FIFA confiante que fará bons jogos sem a EA

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Agora que a cisão entre a Electronic Arts e a FIFA se confirma, depois de vários desenlaces e até alguns “diz que disse”, a Federação Internacional de Futebol Associado tem grandes planos para a sua marca.

É perfeitamente discutível se a série FIFA Football poderá ser a mesma sem os longos anos de experiência que a EA Sports angariou e que geraram um negócio de muitos milhões para ambas as partes. É também perfeitamente discutível se foi a FIFA que deu popularidade à série ou se, pelo contrário, foi a série de jogos da EA que contribuiu para a fama da organização e das suas competições. Há defensores nos dois lados.

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, porém, tem uma visão clara. No comunicado onde se anuncia o futuro da franquia em videojogos, Infantino alega que “qualquer jogo real que tenha o nome da FIFA será o melhor disponível para jogadores e fãs de futebol”. Aliás, o presidente diz que “a constante” para justificar o sucesso dos jogos é mesmo a sigla FIFA, que diz garantir que os próximos FIFA 24, FIFA25, etc serão “OS MELHORES”.

Ok… Quatro letras mágicas chegam para substituir 29 anos de experiência da EA… Se calhar a FIFA não sabe bem como é que funciona a produção de um jogo AAA. Nem a série EA Sports FIFA Football foi um sucesso em todas as edições, especialmente nos primeiros anos de franquia, obrigando a produção a inovar e exceder-se a cada ano, especialmente perante uma concorrência muito forte.

Quanto ao jogo previsto para este Outono, numa nota quase de rodapé, na sua “magnanimidade” a Federação anunciou que “cedeu uma extensão de licença para a EA Sports lançar FIFA 23 neste ano”. Como se fosse um favor especial cedido, numa licença multi-milionária que com certeza vai uma vez mais facturar bem, mesmo com esta cisão anunciada. Enfim.

O que é certo é que a FIFA quer mesmo continuar a rumar em frente, desta vez com outros estúdios, espalhando as licenças por aí. A Federação anunciou que está a preparar o lançamento de um novo jogo AAA de simulação de futebol em 2024. Não anunciou um estúdio sequer, mas deu a entender que pretende dar continuidade à série FIFA Football como se nada tivesse acontecido.

Até ao próximo AAA, porém, estão planeados jogos que não são simuladores de futebol mas que chegarão ainda neste ano. O primeiro é uma “experiência interactiva” relacionada com o Campeonato do Mundo de 2022, a realizar-se no Catar. No próximo ano, a FIFA também está a planear lançar um título dedicado ao Campeonato do Mundo Feminino de 2023.

Conforme anunciámos anteontem, a EA está já também a preparar o futuro da sua série de futebol, com EA Sports FC, previsto para 2023. Ao que parece, a EA deverá continuará a usar as suas tecnologias e lógicas de jogo. Também terá garantido várias licenças e parcerias, deixando no ar a ideia que a qualidade e quantidade mantém-se, só muda a “cara do jogo”.

Do lado da FIFA, esta liberta-se do compromisso de ver a marca confinada a uma só franquia, abrindo a possibilidade de um modelo de licenças não exclusivas. O que até pode ser algo positivo, já que permite vários estúdios trabalharem em vários formatos de jogo com a Federação, inclusive com as licenças que detém e parcerias com marcas desportivas. Contudo, entre os fãs, há imensa incerteza.

Curiosamente, este pode mesmo ser um bom momento para este novo rumo para a FIFA. Além dos futuros jogos EA Sports, não há grande concorrência para enfrentar com o seu novo jogo. A série eFootball, ex-Pro Evolution Soccer está a passar uma fase menos positiva. Ainda há um misterioso novo simulador, o UFL, apresentado na Gamescom 2021, sobre o qual se sabe ainda muito pouco. Noutra “liga” está Football Manager que continua a dar cartas, embora se foque na estratégia e não na simulação. Assim sendo, quem sairá vencedor desta partida?

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