Jogadores Japoneses acham Assassin’s Creed: Shadows um “desrespeito cultural”

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Se não estão a par da polémica, Assassin’s Creed: Shadows tem sido alvo de imensas críticas por causa das representações das duas personagens principais. E há jogadores nipónicos que criaram uma petição para o “suspender”.

Estamos a falar, obviamente, da polémica gerada pelas personagens jogáveis neste próximo título, uma Shinobi feminina, Fujibayashi Naoe e de um Samurai de origem Africana, Yasuke. Desde logo, os protestos para Naoe foram os mais prementes, dado que esta ordem ancestral de assassinos e espiões, os infames Ninjas, por tradição só admitia homens nas suas fileiras, muitos deles sendo, ao mesmo tempo, Samurai ou Ronin em busca de uma fonte paralela de lucro ou de influência.

Por outro lado, Yasuke é mesmo inspirado numa figura histórica real mas não há quaisquer registos que o Africano de origem Moçambicana se tenha tornado realmente num Samurai, uma posição muitíssimo privilegiada na sociedade feudal Japonesa, raramente dada a estrangeiros. Alguns historiadores afirmam que, embora tenha realmente servido o daimyo Oda Nabunaga a dada altura, ao que parece, terá sido apenas como servente. Para se tornar um Samurai, aliás, era um processo muito rigoroso e moroso, dado apenas a elementos de famílias importantes da nobreza local.

A petição publicada no site Change.org, que à hora desta notícia já conta com quase 50 mil assinantes, foi criada por Shimizu Toru e é direccionada à Ubisoft. Nela pode ler-se (traduzido) que o protesto se prende por “ausência de exactidão histórica” e um “desrespeito cultural”, apontando para várias destas faltas de rigor na criação da história do jogo. A petição chega mesmo a falar em tons de “insulto” à cultura Japonesa. O pedido é que a Ubisoft “suspenda imediatamente o lançamento” do jogo e que “faça uma investigação rigorosa com respeito à História e cultura do Japão”.

Duvidamos profundamente que a Ubisoft vá sequer abordar esta petição ou que, de alguma forma, mude seja o que for no seu jogo. Aliás, avaliando o que fez em títulos anteriores, é bem possível que ainda nem tenhamos visto todas as suas “liberdades criativas” neste jogo. Não é a primeira vez que a Ubi dá a entender que pretende rigor histórico nos jogos de Assassin’s Creed, para depois se refugiar na defesa de que se tratam de “jogos de ficção” para justificar essas liberdades históricas. Contudo, desta feita, há quem não queira ficar-se por um ou outro protesto, há quem queira o “cancelamento” do jogo. Veremos se há sequer uma resposta.

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