EA pondera Battlefield 2042 “Free to Play”

Battlefield2042 (5)

Nas últimas semanas, os fãs da franquia Battlefield não têm poupado a DICE e demais produtoras de Battlefield 2042. Em causa estão alguma decisões divisórias. A discórdia chegou a tal ponto que a Electronic Arts pondera “medidas drásticas”.

Não ter um modo de carreira a solo até podia ser algo perdoado. Agora, tantos bugs no arranque, imensa falta de balanço de armas e veículos, falhas na detecção de danos e, pior de tudo, uma clara falta de identidade, levaram os fãs desta franquia de longa data a invadir fóruns e redes sociais com protestos. A reacção da DICE, por seu lado, foi um tanto irónica, já que preferiu responder de forma superficial aos protestos e… tirar férias após lançar umas quantas actualizações que não resolveram muito.

Um dos maiores elementos dos protestos, por exemplo, é a insistência da produção em criar heróis para jogar, ao invés de vulgares soldados por classes, uma imagem de marca da série. Outro elemento de discórdia é a ausência de um quadro de pontuação detalhada, substituído por animações repetitivas dos 3 primeiros classificados com distinções desinteressantes como “o que mais reviveu” ou “o que mais marcou adversários”. E ainda hoje o jogo luta com problemas de balanceamento, excesso de dimensão de mapas e outras questões.

Segundo algumas fontes, inclusive um elemento próximo da produção (um tal de Tom Henderson), a EA estará tão desapontada com a recepção do jogo e com as suas vendas, que estará a ponderar “todas as hipóteses para o jogo”, inclusive passá-lo a “Free to Play”. Esta decisão, provavelmente, seria apenas numa parte do jogo, já que o modo Hazard Zone tem todo o aspecto de querer ser uma resposta a CoD: Warzone.

Como devem calcular, tudo deve ser levado como um rumor, até porque não sabemos a veracidade destas revelações e, como bem sabemos, a DICE estará a trabalhar para melhorar o jogo. Infelizmente, a primeira actualização do ano não foi propriamente bombástica e até trouxe consigo uma nova “dor de cabeça” para a produção.

Quando o jogo foi lançado, rapidamente os jogadores perceberam que podiam usar Battlefield Portal para criar modos de jogo que poderiam ser usados para “XP Farming” Basicamente, mudando regras e lógicas, podiam fazer com que os inimigos morressem com um só tiro, enquanto que os jogadores ficariam imortais e, assim, poderiam evoluir a carreira e as armas sem grande esforço.

Quando descobriu o esquema, não só a produção inibiu a quantidade de pontos de experiência e de evolução de armas e veículos no modo Portal, como ainda foi mais longe e chegou mesmo a banir jogadores. Sim, leram bem, jogadores foram banidos por usarem mecânicas incluídas no jogo que, por mais injustas e distorcidas da lógica normal de jogo que fossem, pertenciam ao código, não eram batotas ou modificações ilícitas do que é possível fazer em Portal.

Ora, num momento, no mínimo, irónico, a produção deu um “tiro no próprio pé”. Na passada semana, estreou um novo modo de jogo em Portal, entre os vários que tem lançado de forma cíclica. É preciso que tenham em conta que todas as experiências Portal oficiais contam na sua inteireza para evolução de jogadores, armas e veículos, não tendo quaisquer inibições de pontos.

Esse novo modo da semana passada, levava os jogadores a abater Zombies, desarmados e todos alinhados para facilitar mortes em massa. Num ápice, facilmente os jogadores perceberam que tinham longos 60 minutos com centenas de zombies para abater sem grande esforço e pontuar em barda, ou seja… “XP Farming”.

A DICE não foi muito rápida a agir e vários jogadores usaram o modo para, obviamente, evoluir de forma absurdamente fácil. Quando finalmente percebeu o erro e removeu o modo com zombies, o mal já estava feito, caindo (outra vez) no ridículo. Jogadores foram anteriormente banidos por fazer exactamente o mesmo e ninguém sequer se lembrou de testar o seu modo oficial de jogo antes de o lançar? Alguém teve de aprovar o seu lançamento.

Por causa desta e de outras situações caricatas, como as respostas algo escusadas de produtores nas redes sociais à crítica dos fãs, de avanços e recuos nas lógicas e conceitos a cada actualização e um lançamento anómalo, com uma reacção lenta ou obtusa aos verdadeiros problemas, a EA pode estar muito bem estar a reconsiderar os planos para o futuro de Battlefield 2042.

Uma passagem a “free to play” poderá dar o desejado “boost” que o jogo precisa, com mais jogadores a surgirem para colmatar o êxodo assinalável das últimas semanas. Depois dessa afluência, porém, é algo incerto. A médio prazo, pode ser o fim deste título, com uma desconsideração pelos fãs e veteranos que não se cansam de pedir um jogo melhor. Por outro lado, um desinvestimento de um título de tão grande envergadura não vai fazer grandes favores à sua popularidade.

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