Yves Guillemot diz que o futuro da Ubisoft está nas mãos dos funcionários
Conforme demos conta, a situação financeira e produtora da Ubisoft não está nos seus melhores dias. O CEO da empresa pede “mais” aos funcionários para melhorar o futuro da empresa.
Agora que (até ver) a Activision vai parar às mãos da Microsoft, além da Electronic Arts, a Ubisoft é uma das últimas grandes corporações ocidentais, produtoras e editoras de videojogos de grande envergadura, que se mantém independentes. A famosa família Guillemot sempre resistiu à tentação de deixar a gestão para terceiros mas, a independência tem riscos e os dias são muito turbulentos.
Com um 2022 desapontante, com a empresa a declarar cerca de 500 milhões de Euros a menos do que esperava alcançar, pelo menos três projectos foram cancelados e o seu maior título deste ano fiscal foi adiado para o próximo. Sem projectos para lançar no imediato, a empresa terá de fazer vários ajustes. Seria de esperar um esforço conjunto mas parece que só um lado terá responsabilidade.
Segundo o site Kotaku, o CEO Yves Guillemot terá enviado um email para os funcionários da Ubisoft a nível global, que diz que “a bola está no campo [dos funcionários]” para entregar os próximos projectos “a tempo e com o nível expectável de qualidade”. Para Guillemot, este seus funcionários precisam ter “toda a energia e compromisso” para fazer a Ubisoft “voltar a trilhar no sucesso”.
Seria mais uma daquelas mensagens motivadoras, não fosse o contexto e recentes “conversas de bastidores”. A Ubisoft tem sido alvo de acusações de má gestão, projectos levianos, más condições, descriminação e mau pagamento a funcionários, situações que levaram mesmo a demissões em massa. Por isso, as palavras de um gestor milionário, que persiste em manter-se no poder absoluto mas ganhando dinheiro com acordos, dizendo aos trabalhadores que se esforcem para que os resultados dessa alegada má gestão se resolvam, soa muito mal.
A má condição geral da Ubisoft, porém, é inegável, pelo menos com os dados financeiros que temos lido. A empresa está mesmo a “apertar o cinto” até na produção, perspectivando que futuros projectos, como Assassin’s Creed: Mirage, sejam mais reduzidos em tamanho e duração. Dias difíceis na Ubi. Mas, não acreditamos que a família Guillemot seja a mais prejudicada se mais cortes e reduções tiverem de acontecer.
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