Governo da Bolívia apresenta queixa formal por causa de Ghost Recon: Wildlands

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Já não é a primeira vez que alguém apresenta uma queixa por causa de uma representação do seu país num videojogo. O Governo da Bolívia não gostou da forma como o seu Estado é representado em Ghost Recon: Wildlands e, por isso, apresentou uma queixa formal no país de origem da produtora Ubisoft, a França.

Lembram-se da polémica que Call of Duty: Black Ops II gerou por causa da apresentação do revolucionário Jonas Savimbi na Guerra Civil de Angola? Nós lembramo-nos. Na altura, a família Savimbi reclamou 1 milhão de Euros à divisão Francesa da Activision Blizzard por danos de imagem. Já na altura dissemos que “a escolha da França para esta acção judicial, não é inocente”, uma vez que “as leis contra a difamação e direitos pessoais de imagem são muito mais rígidas”. Parece que voltamos ao mesmo.

Desta feita, o Governo Boliviano apresentou uma queixa formal, ainda não judicial, na Embaixada de França em La Paz, Bolívia. Em causa está a apresentação do país como um “regime de narcotráfico”, governado por um cartel de traficantes, chamado Santa Blanca. De acordo com a notícia avançada pela Agência Reuters o estado Sul-Americano pretende que o Governo de Paris “intervenha” na situação antes que se torne um incidente judicial. Isto porque incidente diplomático já o é.

Em resposta à reclamação, a Ubisoft explicou o óbvio: “Tom Clancy Ghost Recon Wildlands é uma obra de ficção, similar a filmes ou programas de televisão. Como todos os jogos Tom Clancy da Ubisoft, tem lugar num universo moderno inspirado na realidade, mas as personagens, locais e histórias são fantasias criadas exclusivamente para fins de entretenimento”.

Sobre a opção de criar o jogo neste país, a Ubisoft explica que “foi escolhido como pano de fundo por causa das suas paisagens magníficas e cultura rica.” Apesar da “diferente realidade” em jogo, a produção está confiante que a topografia do país seja bem representada e que os jogadores gostem de explorar as paisagens.

Para nós, jogadores, a explicação é plausível e ninguém jamais pensou nestes jogos como histórias verídicas e depreciativas. Temos sempre de pensar que há patriotas zelosos, mas também existem alguns oportunistas em busca de possíveis saques judiciais fáceis. Resta saber como o Governo Francês irá responder ao apelo de La Paz, sabendo que este tipo de questões, regra geral, terminam quase sempre no esquecimento.

Apesar do Governo da Bolívia indiciar que possui base legal para um processo judicial, a Ubisoft poderá defender-se de várias maneiras. Uma forma é removendo toda e qualquer menção ao país, emendando texto e diálogos. Outra forma mais simples é dar mais ênfase ao facto deste jogo ser uma obra de ficção com uma história que não representa o governo do país em causa. Veremos o que acontecerá nos próximos dias, sobretudo mais próximo do seu lançamento na próxima semana.

Ghost Recon: Wildlands será lançado no próximo dia 7 de Março para PlayStation 4, Xbox One e PC.

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