é certo. Uma vez mais, não temos os dados da PS5, é possível que por lá o jogo tenha tido mais sucesso até. Mas, honestamente, não cremos que estas estatísticas sejam muito melhores na consola. Também ainda poderão haver ressurgimentos ou até uma promoção qualquer que torne o jogo mais apelativo. Mas, duvidamos sinceramente que esta seja uma questão de preço.

Sim, é verdade que esta fórmula tinha tudo para fazer deste jogo “free-to-play”. Mas, talvez o maior problema do jogo é mesmo aquilo que mencionámos na análise, é um jogo fora de tempo, sem ideias que o façam brilhar, numa jogabilidade que tinha tudo para ser brilhante mas claramente os Firewalk Studios não estavam na sua zona de conforto. Também terá contribuído para esta fraca adesão a insistência da Sony em obrigar os jogadores de PC a criar e associar uma conta PlayStation Network, algo que já foi amplamente protestado noutros jogos recentes da SIE.

Seja como for, Concord foi, claramente, uma aposta ao lado para as ambições da Sony de ter o seu grande shooter online num “jogo como serviço”. O jogo não é mau, tem elevada produção até. Só que, simplesmente não conseguiu cativar muita gente. Já não é a primeira vez que a PlayStation tenta a sua sorte neste privilegiado mercado, nem será a última, mas acaba muitas vezes por falhar a estudar um pouco o mercado. Em especial quando, logo na sua revelação, já não tinha levantado assim tanta curiosidade.

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