Ubisoft aborda comunidade Japonesa por causa de Assassin’s Creed: Shadows

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Como demos conta, há no Japão um movimento não muito favorável quanto às “liberdades criativas” de Assassin’s Creed: Shadows. A Ubisoft finalmente abordou estas contestações, recordando a todos que o que faz são jogos.

Convenhamos que, se víssemos a Ubisoft a mudar o sexo de um Descobridor Português ou a adicionar uma personagem fictícia em alguma porção importante da História de Portugal, o mesmo aconteceria, certamente. Obviamente, não precisamos de ser recordados que a Ubisoft cria jogos e não peças de rigor histórico. Aqui a questão, porém, é que a recriação histórica desta franquia é exactamente o seu maior trunfo, muitas vezes o grande chamariz para os jogadores e, claro, o grande foco do marketing.

Recordamos com boa memória a forma como, por exemplo, a Florença antiga já foi recriada com rigor, a Catedral de Notre-Damme até foi usada para um projecto arqueológico, ou como a produção se esforçou para recriar as lendárias pirâmides do Egipto ou os pontos históricos da Antiga Grécia. Com isto, recriou línguas, costumes e até tradições, tudo para conseguir colocar-nos “lá”. Contudo, em todos os jogos, mesmo com imprecisões e ajustes a bem de uma narrativa de jogo, não nos recordamos de jamais ouvir falar de “repúdio” ou protestos pelo que os jogos representaram.

Contudo, há culturas que defendem mais a sua cultura e a sua História que outras. O Japão sempre foi um país orgulhoso das suas tradições e cultura, sempre muito ciosos do seu rigor. Podemos estar perante um caso de mero “exagero” de atitudes de alguns mas, mesmo entre criadores de conteúdo histórico e comentadores, o tom tem sido bastante negativo quanto às representações dos heróis do jogo, a Shinobi feminina, Fujibayashi Naoe e o Samurai de origem Africana, Yasuke.

O que é certo é que a tal petição que falámos há uns dias, já está quase nos 100 mil assinantes, gerando um ruído que já correu o mundo e, claramente, a Ubisoft não podia deixar de abordar esta questão e aí está a sua extensa e elaborada resposta, um comunicado partilhado nas redes sociais:

Diz a Ubisoft (e acreditamos) que não houve aqui intenção de que algum dos jogos fosse “uma representação factual da História ou de personagens históricas”. A empresa reconhece que alguns elementos das suas promoções criaram “preocupações na comunidade Japonesa” e pelo facto pedem desculpa. O facto de Yasuke ser apresentado como um Samurai é “alvo de debate e discussão” mas a Ubi que tanto esta personagem, como Naoe foram talhados para criar uma história e uma acção específicas para o jogo.

Ou seja, a Ubi relembrou a todos que faz jogos de ficção e não reproduções historicamente factuais. Com isso, a empresa parece querer usar a História como um mero pano de fundo verosímil para as suas tramas, algo que não é propriamente único nesta franquia de jogos. Contudo, aquilo que os fãs Japoneses querem realmente protestar é, não só essas deturpações de posições e ocupações históricas dos dois heróis mas também a “leveza” com que a Ubisoft parece abordar esta cultura e História, havendo mesmo acusações de má pesquisa e mau uso de elementos.

Assassin’s Creed: Shadows será lançado a 15 de Novembro deste ano para a PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC, ficando também disponível no serviço Amazon Luna. Vejamos como corre o lançamento no Japão.

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