Mais detalhes (negativos) dos despedimentos na Bungie

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Depois do “lume aceso” com o anúncio de mais de duas dezenas de despedidos na Bungie, as reacções não se fizeram esperar, algumas bastante cáusticas. Com elas, vieram algumas revelações muito negativas para a gestão do estúdio.

A notícia foi lançada com alguma perplexidade. Apesar dos (aparentes) bons resultados da última expansão de Destiny 2 (mesmo com uns tremores preocupantes) e do anúncio da continuidade do seu conteúdo, mesmo assim a produtora despediu centenas de funcionários. Muitos especulavam que tanto esta expansão como o futuro Marathon eram autênticas “provas de sobrevivência” para estúdio, com a Sony Interactive Entertainment a “pairar” com a sua (justificada) preocupação em proteger o seu investimento.

Acontece que horas depois do anúncio dos vários despedimentos, além da normal consternação pelo momento, muitos acusam o CEO Pete Parsons de ser um dos culpados, senão o maior culpado da situação. Parsons é acusado de hipocrisia, despedindo centenas mas, entretanto, investindo milhões em carros de luxo. Há até quem acuse o CEO de “premeditação”, com acusação de gestão danosa para lucro próprio.

A mais recente “farpa” vem do jornalista Stephen Totilo que falou com várias fontes anónimas para a sua newsletter Game File. Nas várias entrevistas que teve, Totilo afirma que há quem defenda que a direcção do estúdio terá “empolado as perspectivas financeiras à Sony”, obrigando posteriormente a vários cortes provocados pela pretensa falsidade nas projecções. Há também quem prove essa premeditação, recordando a anterior aquisição do estúdio pela Microsoft em 2000, que foi igualmente sucedida com despedimentos, parecendo um espelho com a actual situação.

Fica também implícito que estes 220 despedimentos eram inevitáveis, independentemente dos resultados mais recentes com a expansão de Destiny 2. Em Outubro do ano passado já tinham sido despedidos funcionários mas a direcção sabia que tinha de despedir mais para atingir metas financeiras… mas não terá informado ninguém da situação. A espera, portanto, foi só mesmo isso, uma espera, inevitavelmente os despedimentos aconteceriam mesmo que “The Final Shape” fosse um (muito improvável) grande sucesso de vendas. A premeditação terá sido apenas para garantir que o DLC era mesmo lançado a tempo e não se assustavam investidores.

Entretanto, o jornalista Jeff Grubb revelou no podcast Game Mess Decides que dois dos produtores de longa data da Bungie, conhecidos pelo seu extenso trabalho na série Destiny, terão deixado o estúdio nestes dias. Luke Smith e Mark Noseworthy terão feito parte nesta leva de despedimentos, não forçosamente despedidos por redundância mas por discordância pela restruturação. O par estava envolvido na produção de um “spin-off” da série Destiny, o projecto Payback que terá sido mesmo cancelado em meados de Junho passado.

Ou seja, a direcção da Bungie foi paga a mais pela Sony para financiar projectos com base em projecções imprecisas ou deliberadamente exageradas. Ao que parece, os directores encabeçados pelo seu CEO não se importaram de gastar esse dinheiro a mais, inclusivamente sabendo que teriam de despedir centenas até meados deste ano. Agora que a empresa está quase (praticamente) absorvida pela SIE, resta saber quanto tempo resta ao quadro de directores e ao CEO para persistirem nos seus cargos.

O mal está feito, todavia. A tal “absorção” de staff para os PlayStation Studios, assim como o tal pretenso novo estúdio dentro desse grupo da Sony, dizem os entendidos, poderá ser apenas o “princípio do fim” para a independência da Bungie. Tudo leva a crer que o talento que resta já não será independente e que os projectos a longo prazo já não deverão acontecer. Ninguém poderá condenar a Sony por isso, obviamente. A ser verdade que a direcção da Bungie tentou uma golpada à SIE, é a altura de “apagar fogos”.

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