Unity recua e vai mesmo rever esquema de remuneração da “Runtime Fee”
Nos últimos dias, o motor gráfico Unity passou de “preferência” a “anátema”. Em causa esteve uma nova política de remuneração prevista para Janeiro de 2024 que, para muitos, era como um “roubo”.
Para quem não acompanhou o início desta “trama”, a Unity decidiu alterar o seu esquema de royalties, o que a empresa ganha pelos jogos produzidos no seu motor gráfico, por cobrar por cada instalação do jogo. Isto, tanto para novos jogos, como para jogos actuais, prevendo pagamentos vitalícios enquanto os jogadores decidam instalar o jogo, sem que isso pressuponha que os produtores ainda façam algum lucro dos jogos em questão.
Nos últimos dias, temos visto imensos produtores e inteiros estúdios a protestar contra a medida, indicando mesmo que jamais irão produzir um novo jogo no Unity em resultado desta medida. O ruído em torno desta medida foi mesmo alto, levando o assunto até à chamada imprensa “mainstream”. E é óbvio que o CEO John Riccitello e o executivo tiveram, então, de tomar uma decisão: manter este esquema contra vontade de (quase) todos ou retroceder e repensar algum compromisso.
Parece que a infame “Runtime Fee” pode muito bem não acontecer, pelo menos, não no formato em que foi anunciada. Depois de dias de silêncio após o anúncio da alteração para o próximo ano, finalmente a empresa pronunciou-se oficialmente com as inevitáveis desculpas e a pedir de tempo para repensar a sua monetização.
O Tweet acima foi claramente resultado desta forte reacção dos produtores, sendo provavelmente também potenciada por uma alegada “ameaça potencial” (via Bloomberg) que terá levado à evacuação de escritórios e ao cancelamento de reuniões do executivo.
Na mensagem, pedem desculpas “pela confusão e apreensão” que o anúncio da nova política causou. Indica também que a empresa irá consultar as várias partes para “fazer alterações na política”, prometendo uma actualização dentro de dias.
Que alterações serão essas, obviamente, não sabemos. Contudo, podemos especular que haverão ajustes nos preços a cobrar, no valor mínimo de lucro para iniciar a cobrança ou até que os jogos actuais ou mais antigos não sejam abrangidos. Teremos de esperar para ver o que é decidido.
E também temos de esperar para ver se as alterações são suficientes para trazer de volta a confiança dos próprios produtores. Recordamos que há ainda uma questão legal latente, já que ainda é incerto se ao alterar unilateralmente o negócio, a Unity não estará a cometer um acto ilegal, quebrando contratos.
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