Concord definitivamente cancelado, Firewalk Studios encerrado
Depois do cancelamento abrupto de Concord, a sua produtora Firewalk Studios tentou “fazer-se à estrada” por tentar urgentemente encontrar um novo rumo. Inevitavelmente, porém, a Sony Interactive Entertainment tinha outras ideias.
Quem ainda tinha dúvidas que o encerramento do jogo seria definitivo, talvez até por ter comprado algum merchandising, teve uma má notícia. A SIE confirmou que Concord foi mesmo encerrado definitivamente. A esperança que “algo” ainda pudesse vir a acontecer veio da forma como a SIE anunciou o cancelamento dias depois do lançamento, falando de “explorar opções” para o jogo. Ainda correu o rumor que a Sony recuperaria o jogo noutro formato mas nada disso se confirmou.
Numa nota publicada no site oficial da SIE, o CEO do Sony Studio Business Group, Hermen Hulst, publicou a nota final nesta saga. Depois de “muito ponderar”, a decisão foi de “cancelar permanentemente Concord e fechar o estúdio”. Ao que parece, o género PvP na primeira pessoa é “um espaço muito competitivo”, não tendo Concord atingido objectivos traçados. Hulst espera levar “lições aprendidas” com Concord para futuros projectos. É preciso frisar que além da Firewalk, também o estúdio Neon Koi foi encerrado neste processo.
Além do flop técnico que Concord representa, este é também um gigantesco falhanço estratégico, se considerarmos que os estúdios Firewalk foram adquiridos pela Sony em Abril do ano passado, especificamente para trabalhar neste jogo em questão. Por outro lado, também precisamos considerar as enormes incógnitas inerentes a um projecto desta envergadura vindo de uma produtora tecnicamente inexperiente. Uma mensagem de despedida do estúdio publicada nas redes sociais deixa isso bem claro.
Fundada em 2018, a produtora assume nesta mensagem que correu alguns riscos no seu trajecto, pegando em vários conceitos para iniciar a produção deste projecto em 2022. Justifica os problemas que teve com o facto de ter de criar tudo de raiz, lidar com uma aquisição (da Sony), polir a sua experiência e arriscar nos conceitos usados, afirma que foi uma produção de “classe mundial” que “não aterrou como esperavam”. Talvez se tratasse apenas de uma ambição desmedida de uma produção com ilusões de grandeza.
É que o pior de tudo isto é que este foi um erro muito, muito caro para a Sony. O site Kotaku afirma que o custo inicial desta produção rondou os 200 milhões de dólares, de acordo com as suas fontes próximas. Contudo, parece que nem mesmo esse montante elevadíssimo foi suficiente para produzir este fiasco, adiantando que faltará equacionar o valor da aquisição da propriedade intelectual do jogo e a aquisição do próprio estúdio. Assim, se calhar, atingimos os valores ainda mais exorbitantes anteriormente avançados.
Este é um triste desfecho para um projecto que começou logo a falhar antes mesmo de ser lançado. O seu lançamento incrivelmente fraco deitou por terra esperanças que as suas Betas fossem apenas algo embrionário de algo de maior envergadura a caminho. Infelizmente, como dissemos na nossa análise, Concord tinha “óptimas ideias” mas não eram equilibradas, com “demasiadas personagens e combinações de armas”, “jogabilidade demasiado nivelada, um “time-to-kill” exagerado e progressão desinspirada”. Ficará para a história como o maior flop de 2023 (e dos últimos anos), sem dúvida um marco muito negro no óptimo historial de investimentos e de IPs da Sony PlayStation.
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