Produção de The Day Before defende-se das acusações
Depois de tanto hype, The Day Before tornou-se rapidamente num dos jogos mais criticados do momento. Há mesmo quem defenda que “não há jogo”. A produtora Fntastic vem finalmente defender-se.
Depois do jogo ter atingido o topo da lista de desejos dos jogadores no Steam, a produção falhou sempre em mostrar o seu progresso. A meras semanas do lançamento, a promessa de um novo trailer veio devolver alguma esperança. Contudo, dias depois, a página do jogo foi removida do Steam e um adiamento por vários meses foi anunciado, adiando também essa demonstração…
… que, por qualquer motivo, foi lançada na mesma. Mas, se calhar era melhor não ter sido mostrada, já que foi um desapontamento total. Não só a jogabilidade mostrada não entusiasmou ninguém, como o que é dado a ver não é sequer representativo da qualidade originalmente prometida. Pior, a produção mostrou-se esquiva a explicar os detalhes, nem sequer narrando a acção.
Lentamente, a internet começou a gerar teorias. Uma delas era que “não havia jogo” nestes meses todos, que o trailer original foi criado com pós-renderização e é perfeitamente orquestrado para ter óptimo aspecto, mas não era representativo da jogabilidade. Para não perder o momento, a produção teria lançado um vídeo de algo genérico ou embrionário mas que não seria um jogo, apenas uma demonstração de conceito.
Outra teorias falaram mesmo de “esquema” e de “falso projecto”, falando várias vezes de plágios e havendo mesmo que defendesse que o jogo nunca seria lançado. É difícil que um título removido da Steam possa constituir um “esquema”, até porque nunca esteve em pré-encomenda ou em algum projecto de angariação de fundos. Mas, enfim. Todos sabemos que os “guerreiros do teclado” adoram fomentar conspirações.
Teorias abundam e a Fntastic achou que tinha de responder… a alguma delas, sem especificar qual. E talvez não da melhor forma. No seu comunicado, diz que a “desinformação” precisa ser lidada, não só para si mas para “outros indies e estúdios de pequena/média dimensão”. O que se traduz numa “vitimização” exagerada e insinua que todos os “indies” são, de alguma forma, vítimas do sucedido.
Sejamos claros, nem todos os jogos, sejam AAA, Indies ou qualquer outra dimensão chegam ao topo das listas de desejos da plataforma de jogos mais popular do momento. Também nem todos os jogos em produção apresentam trailers fantásticos de chamariz, para depois passar meses sem apresentar, pelo menos, uma ou outra nota de progresso no desenvolvimento. E também nem todos apresentam trailers muito aquém do que foi prometido ao fim de meses de espera.
Esta reacção fora de tom teve exactamente a reacção da comunidade que seria de esperar. Esta atitude de “vítima” em que diz que “destruir é fácil, criar é difícil” não caiu nada bem. As respostas ao comunicado estão pejadas de acusações de mentira e muito gozo. Curiosamente, nesses comentários, ficámos a saber que a Fntastic nem sequer tem uma equipa de marketing. Não era preciso dizê-lo, porém. É francamente notório na forma como lidam com a comunidade há vários meses.
Nestas circunstâncias, o melhor é sempre resumir-se ao silêncio e, obviamente, ao trabalho. Há que lidar com a crítica como algo construtivo, colocando a atenção no projecto a entregar. Afinal, os fãs serão os que vão comprar o jogo e precisam de ser assegurados que este não é, de facto, um esquema.
A tentação de lançar trailers de arregalar o olho é predominante nesta indústria. Contudo, a comunidade não perdoa se a entrega não foi coerente com essa promessa. Na maioria dos casos, quando não há jogo para acompanhar esse chamariz, mais vale não mostrar nenhum trailer e trabalhar afincadamente no jogo, revelando-o no tempo certo. E também é melhor não reagir emocionalmente a especulações nas redes sociais.
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