Unity abandona a sua infame “Runtime Fee”
A notícia de Setembro de 2023 colocou a comunidade produtora de jogos em choque. Depois de alguns ajustes, a Unity, finalmente, caiu na realidade e lá cancelou definitivamente a polémica “Runtime Fee”.
Em especial para os produtores Indie, esta medida será profundamente injusta. A proposta original pretendia cobrar aos produtores que criassem jogos no Unity, por cada vez que o jogo era instalado pelos jogadores, isto, com efeitos retroactivos, abrangendo todos os jogos já lançados e por lançar. A polémica instalou-se imediatamente e dias depois, houve uma revisão do projecto. Embora as novidades quisessem apontar para as subscrições Pro e Enterprise, a desejada recuperação da confiança dos produtores Indie não parece ter acontecido. Toda esta polémica acabou mesmo por afastar o polémico director da Unity, John Riccitiello.
O agora CEO Matt Bromberg anunciou o que todos já esperavam que viesse a acontecer. Foi tomada a decisão de cancelar a “Runtime Fee” para todos os modelos de subscrição do motor gráfico, uma medida com “efeitos imediatos”. Curiosamente, a decisão surge “depois de uma profunda consulta à comunidade, clientes e parceiros”, uma frase um tanto inócua se pensarmos como logo de início a medida gerou tanta polémica e não era preciso mesmo uma análise assim tão profunda para perceber quão errada era.
After deep consultation with our community, customers, and partners, we’ve made the decision to cancel the Runtime Fee for our games customers, effective immediately.
Learn more: https://t.co/ezvfc6SaPS pic.twitter.com/7JwNruN5Qf
— Unity for Games (@unitygames) September 12, 2024
Por agora, os royalties voltam a ser pagos à Unity de forma tradicional em todas as subscrições, um modelo de pagamento padrão baseado no alcance das publicações. Continua o modelo gratuito de subscrição para o modelo Unity Personal (agora com o dobro do tecto mínimo de cobrança de royalties a partir de 200 mil dólares). Enquanto isso, os modelos Pro e Enterprise perdem, então, o “Runtime Fee” ainda em vigor, mas sofrem aumentos em contrapartida no valor de subscrição em 8% e 25% respectivamente. No fundo é um regresso à “normalidade” mas esta pode ser uma decisão já um pouco tardia.
Aquilo que está em causa, agora, é a sensação que alguns produtores continuam a transmitir que nada impede um regresso de um modelo idêntico de cobranças no futuro. É preciso notar que um dos elementos que tornaram o Unity tão popular, além da sua aclamada facilidade de uso, foi exactamente a sua forma justa de pagamento de royalties, ideal para projectos de pequena envergadura. Vejamos se agora a tal confiança é recuperada. É que alguns produtores já tinham anunciado ter mudado de motor gráfico.
Comentários