Estúdio de Disco Elysium resolve batalha, fundadores insistem
A produtora ZA/UM emitiu um comunicado à imprensa em que declara uma vitória na disputa legal por Disco Elysium. Os co-fundadores despedidos, porém, não só não aceitam como dizem que não se ficam por aqui.
Este foi um caso bizarro que acompanhámos em mais um episódio da nossa rúbrica de casos Insólitos na indústria dos videojogos. Os fundadores da produtora e criadores originais do famoso RPG, assim como outros elementos-chave dessa produção, anunciaram que tinham deixado o estúdio por “divergências”. Divergências essas que, mais tarde, foram explicadas e desencadearam uma das mais estranhas trocas de “galhardetes” que jamais vimos em torno de estúdios e videojogos.
Com o passar do tempo as trocas de acusações, na maior parte públicas, acabaram num processo por direitos sobre a propriedade intelectual e lucros, um caso judicial bastante feio. Desde acusações de maus tratos dos fundadores, a alegação de “prevaricação financeira” dos actuais gestores, também o staff é alvo de jogadas e esquemas dos dois lados… bom, convidamos a ler o nosso artigo citado acima se quiserem saber todos os detalhes mais caricatos desta história.
Relata novamente o site GI.biz que a ZA/UM anunciou que a sua disputa legal concluiu com um sucesso para a empresa. Diz a nota que a disputa judicial com o fundador do estúdio e produtor do jogo Kaur Kender foi resolvida, assim como os alegados despedimentos sem justa causa de Robert Kurvitz e Aleksander Rostov teriam sido descartados por alegada falta de provas.
Contudo, apesar de Kender ter, de facto, removido a sua acção contra o estúdio, tanto Kurvitz como Rostov não desarmam, respondendo ao site supracitado dizendo que não vão desistir de procurar resolução legal desta situação. Por outro lado, o processo não foi propriamente encerrado porque ainda falta abordar as alegações de má gestão da actual direcção, levantadas pelos ex-produtores.
Ao site PC Gamer, os co-fundadores disseram que o press-release “está errado e é enganador em vários aspectos”, ‘pintando’ os dois co-fundadores como “meros empregados descontentes” e negam que o processo dos alegados despedimentos sem junta causa foram removidos por falta de provas. Também voltam a colocar pontos de interrogação em recentes movimentações financeiras que terão resultado na resolução com Kaur Kender, falando de uma campanha de “silenciamento”.
Nisto tudo, uma vez mais, Disco Elysium, o jogo no centro das discussões, um fenómeno de popularidade e a fonte de lucro em torno de toda esta disputa, é que é a verdadeira vítima. Recentemente, a ZA/UM lançou um novo modo de jogo que não foi propriamente consensual, criando uma ideia que a produção estará um pouco perdida de criatividade e que terá partido para uma ironia negativa perante todos estes problemas de bastidores.
Recordamos que toda esta situação provocou a saída de vários membros originais da produção. Por outro lado, a disputa pelos direitos do jogo poderá criar uma paragem na produção ou até um embargo legal nas vendas e lucros. Seja o que for que realmente aconteça, poderá colocar em causa o futuro da franquia ou até do estúdio, podendo mesmo colocar de parte uma possível sequela que estivesse no horizonte.
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