Trailer de Call of Duty: Infinite Warfare apupado no Youtube
Quando se tem uma comunidade apaixonada numa série de sucesso, podem acontecer situações muito positivas, mas também francamente negativas. Foi o caso da reacção ao novo trailer de Call of Duty: Infinite Warfare, alvo de uma campanha negativa da comunidade de fãs.
O vídeo publicado na página oficial do YouTube na passada segunda-feira, veio logo a seguir a uma série de fugas de informação fora de tempo. Milhões já o viram, mas o que é de assinalar são as inúmeras votações negativas que o vídeo já recebeu. E se lermos os comentários ao vídeo, vamos notar que esta tendência negativa visa passar uma mensagem.
Ao que parece, a iniciativa começou nas redes sociais com uma campanha activa que tinha como alvo o já mencionado vídeo. Os jogadores querem, assim, demonstrar insatisfação por vários anúncios que surgiram com a revelação de Infinite Warfare.
A começar com o tema, uma vez mais futurista com as três produtoras da Activision, a Infinity Ward, Treyarch e Sledgehammer a fazerem praticamente o mesmo tipo de jogo de acção com parkour pouco realista e armas a fazer lembrar filmes de ficção científica. Longe vão os tempos da simulação realista com armas credíveis dos primeiros jogos da série. Há quem faça analogias com Halo ou Killzone e não queira “mais um jogo igual a Advanced Warfare e Black Ops III”. E há também a implicação com os combates espaciais, afirmando alguns fãs que “parece um jogo de Star Wars”.
Mas, se calhar a maior das causas para este protesto, foi a decisão da Activision de não disponibilizar Call of Duty: Modern Warfare Remastered em separado. Como já tínhamos revelado, a editora decidiu que esta reedição do jogo só estará disponível para quem comprar as edições especiais de Infinite Warfare. Alguns jogadores falam de um “cavalo de Troia” em que os interessados na remasterização de um dos jogos mais amados da série, obriga à compra de um jogo que não querem.
A Activision reagiu a esta campanha improvisada de insatisfação com um tom mais ou menos irónico. O CEO da editora e distribuidora Eric Hirshberg fala da tal “paixão dos jogadores” que faz com que “tratem o franchise como se fosse seu e tenham uma opinião tão forte acerca dele”. Depois passa a defender os “milhões que querem experiências inovadoras a cada ano” mesmo reconhecendo os “nostálgicos” que preferem algo mais realista.
Depois defende o novo título, além daquilo que chama de “opiniões apaixonadas”, recorrendo a outras “medições”. É óbvio que há “pré-encomendas a bom ritmo”, com milhões de visualizações do novo trailer que só dão mais exposição, é normal que não se fale de outra coisa. A analogia à recepção de Black Ops II, o primeiro passado no futuro, também foi enorme e, mesmo com tanta inovação, é ainda hoje “o título mais bem sucedido de sempre” na série.
Ou seja, à “opinião apaixonada” dos milhares de fãs da série que já não querem algo passado no futuro com saltos em paredes e naves espaciais, a Activision responde com… números… É perfeitamente normal que o faça, afinal são os números que se traduzem em retorno de investimento e previsão de rumo para futuros projectos. Só se financia o que funciona, como é perfeitamente normal.
Mas o que fazer a tantos fãs insatisfeitos? Será que os argumentos de mais de 350000 fãs são para descartar? Hirshberg fala que “sem cometer riscos criativos, não havia um franchise”, o que todos concordarão. Mas, não deixa de ser um risco algo elevado, cujas probabilidades de afastar alguns fãs são ampliadas por estas campanhas negativas.
Se a Activision está tão confiante com o seu novo jogo, porque é que não permite a venda de Modern Warfare Remastered à parte? A recepção entusiástica à remasterização, perante a reacção muito mais morna a Infinite Warfare, dará uma ideia clara do que a comunidade quer. Terá a editora receio que a vasta maioria adquira MW Remastered e não o novo jogo, obrigando a todos a comprar o moderno para ter o clássico?
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